As
grandes navegações
No final da Idade Média, o mundo que os europeus conheciam resumia-se ao
Oriente Médio, ao norte da África e às Índias, nome genérico pelo qual
designavam o Extremo Oriente, isto é, leste da Ásia.
Grande parte dos europeus conhecia apenas o Extremo oriente por meio de
relatos; como o do viajante veneziano Marco Pólo, que partiu de sua cidade em
1271, acompanhando seu pai e seu tio em uma viagem àquela região.
Mesmo as informações de que os europeus dispunham sobre muitas das
regiões conhecidas eram imprecisas e estavam repletas de elementos fantasiosos.
Durante os séculos XV e XVI (15 e 16), exploradores europeus, mas
principalmente sob as coroas portuguesa e espanhola, começaram a aventurar-se
pelos oceanos, especialmente pelo oceano Atlântico, mas também pelos
oceanos Pacífico e Índico, dando início à chamada Era das Navegações e aos descobrimentos
marítimos.
As primeiras rotas das grandes navegações. Portugal e Espanha estão na cor rosa no mapa.
Observe as flechas que saem de Portugal e Espanha em direção aos outros continentes. Estas
flechas indicam os caminhos marítimos que as embarcações fizeram.
Os objetivos das grandes navegações
No século XV (15), os países europeus que quisessem comprar especiarias
(pimenta, açafrão, gengibre, canela e outros temperos), tinham que recorrer aos
comerciantes de Veneza ou Gênova, que possuíam o monopólio destes produtos. Com
acesso aos mercados orientais - Índia era o principal - os burgueses italianos
cobravam preços exorbitantes pelas especiarias do oriente. O canal de
comunicação e transporte de mercadorias vindas do oriente era o Mar
Mediterrâneo, dominado pelos italianos. Encontrar um novo caminho para as
Índias era uma tarefa difícil, porém muito desejada. Portugal e Espanha
desejavam muito ter acesso direto às fontes orientais, para poderem também
lucrar com este interessante comércio.
Um outro fator importante, que estimulou as navegações nesta época, era
a necessidade dos europeus de conquistarem novas terras. Eles queriam isso para
poder obter matérias-primas, metais preciosos e produtos não encontrados na
Europa. Até mesmo a Igreja Católica estava interessada neste empreendimento,
pois, significaria novos fiéis.
Os reis também estavam interessados, tanto que financiaram grande parte
dos empreendimentos marítimos, pois com o aumento do comércio, poderiam também
aumentar a arrecadação de impostos para os seus reinos. Mais dinheiro
significaria mais poder para os reis absolutistas da época.
Pioneirismo português
Portugal foi o pioneiro nas navegações dos séculos XV e XVI devido a uma
série de condições. A grande experiência em navegações, principalmente da pesca
de bacalhau, ajudou muito Portugal. As caravelas, principal meio de transporte
marítimo e comercial do período, eram desenvolvidas com qualidade superior à de
outras nações. Portugal contou com uma quantidade significativa de
investimentos de capital vindos da burguesia e da nobreza, interessadas nos
lucros que este negócio poderia gerar. Neste país também houve a preocupação
com os estudos náuticos, pois os portugueses chegaram a criar até mesmo uma
centro de estudos: A Escola de Sagres. Além disso, no contato com os mouros,
aprenderam as técnicas de navegação que esses povos já conheciam.
Atividades
1. Localize
no mapa as cidades de Gênova e Veneza (duas cidades italianas, banhadas pelo
Mar Mediterrâneo). Reflita como é possível chegar às Índias (Índia na Ásia) sem passar
pelo mar Mediterrâneo.
2. O que
foram as grandes navegações?
3. O que
havia nas Índias que era importante para a economia de Portugal e outros países
europeus?
4. Quais
motivos levaram Portugal e Espanha a procurarem outro caminho, que não o
mar Mediterrâneo, para chegar às Índias?
5. Por
que as monarquias europeias buscavam outras terras nesse período?
6. Quais
os interesses da Igreja Católica com a conquista de terras que desconheciam?
7. Quais
motivos levaram Portugal a ser pioneiro nas navegações pelos oceanos?
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