quarta-feira, 16 de setembro de 2020

Turma 82 - História - Professora Suélen (14/09 a 16/09)

 > Leia o texto abaixo. Copie as questões, em seu caderno, e as responda.

Atividades de Avaliação. Envie as fotos para o whats da professora.

Revolta dos Farrapos (1835-1845)

A Guerra dos Farrapos, também chamada de Revolução Farroupilha, foi a mais longa revolta regencial, com 10 anos de duração. Esse conflito, que ocorreu no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, teve início em 1835 e só terminou no ano de 1845 com um acordo entre os farroupilhas e governo imperial – já durante o Segundo Reinado.

O período regencial (1831 a 1840) foi marcado por fortes conflitos políticos e pelas chamadas Revoltas Regenciais, como a Cabanagem, a Balaiada, a Sabinada e a própria Revolta Farroupilha.

Desde o período colonial, as elites locais do Rio Grande do Sul atuaram na defesa do território contra as investidas espanholas. Essas elites esperavam, como contrapartida, que o Governo Central investisse no desenvolvimento econômico da região. Entretanto, isso não aconteceu.

As palavras farroupilhas e farrapos referem-se a pessoas vestidas com roupas gastas. No entanto, a maioria dos líderes desse dessa revolta nada tinham de esfarrapados, já que eram estancieiros – possuíam terras e criavam gado.

A economia do sul do Brasil baseava-se na criação de gado e na produção de charque, que era vendido para outras províncias brasileiras. Nessa época, os sul-rio-grandenses reclamavam da concorrência dos produtores uruguaios e argentinos, que também vendiam carne para o Brasil. Como os impostos de importação eram baixos, o charque importado (que vinha de fora do país) era mais barato que o charque produzido no Rio Grande do Sul.

Além disso, o governo central subiu a taxa de importação de sal, insumo básico para a produção do charque, o que encarecia ainda mais o charque gaúcho, tornando-o menos competitivo no mercado. Tudo isso gerava uma enorme desvantagem para os pecuaristas do Rio Grande do Sul.

Insatisfeitos com as decisões do governo central em relação às taxações sobre o charque e com a centralização política que não favorecia o Rio Grande do Sul, a elite local decidiu se rebelar.

Entre os líderes farroupilhas destacaram-se o estancieiro Bento Gonçalves, o militar Davi Canabarro e o revolucionário italiano Giuseppe Garibaldi.

A Revolta

No dia 20 de setembro de 1835, as tropas farroupilhas comandadas por Bento Gonçalves conseguiram conquistar Porto Alegre, capital da província. No entanto, já em abril de 1836 o governo central retomou o comando da capital. A frase, presente até hoje, na bandeira de Porto Alegre “Leal e Valerosa Cidade de Porto Alegre” foi uma homenagem de Dom Pedro II à cidade pelo seu posicionamento a favor do Império e pela resistência aos farrapos.

Apesar de retomar o controle de Porto Alegre, o governo central não conseguiu derrotar os farrapos. Em setembro de 1836, aconteceu a primeira grande batalha envolvendo as tropas do Governo e os farrapos. Comandados pelo General Netto, os farrapos obtiveram vitória e, empolgados com esse momento, declararam a separação do Estado e proclamaram a República Rio-Grandense, também chamada de República Piratini, nome de sua capital.

Em julho de 1839, os farroupilhas conquistaram Laguna em Santa Catarina e fundaram a República Juliana, aliada à República Rio-Grandense.

Em 1842 (Segundo Reinado), o movimento farroupilha começou a ser combatido mais duramente pelo governo central, em ações lideradas por Luís Alves de Lima e Silva, que mais tarde recebeu o título de Duque de Caxias por ter reprimido revoltas regenciais.

Em março de 1945, foi assinado o Tratado de Poncho Verde entre os farroupilhas e as tropas imperiais. Os revoltosos receberam anistia e não foram punidos. No documento, ficou determinado que:

·       os oficiais do exército farroupilha foram incorporados ao exército nacional, ocupando os mesmos postos;

·       os farrapos puderam escolher o presidente da província do Rio Grande do Sul

·       as dívidas do governo republicano ficariam por conta do Império;

·       os escravizados que lutaram nas tropas republicanas seriam libertos;

·       o aumento das taxas para a importação do charque estrangeiro para proteger a produção brasileira.

No entanto, os escravizados que lutaram na Revolta Farroupilha foram, em sua maioria, mortos antes de conseguirem a liberdade, já que nem os farrapos nem o Império queriam libertá-los, ambos eram escravistas e se beneficiavam do trabalho dos escravizados.

 

 

Questões

1.         Qual as principais reivindicações dos líderes farrapos no início da Revolta?

2.         Sobre o Tratado de Poncho Verde, qual das determinações não foram cumpridas? Por quê?

3.         Reflita sobre qual o significado dessa revolta para a cultura sul-rio-grandense e escreva, no mínimo 6 linhas, explicando seu ponto de vista.



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