quarta-feira, 17 de junho de 2020

Turma 72 - História - Professora Suélen (15/06 a 19/06)


> Leia o texto. Copie e responda as questões no seu caderno.



América indígena

Ao longo do tempo, os povos originários que viviam no continente americano receberam diversos nomes. Vejamos alguns:
·         pré-colombianos: termo que toma como referência a chegada do navegador Cristóvão Colombo à América;
·         nativos: termo que designa aqueles que nascem e vivem em um local;
·         índios: termo que se popularizou a partir de um equívoco de Colombo. Esse navegador não sabia que tinha chegado em outro continente (América), ele pensou que estava nas Índias.
Na realidade, esses nomes são convenções criadas para se referir a mais de 3 mil povos diferentes que viviam na América antes da chegada dos europeus no século XV (15).
Atualmente, os povos originários americanos têm assumido a autodeclaração de indígena para se identificar, lutar por seus direitos e valorizar suas culturas.
Na última atividade, estudamos sobre alguns povos indígenas que viveram (e vivem) no Brasil. Nesse texto, estudaremos sobre outros povos da América. Observe o mapa do continente americano e percebe a quantidade de povos nativos.




Antes da chegada dos europeus, havia muitos povos diferentes na América. Civilizações complexas, como a dos Maias, Astecas e Incas, que nos deixaram importantes registros de seus conhecimentos astronômicos, matemáticos, agrícolas, além de obras arquitetônicas e artísticas de grande refinamento e beleza. Também havia sociedades nômades e seminômades que viviam nesse continente, como, por exemplo, as populações nativas do território que hoje chamados de Brasil.
Os europeus encontraram a América durante suas viagens em busca de metais preciosos e especiarias. Após conhecerem a América, os europeus a invadiram e dizimaram boa parte dessa população. Estima-se que antes da invasão europeia no século XV, havia cerca de 50 milhões de pessoas vivendo na América. A América é um continente enorme onde viviam muitos povos, no entanto, vamos abordar neste texto apenas três desses povos: maias, astecas e incas. Esses três povos possuíam algumas características comuns entre si: a agricultura como principal atividade econômica, técnicas avançadas para o cultivo do solo, domínio de técnicas aprimoradas de artesanato, atividades comerciais, práticas religiosas politeístas (acreditavam em vários deuses), forte tradição guerreira e conhecimentos matemáticos e de astronomia.



A civilização maia, praticamente desaparecida na época da conquista espanhola, desenvolveu-se na área que corresponde ao sul do atual México, a Guatemala, Belize e Honduras. A história dessa civilização se iniciou por volta do século VIII a.C. (8 a.C.), tendo seu auge entre os anos 300 d.C. e 900 d.C. Quando os europeus chegaram na América, essa civilização já estava em decadência. Pouco se sabe o que ocasionou o desmantelamento dessa civilização. Ainda são necessárias mais pesquisas e escavações para compreender o fim dessa civilização.
Os maias organizavam-se em cidades-estados, que tinham governos, leis e costumes próprios. Apesar da autonomia, essas cidades-estados mantinham alianças e relações comerciais. As principais cidades foram Copán (na atual Honduras), Tikal (na atual Guatemala), Chichén Itzá e Palenque (ambas no atual México).
Em muitas cidades maias, foram erguidos belos palácios e templos em forma de pirâmide. Na cidade de Tikal, por exemplo, arqueólogos encontraram mais de 3 mil construções. Entre elas, o templo do Grande Jaguar, que tinha aproximadamente a altura de um prédio de 20 andares. Atualmente, a área da antiga cidade de Tikal foi transformada em um parque nacional e declarada Patrimônio da Humanidade pela Unesco.
O chefe de cada cidade exercia funções políticas e religiosas e era considerado um representante dos deuses. A sociedade maia era extremamente hierarquizada. Havia uma pequena elite composta por nobres, sacerdotes e guerreiros. Na escala social seguiam-se os artesãos e trabalhadores livres, a maioria agricultores, que deviam pagar tributos para o governo. O pagamento desses tributos tinha uma conotação sagrada e constituía-se de parte da produção agrícola e prestação de trabalho, como reparo e construção de estradas.

