segunda-feira, 31 de agosto de 2020

Turma 82 Língua Portuguesa Prof° Lucienne Flores Gross

 Atividades Domiciliares n° 22 / Língua Portuguesa / Prof° Lucienne Flores Gross

Período de: 31/08/20 à 04/09/20

Instruções: Ler a Fábula "Urubus e Sabiás", e responder as questões 

de Interpretação!



Fábula: Urubus e sabiás
        

Rubem Alves



    “Tudo aconteceu numa terra distante, no tempo em que os bichos falavam... Os urubus, aves por natureza becadas, mas sem grandes dotes para o canto, decidiram que, mesmo contra a natureza eles haveriam de se tornar grandes cantores.

E para isto fundaram escolas e importaram professores, gargarejaram dó-ré-mi-fá, mandaram imprimir diplomas, e fizeram competições entre si, para ver quais deles seriam os mais importantes e teriam a permissão para mandar nos outros. Foi assim que eles organizaram concursos e se deram nomes pomposos, e o sonho de cada urubuzinho, instrutor em início de carreira, era se tornar um respeitável urubu titular, a quem todos chamam de Vossa Excelência. Tudo ia muito bem até que a doce tranquilidade da hierarquia dos urubus foi estremecida. A floresta foi invadida por bandos de pintassilgos tagarelas, que brincavam com os canários e faziam serenatas para os sabiás... Os velhos urubus entortaram o bico, o rancor encrespou a testa, e eles convocaram pintassilgos, sabiás e canários para um inquérito.

        — Onde estão os documentos dos seus concursos? E as pobres aves se olharam perplexas, porque nunca haviam imaginado que tais coisas houvessem. Não haviam passado por escolas de canto, porque o canto nascera com elas. E nunca apresentaram um diploma para provar que sabiam cantar, mas cantavam simplesmente...

        — Não, assim não pode ser. Cantar sem a titulação devida é um desrespeito à ordem.
        E os urubus, em uníssono, expulsaram da floresta os passarinhos que cantavam sem alvarás...”.
        MORAL: Em terra de urubus diplomados não se houve canto de sabiá.

O texto acima foi extraído do livro "Estórias de quem gosta de ensinar — O fim dos Vestibulares", editora Ars Poética — São Paulo, 1995, pág. 81



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Entendendo a fábula:

01 – Identifique o fato que motivou a fábula.
      

02 – No trecho: “Os urubus, aves por natureza becadas, mas sem grandes dotes para canto, decidiram que, mesmo contra a natureza, eles haveriam de se tornar grandes cantores”.
        As palavras e a passagem em destaque exprimem, respectivamente, relações de:
a)   Oposição, finalidade e consequência.
b) Adversidade, finalidade e concessão.
c)   Adição, lugar e exceção.
d)   Oposição, local e condição.
e)   Adversidade, objetividade e exclusão.


Considere o trecho a seguir par responder:
“E as pobres aves se olharam perplexas, porque nunca haviam imaginado que tais coisas houvessem”.

03 – Não mudaria o sentido da frase, se substituíssemos a palavra “perplexas” por:
a)   Tristes.
b)   Magoadas.
c)   Felizes.
d)   Comprometidas.
e) Hesitantes.

04 – Sobre a moral da fábula: “Em terra de urubus diplomados não se ouve canto de sabiá”, assinale a opção correta.
a)   O período é composto por duas orações.
b)   O sujeito do verbo ouvir é canto de sabiá.
c)   Nessa frase, houve exploração da ênclise.
d)   O texto está na voz ativa.
e) "...de urubus diplomados" é sujeito simples.

05 – Assinale a alternativa que aponte o clímax da fábula.
a)   Os urubus decidiram se tornar cantores.
b)   Os urubus fizeram competições de canto entre si.
c) Os pássaros invadiram a floresta.
d)   Os velhos urubus convocaram os pássaros para um inquérito.

06 – Como termina a fábula?
a)   “... quando ‘Os velhos urubus entortaram o bico, o rancor encrespou a testa...’”.
b)   “[...] quando as pobres aves se olharam perplexas [...]”
c)   “[...] quando apresentaram um diploma para provar que sabiam cantar [...]”
d) "[...] quando os urubus expulsam da floresta os passarinhos que cantavam sem alvarás".




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