Copie o texto abaixo. Leia atentamente e
escreva um texto com 10 linhas, no mínimo, explicando o que você entendeu sobre
a criação do mundo na perspectiva Iorubá.
"O que moveu Olódùmarè a
pensar em criar a terra, ninguém sabe. Ele concebeu e realizou a ideia. Ele
chamou Òrìsà-Nlá à Sua presença e encarregou-o com deste dever. Deu a ele um
pacote de terra, uma galinha de cinco dedos e um pombo.
Quando Òrìsà-Nlá chegou,
ele lançou a terra sobre um lugar e soltou a galinha e o pombo. Eles
imediatamente começaram a ciscar e espalhar a terra. Òrìsà-Nlá voltou e
relatou a Olódùmarè que o trabalho havia sido realizado.
Depois disto, Olódùmarè enviou o
camaleão para inspecionar o trabalho que tinha sido feito. [...]. Na primeira
visita, o camaleão informou que a terra estava ampla, mas não estava seco o
suficiente; [...] na segunda visita, ele retornou informando que ela já estava
seca o suficiente. O lugar sagrado onde o trabalho começou foi chamado Ifè (aquilo
que é amplo), [...] Olódùmarè enviou novamente Òrìsà-Nlá para preparar e
embelezar a terra.
Desta vez, Olódùmarè então enviou
Òrúnmìlà para acompanha-lo como seu conselheiro. [...]. Para Òrìsà-Nlá,
Olódùmarè deu a primeira Igi Òpe [...] e outras três árvores, Iré, Awùn, Dòdo.
Ainda não chovera sobre a terra. A galinha e o pombo original haviam se
multiplicado e dariam alimentação para os moradores da terra. Òrìsà-Nlá veio
para baixo e fez como tinha sido dito para ele.
Quando tudo estava pronto,
Orèlúéré, aquele que tinha sido preparado antes, foi enviado para chefiar a
primeira humanidade. As coisas na terra estavam correndo bem e os habitantes
estavam se multiplicando, quando foi descoberta que não existia água
suficiente.
Então Òrìsà-Nlá apelou
para Olódùmarè e a chuva começou a cair sobre a terra. Òrìsà-Nlá foi
encarregado de criar corpos físicos do homem do pó da terra, [...]
Olódùmarè deveria então vir e
colocar o fôlego, completando a criação da humanidade, pois Ele é o único
doador da vida. Òrìsà-Nlá planejou espiar Olódùmarè para saber como Ele
colocava a vida no corpo. Um dia, quando terminou o seu trabalho, ele se
escondeu e ficou espiando, mas Olódùmarè fez ele cair em um profundo sono.
Quando Òrìsà-Nlá acordou a
humanidade já possuía vida. O ofício de “criador” deu a Òrìsà-Nlá a
prerrogativa de fazer os corpos humanos perfeitos ou deficientes, bem como da
cor que ele desejar."
Fonte: IDOWU, Bolaji E. Olódùmarè
God inthe Yoruba Belief, A&B Books, New York, 1994 [1962], pg. 18-19 (tradução
de Luiz L. Marins)
Òrìsà-Nlá = Oxalá, Orixalá, Orixaguinã, Gunocô ou Obatalá[3] é o orixá associado à
criação do mundo e da espécie humana. Apresenta-se de várias maneiras
(qualidades) sendo as duas principais qualidades: a forma jovem, em que Oxalá é
chamado de Oxaguiã e seus símbolos são uma idá (espada),
um pilão de metal branco e um escudo. Na sua forma idosa, Oxalá é
chamado Oxalufã e seu símbolo é um cajado de metal
chamado opaxorô.