Os maias criaram um sistema de escrita e produziram livros chamados códices. Embora a maioria dos códices tenha sido destruída pelas europeus, restaram alguns deles e foram decifrados no século XX (20). Os códices são fontes históricas importantes que apresentam aspectos da cultura maia. Nesses livros, os maias registraram o cotidiano, as crenças religiosas e os conhecimentos científicos. Além dos livros, a escrita maia pode ser encontrada nos monumentos de pedra, escadarias e artigos de cerâmica.


Folha do códice (livro) maia








ASTECAS

Também conhecidos como mexicas (de onde deriva o nome México), os astecas eram originalmente povos nômades, guerreiros e caçadores, falavam a língua nahuatl. Provavelmente originários do sul do atual território norte-americano, emigraram para a região do México e lá se estabeleceram no século IV (4), fundando o núcleo inicial da futura cidade de Tenochtitlán (atual cidade do México).
Enquanto seus “vizinhos” maias entraram em decadência, os astecas começaram a crescer por volta do século XII (12).
Quando os espanhóis chegaram à região, no século XVI (16), os astecas dominavam um poderoso império no vale central do México, formado por 38 províncias, sujeitas ao pagamento de impostos ao governo asteca.
Os astecas ampliaram seu território por meio da guerra: conquistaram cidades e povos vizinhos, transformando-se em um vasto império que chegou a reunir 11 milhões de pessoas. Para eles, a guerra também tinha uma dimensão religiosa. Acreditavam ser o povo escolhido pelo deus Sol, Huitzilopochtli, destinado a conquistar e dominar outros povos. Segundo sua tradição, os guerreiros que morressem lutando atingiam o paraíso.
A sociedade asteca era hierarquizada. Existiam nobres, comerciantes, artesãos e camponeses. Entre os nobres, estavam o imperador, sacerdotes, chefes militares, governadores de províncias e altos funcionários do Estado. Também havia uma elite de ricos comerciantes e artesãos. A maioria da população era formada por camponeses (os que trabalham na agricultura) que eram obrigados a pagar tributos para o governo.

Além disso, criavam animais como perus, patos e cachorros. Comercializavam bens como tecidos, peles, cerâmicas, sal, ouro e prata. Dominavam técnicas de ourivesaria, cerâmica, tecelagem e engenharia, aplicada, por exemplo, na construção de diques, templos e aquedutos. Produziam obras de arte como máscaras em forma de mosaico representando, muitas vezes, divindades.
Assim como os maias, os astecas eram politeístas e tinham o costume de construir templos em formato de pirâmides para os diferentes deuses. Alguns deles eram: Huitzilopochtli (deus da guerra e do trovão), Tlaloc (deus da chuva e do trovão) e Quetzalcóatl, também conhecido como serpente emplumada, (deus da água, da terra, da escrita, do calendário e das artes). Nesses templos, realizavam cultos religiosos, entre eles rituais de sacrifício humano. Geralmente, as pessoas sacrificadas eram prisioneiros de guerra.
Nesses códices, os astecas descrevem eventos importantes da sua história e cenas da vida cotidiana relacionadas à comida, bebida, diversão e educação. O mais conhecido foi o Códice Medonza.
A educação das crianças parece ter sido uma das principais preocupações dessa sociedade. Os astecas tinham um calendário com cálculo preciso do ano solar (com 365 dias). Médicos astecas podiam consolidar os ossos quebrados e fazer obturação em dentes. O planejamento urbano era impecável. Suas obras públicas incluíam quilômetros de estradas e aquedutos. A capital Tenochitlán foi erguida em área pantanosa, cuidadosamente drenada e aterrada para comportar cerca de 100 pirâmides e torres. 



desenho asteca que retrata o consumo de cacau



Chinampas

Folha do códice de Mendoza. Observe que estão retratados os guerreiros astecas.





