segunda-feira, 28 de setembro de 2020

Turma 72 Língua Portuguesa Profº Lucienne Flores Gross (28/09 à 02/10)

Atividades Domiciliares nº 26  Língua Portuguesa    Profº Lucienne Flores Gross

Período de: 28/09 à 02/10

Instruções: Leia a Crônica "Fobia", de Luís Fernando Veríssimo e

responda as questões de interpretação do texto!

OBS: Após copiar e responder a atividade, tirar foto e mandar para o meu Whats 

(privado) para avaliação!


  Crônica: Fobia

             


 Luís Fernando Veríssimo

     Não sei como se chamaria o medo de não ter o que ler. Existem as conhecidas claustrofobia (medo de lugares fechados), agorafobia (medo de espaços abertos), acrofobia (medo de altura) e as menos conhecidas ailurofobia (medo de gatos), iatrofobia (medo de médicos) e até a treiskaidekafobia (medo do número 13), mas o pânico de estar, por exemplo, num quarto de hotel, com insônia, sem nada para ler não sei que nome tem. É uma das minhas neuroses. O vício que lhe dá origem é a gutembergomania, uma dependência patológica na palavra impressa. Na falta dela, qualquer palavra serve. Já saí de cama de hotel no meio da noite e entrei no banheiro para ver se as torneiras tinham “Frio” e “Quente” escritos por extenso, para saciar minha sede de letras. Já ajeitei o travesseiro, ajustei a luz e abri uma lista telefônica, tentando me convencer que, pelo menos no número de personagens, seria um razoável substituto para um romance russo. Já revirei cobertores e lençóis, à procura de uma etiqueta, qualquer coisa.

        Alguns hotéis brasileiros imitam os americanos e deixam uma Bíblia no quarto, e ela tem sido a minha salvação, embora não no modo pretendido. Nada como um best-seller numa hora dessas. A Bíblia tem tudo para acompanhar uma insônia: enredo fantástico, grandes personagens, romance, sexo em todas as suas formas, ação, paixão, violência, – e uma mensagem positiva. Recomendo “Gênesis” pelo ímpeto narrativo, “O cântico dos cânticos” pela poesia e “Isaías” e “João” pela força dramática, mesmo que seja difícil dormir depois do Apocalipse. 

        Mas, e quando não tem nem a Bíblia? Uma vez liguei para a recepcionista do hotel de madrugada e pedi uma Amiga.

        – Desculpe, cavalheiro, mas o hotel não fornece companhia feminina…

        – Você não entendeu! Eu quero uma revista Amiga, Capricho, Caras, qualquer coisa.

        – Infelizmente, não tenho nenhuma revista.

        – Não é possível! O que você faz durante a noite?

        – Tricô.

        Uma esperança!

        – Com manual?

        – Não.

        Danação.

        – Você não tem nada para ler? Na bolsa, sei lá.

        – Bem… Tem uma carta da mamãe.

        – Manda!

Luís Fernando Veríssimo. Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.

Fonte: Língua Portuguesa. Entre palavras – Edição renovada. Mauro Ferreira. 5ª série. Ed. FTD – São Paulo – 1ª edição – 2002. P. 12-5.



Entendendo a crônica:


01 – Em um texto narrativo, quem conta a história é o narrador, que pode ser de dois tipos:

·        Aquele que apenas conta a história, sem participar dos acontecimentos.

·        Aquele que é também personagem, isto é, conta o que aconteceu com ele mesmo.

No texto lido, quem conta os fatos e apenas narrador ou é narrador-personagem?

      

02 – O narrador fala de situações que ele viveu e que foram motivadas por uma fobia que ele tem.

a)   Qual é essa fobia?


b)   O narrador cita algumas maneiras que ele já usou para, de forma desesperada, resolver o problema. O que ele fez, em cada caso?


03 – Releia: “Já ajeitei o travesseiro, ajustei a luz e abri uma lista telefônica, tentando me convencer que, pelo menos no número de personagens, seria um razoável substituto para um romance russo.”

a)   Em uma história, o que são as personagens?


b)   Os nomes que aparecem em uma lista telefônica são realmente personagens? Por quê?


c)   O narrador dá a entender que, nos romances russos, aparecem muitas ou poucas personagens? Justifique sua resposta.


04 – Releia: “[...] deixam uma Bíblia no quarto, e ela tem sido a minha salvação, embora não no modo pretendido. Nada como um best-seller numa hora dessas.”

a)   Costumeiramente, que tipo de salvação a Bíblia oferece aos leitores?


b)   A Bíblia “salva” o narrador de que situação?


c)   Calcula-se que já tenham sido impressos mais de três bilhões de cópias da Bíblia. Ela é o maior best-seller de todos os tempos. O que significa dizer que um livro é um best-seller?


05 – Releia: “Recomendo [...] ‘Isaías’ e ‘João’ pela força dramática, mesmo que seja difícil dormir depois do Apocalipse”. O Apocalipse é uma das diversas partes da Bíblia. Baseado no trecho acima, você acha que, no Apocalipse, são narradas coisas agradáveis ou coisas terríveis e ameaçadoras?

    

06 – O narrador diz que é maníaco por leitura. E você, de que tipo de leitura mais gosta? Procure se lembrar de um livro ou de uma história que você tenha lido e que tenha achado muito interessante. Converse com seus colegas sobre essa sua experiência com a leitura.

  

07 – Na escola e também fora dela, você tem contato com diferentes tipos de textos escritos ou falados. Cada texto tem uma finalidade: ensinar, divertir, orientar, discutir um assunto, etc.

a)   Na sua opinião, para que serve o texto que estamos estudando?


b)   No final do texto, aparece, em letras menores, o título do livro do qual esse texto foi extraído. Esse título confirma a resposta que você deu no item a? Justifique.




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