A cor de Oxaguiam é o branco
levemente mesclado com azul no candomblé e somente branco no batuque
do Rio Grande do Sul; a de Oxalufam é somente branco de gossa em ambos. O
dia consagrado para oxalá moço é a sexta-feira e o domingo para oxalá
velho e oxalá de orumilaia. Sua saudação é èpao, èpa bàbá! Oxalá é
considerado e cultuado como o maior e mais respeitado de todos os orixás do
panteão africano. Simboliza a paz, é o pai maior nas nações das religiões de
tradição africana. Oxalá significa luz (oxa) branca (alá); É calmo,
sereno, pacificador; é o criador e, portanto, é respeitado por todos os orixás
e todas as nações. A Oxalá pertence os olhos que veem tudo.
Copie o texto no caderno de Ensino Religioso.
Anote as palavras que você não entendeu e pesquise seu significado.
Quem são os sacerdotes
nas maiores religiões afro-brasileira?
O Pai de santo, pai de
terreiro, babalorixá, babaloxá ou babá é o sacerdote das religiões
afro-brasileiras. Seu equivalente feminino é a ialorixá ou mãe de santo
O Bàbálórìsà palavra de
origem yorubá formada pela junção de Bàbá+lo+Òrisà. Com o aportuguesamento
tornou-se "Babalorixá" e "babaloxá", ("baba" + lo
(de) + "orixá")."Babá" é oriundo também do termo baba,
"pai".
Um babalorixá do
candomblé pode ser chamado de pai de santo, porém, pais de santo de outras
religiões afro-brasileiras não podem ser chamados de babalorixá por não ter
cumprido todas obrigações requeridas para se ter esse título.
No Babalorixá no
Candomblé nem toda pessoa iniciada será um sacerdote com casa aberta, uma vez
que isso será determinado por seu orixá na obrigação de sete anos (Oduijé),
quando receberá o título e direitos de independência do seu babalorixá. No caso
de o orixá não querer uma casa aberta, na hora da entrega dos direitos ele
coloca isso aos pés do seu babalorixá e a pessoa não precisará abrir uma casa,
podendo permanecer na casa onde foi iniciado como ebomi.
Ebomi significa o "Meu Mais Velho" é um adepto
do candomblé que já cumpriu o período de iniciação (iaô) na feitura de santo, já
tendo feito a obrigação de sete anos odu ejé. Essa denominação é
dada tanto às pessoas que receberam o cargo oyê, tornando-se
uma ialorixá ou babalorixá que irá abrir um novo ile axé,
como as que não receberam esse cargo e continuarão na casa onde foram iniciados
ou em outro ile axé, sem ser iyalorixá ou
babalorixá.
Na sua função
sacerdotal, o babalorixá faz consultas aos orixás através do jogo de búzios,
uma vez que, no Brasil, não há o hábito de se consultar o babalaô, chefe
supremo do jogo de Ifá. Isso se deve à ausência da figura do mesmo na tradição
afro-brasileira, desde a morte de Martiniano do Bonfim, segundo os mais antigos
ocorrida por volta de 1943. Desde então, o professor Agenor Miranda era
convocado para escolher a mãe de santo nos grandes terreiros baianos, mas,
agora, com os avanços tecnológicos e com a imigração voluntária de africanos
para o Brasil, ouve-se falar de novos babalaôs na tradição brasileira, donde a
necessidade de diferenciar ifá de merindelogun e jogo de búzios. (Ifá =
oráculo) (jogo de búzios = arte)
Na sua função
administrativa, é o responsável maior por tudo o que acontece na casa: a
quantidade de filhos de santo, a de pessoas para serem atendidas etc. Nela,
ninguém faz nada sem a sua prévia autorização. Conta com a ajuda de muitas
pessoas para a administração da mesma, cada uma com uma função específica na
hierarquia, embora todos os auxiliares conheçam de tudo para atender a qualquer
eventualidade.
Nas casas menores de
candomblé, o babalorixá, além da função sacerdotal, acumula diversas outras
funções, devendo ser conhecedor das folhas sagradas, seus segredos e aplicações
litúrgicas; em caso de rituais ligados aos egunguns, ou se especializa, ou
consulta um ojé quando necessário. Quando a casa ainda não tem um ogã
confirmado, ele mesmo faz os sacrifícios; quando a casa ainda não tem alabê,
normalmente o babalorixá convida alabês das casas irmãs para tocar o candomblé;
na ausência da iabassê ou equede, ele mesmo faz as comidas dos orixás, costura
as roupas das iaô, faz as compras e outras tarefas do dia a dia.
