quarta-feira, 2 de setembro de 2020

Turma 92 - Ensino Religioso - Professora Fernanda (31/08 a 04/09/2020)

 

ATIVIDADES DOMICILIARES – SEMANA 22

Disciplina: Ens. Religioso | Turma: 92 | Professora: Fernanda Golembiewski

Período a que corresponde a atividade domiciliar: 31/08 a 04/09/2020.

 

ORIENTAÇÕES:

- Realizar a atividade no caderno de Ensino Religioso;

- Registrar, no caderno, a data em que a atividade está sendo realizada;

- A atividade será vista pela professora na volta das aulas presenciais.


Bons estudos! 😊


Na última atividade de Ensino Religioso, aprendemos que as questões a respeito da origem da vida e da morte são muito importantes para as diferentes crenças e para as pessoas religiosas. Aprendemos, também, sobre as ideias que os antigos egípcios possuíam sobre a vida após a morte.

Na atividade desta semana, continuaremos o estudo sobre esse assunto, a partir da leitura de uma história contada pelo escritor indígena Daniel Munduruku.

 

Leia o texto abaixo (não é preciso copiar):

 

Todo Igarapé um dia se junta ao grande rio Tapajós

Daniel nasceu em uma aldeia em Belém do Pará, mas desde menino aprendeu a ter raiva de ser “índio”, pois na escola da cidade o chamavam de selvagem, vagabundo. Hoje Daniel tem orgulho de sua origem e escreve histórias de sua gente. Uma delas vamos conhecer agora.

Daniel Munduruku era menino pequeno, ele não falava muito com seu avô porque ele era um velho misterioso que falava pouco, mas dava conselhos sobre as ervas e plantas que curam. Uma vez, percebendo que seu neto Daniel estava triste, o avô o chamou para tomar banho no igarapé.

Chegando lá ele disse: “Está vendo aquela pedra na cachoeira?” Sente-se nela e fique lá e não saia até eu mandar você sair. Enquanto isso seu avô tomou um longo banho para relaxar seu corpo cansado e velho. Ao final da tarde, o avô disse: “Pode vir tomar banho”. Daniel mergulhou com vontade, quando subiu à tona ele olhou para os lados e não viu seu avô, então saiu gritando seu nome: “Vovô Apolinário, vovô Apolinário. (...) O velho avô indígena disse que esperava que seu neto tivesse aprendido algo com o rio, mas na época ele não havia aprendido ainda. Então o sábio indígena disse:

- Você chegou à aldeia muito triste. Veio da cidade se sentindo inferior, pois lá as pessoas o maltrataram. Está na hora de aprender algumas coisas sobre quem você é, e foi por isso que eu te trouxe aqui.

Você viu o rio, ouviu as águas e o que eles lhe ensinaram? A paciência e a perseverança. Paciência de seguir o próprio caminho de forma constante, sem nunca apressar o seu curso. Perseverança para ultrapassar todos os obstáculos que surgirem no caminho.

O rio sabe aonde quer chegar e sabe que vai chegar não importa o que aconteça. Ele sabe que seu destino é se juntar ao grande rio Tapajós. Temos de ser como o rio, meu neto. Temos que acreditar que somos como um pequeno fio na teia da vida, mas um fio importante sem o qual a teia desmorona. Quando você estiver triste, venha para cá ouvir o rio.

Foi o maior discurso que o pequeno indígena Daniel Munduruku tinha ouvido de seu avô. Ele falava pouco, mas dizia muito.

Nessa época Daniel não compreendia muito bem as palavras de seu avô, mas guardava bem guardado em seu coração.

Outro dia, na beira da fogueira, o velho sábio indígena falou assim:

- Têm coisas que nunca vamos saber, pois nossa vida é curta. Mas todas elas podem ser lidas na natureza porque ela sempre esteve aqui. Os homens buscam as respostas e as curas no céu, sendo que elas estão na terra. Quem quiser conhecer as coisas deve perguntar para nosso irmão o fogo, pois ele esteve presente na criação do mundo, ou aos quatro ventos, ou as águas puras dos rios, ou ainda a nossa Mãe Primeira: a terra (Ele falava e se calava contemplando o fogo à sua frente). O nosso mundo está vivo, a terra está viva, os rios, o fogo, o vento, as árvores, os pássaros, os animais e as pedras, estão todos vivos. São todos nossos irmãos e irmãs. Quem destrói a terra destrói sua própria alma e não merece viver.

Depois de assimilar as lições de seu velho avô, passado algum tempo, Daniel volta correndo para a aldeia e chega dizendo orgulhoso: “Vovô, vovô eu sou índio”. Então seu avô abriu um belo sorriso e disse:

- Então já é hora de eu me juntar ao Grande Rio Tapajós porque você aprendeu a lição, meu neto.

Mas Daniel ficou desesperado:

- Vovô, eu tenho tanto para aprender com você, têm tantas lições que você tem que me ensinar.

Serenamente o avô disse: “Lembre-se sempre, meu neto, que só há duas coisas importantes para se saber na vida: a primeira é nunca se preocupar com coisas pequenas e a segunda é que todas as coisas são pequenas”.

E com essas palavras ele se juntou ao Grande Rio.

 

 (MUNDURUKU, 2009. Adaptado) 

Referência: Ensino religioso: diversidade cultural e religiosa. Secretaria de Estado da Educação do Paraná. Curitiba: SEED/PR., 2013. p. 237.


Copie e responda as atividades abaixo:

 

1.  Registre o título e o nome do autor do texto.

 

2.  Quais lições sobre a vida o menino Daniel aprendeu com o seu avô Apolinário?

 

3.  Qual é a importância dada à natureza nos ensinamentos do avô Apolinário? Cite um exemplo do texto na sua resposta.

 

4.  Como a morte é tratada na história? Na sua opinião, qual é o significado da frase “juntar-se ao Grande Rio”?


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