INCAS

Na América do Sul, os incas habitavam a região andina onde expandiram seu império a partir da cidade de Cuzco (capital do Império Inca, no território que corresponde ao atual Peru. No século XV (15), expandiram suas fronteiras, chegando a dominar grande parte das áreas que hoje compõem o Peru, Bolívia, o Equador e o norte da Argentina e do Chile. Os incas chamavam seu grande império de “As Quatro Terras” ou “Os Quatro Cantos do mundo”, Tawantinsuyu.
Os incas adotaram uma maneira peculiar de dominar outros povos: antes de estabelecer o domínio em uma região, eles procuravam convencer a população das vantagens de se tornar membros do Império Inca. E os guerreiros faziam questão de destacar a importância do culto ao Sol e da língua quíchua. O império inca chegou a abranger uma população de 12 milhões de pessoas.
O imperador inca era considerado uma divindade e recebia o nome de Sapa Inca e de filho do Sol. Quando morria, o Sapa Inca era mumificado e cultuado.
Além do imperador, a elite inca era composta por sacerdotes, chefes militares, governadores de províncias e funcionários do Estado. Também havia grupos privilegiados de artesãos, guerreiros, projetistas e contabilistas. A maioria da população era formada por camponeses. Os principais produtos agrícolas eram milho, batata, feijão, quinoa, tomate e tabaco. Criavam animais como lhamas e alpacas. Esses animais eram utilizados para transporte de cargas e para a obtenção da lã, leite e carne.
Os incas desenvolveram a tecelagem, a cerâmica, a metalurgia do bronze e do cobre e a ourivesaria de ouro e prata. Construíram palácios, templos, estradas pavimentadas, aquedutos, canais de irrigação e terraços agrícolas nas encostas das montanhas.
O imperador Inca se esforçava para manter o controle do império, nomeando uma espécie de governador para administrar cada região e prestar contas. Os cobradores de impostos exerciam importante função administrativa.
Os incas se destacaram pelos conhecimentos contábeis, pela organização do trabalho, pela construção de estradas e pela criação de um sistema de correios.
Para facilitar a complicada contabilidade da produção agrícola, que também era a base da economia, os incas utilizavam cordões com nós chamados quipos Os incas não tinham escrita, mas um complexo sistema de informações que consistiam em cordões coloridos nos quais se faziam vários nós. A cor e a quantidade de nós registravam diferentes informações, como a produção de alimentos, o número de habitantes do império e o valor dos tributos. Além da função econômica, os quipos eram utilizados também para registrar o censo populacional e outros números importantes para os administradores públicos. 
As terras do Império Inca eram cortadas por uma rede de estradas talhadas nas encostas das montanhas, percorridas por caravanas de lhamas e pelos mensageiros do imperador. As estradas eram pavimentadas com pedras e tinham uma extensão de mais 23 mil quilômetros, unificando todas as partes do império. A construção das estradas era assegurada pela mita, sistema de distribuição de tarefas pelo qual os camponeses eram obrigados a prestar serviços ao Estado durante alguns dias do ano.
O principal vestígio da civilização inca é a cidade de pedra de Machu Picchu, no Peru que sobreviveu à conquista espanhola. A cidade foi construída no topo de uma montanha no Vale do Rio Urubamba, a cerca de 2.400 metros de altitude. Abandonada por seus habitantes em época incerta, a cidade ficou coberta pela vegetação até ser encontrada numa expedição arqueológica em 1911. Em 1983, Cuzco e Machu Picchu foram declaradas Patrimônio da Humanidade pela Unesco.



Machu Picchu




Terraças incas


Variedades de batatas cultivadas nos dias atuais no Peru. Essas variedades são cultivadas desde o período dos incas.


Atividades

1.    Observe o mapa da página 109 do seu livro de História e responda: quem eram os povos que habitavam o Rio Grande do Sul no início do século XVI (16)?

2.    O que significa dizer que um povo é politeísta?

3.    Após ler o texto com atenção, faça, em seu caderno, anotações sobre cada um desses três povos. Se quiser e puder, pesquise mais sobre eles na internet e/ou em livros. 

4.    Cite duas fontes históricas, mencionadas no texto, que podem ser utilizadas para conhecer mais sobre os maias.

5.    Cite duas fontes históricas, mencionadas no texto, que podem ser utilizadas para conhecer mais sobre os astecas.

6.    Cite duas fontes históricas, mencionadas no texto, que podem ser utilizadas para conhecer mais sobre os incas.

7.    Cite duas criações desses povos que mais lhe chamaram a atenção e explique por que as escolheu.

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