No Batuque, o
babalorixá ou iyalorixá tem a responsabilidade de formar novos sacerdotes, que
darão continuidade aos rituais. Para isto é preciso preparar novos filhos de
santo, que durante um certo período de tempo aprenderão todos os rituais para
preservação dos cultos.
O Babá na Umbanda tem
iniciação na umbanda é diferente da iniciação no candomblé, e o iniciado na
umbanda não passa pelos mesmos preceitos que o iniciado no candomblé.
As religiões monoteístas ocidentais são
ressurreicionista, isto é, acreditam na ressureição dos mortos para uma vida
eterna. No Oriente, a maioria das religiões são reencarnacionistas, isto é,
acreditam na reencarnação do morto em um novo ser para uma nova vida, mas
existem exceções e especifidades como as religiões afro-brasileiras, as quais
foram fortemente originadas e/ou influenciadas pela religião Iorubá (Candomblé,
Batuque e a Umbanda. Copie o texto no caderno. Leia atentamente e descreva a
noção de juízo final, céu e inferno na religião Iorubá.
Os iorubás creem em vida após a morte e principalmente na
reencarnação, e assim os mortos recebiam cuidados funerários para uma boa
pós-vida. Com relação à vida após a morte, não há consenso sobre a localização
do outro mundo, se embaixo da terra ou em um mundo invisível separado dos
vivos. Outros achavam que os mortos iriam viver em tribos antigas.
Quando morto, o indivíduo passava uma longa jornada, um rio
com um barqueiro que precisa ser remunerado. Havia montanhas, portões. Assim,
as cerimônias eram realizadas com comidas e bebidas para que o morto acumulasse
energia para transcender ao outro mundo. Segundo a tradição, a forma
humana (ara) é moldada em barro por Orisanlá e em seguida
Oloddumare infla seu hálito, chamado emi (espírito). Além
destes, o ser humano recebe a “alma”. Muitos tradutores antigos traduzem “alma”
como okan (coração) ou emi. O coração é um
órgão tangível, mas a “alma” é intangível. Assim, quando o corpo morre, o
espírito e a essência aqui chamada de “alma” não acabam, mas voltam para
Oloddumare, a fonte das almas.
Portanto, a morte não é vista como extinção, mas como
prolongamento da vida. Para se tornar um ancestral conceituado, o homem tem que
viver bem, morrer bem e deixar bons filhos. Se morresse um jovem ou ocorresse
uma morte inesperado, isto era encarado com tristeza. Caso fosse um idoso que
teve uma vida próspera, ocorria uma celebração, haja visto a relação com os
ancestrais.
Copie os
trechos da entrevista abaixo. Leia atentamente e descreva o rito fúnebre
(velório, sepultamento e luto no Candomblé e os orixás que conduzem o falecido
no pós-vida.
Para
compreendermos um pouco sobre os ritos de passagem do candomblé eu tive a honra
de entrevistar a Pedagoga Denise Botelho, uma estudiosa do assunto e praticante
do candomblé da nação Ketu, sobre questões que permeiam este tema. Abaixo
seguem os principais pontos da entrevista.
Você
poderia nos explicar o papel de Iansã, a senhora dos cemitérios, e Omolú no
contexto dos rituais do candomblé?
Denise
ressalta que suas respostas não são dogmas dentro do candomblé porque, como os
ensinamentos são passados de forma oral, existem variações de casa para casa.
Eu
penso que há uma ausência de reflexão sobre o fenômeno religioso na vida do ser
humano por parte da psicologia. Por isso, eu penso ser papel do psicólogo
compreender e dar voz a todas as maneiras que o ser humano possui para se
expressar no mundo e, claro, a religião é uma delas.
Axé!
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.