Atividades Domiciliares n° 22 / Língua Portuguesa / Prof° Lucienne Flores Gross
Período de: 31/08/20 à 04/09/20
Instruções: Ler a Fábula "Urubus e Sabiás", e responder as questões
de Interpretação!
Fábula: Urubus e sabiás
Rubem Alves
“Tudo aconteceu numa terra distante, no tempo em que os bichos falavam... Os urubus, aves por natureza becadas, mas sem grandes dotes para o canto, decidiram que, mesmo contra a natureza eles haveriam de se tornar grandes cantores.
E para isto fundaram escolas e importaram professores, gargarejaram dó-ré-mi-fá, mandaram imprimir diplomas, e fizeram competições entre si, para ver quais deles seriam os mais importantes e teriam a permissão para mandar nos outros. Foi assim que eles organizaram concursos e se deram nomes pomposos, e o sonho de cada urubuzinho, instrutor em início de carreira, era se tornar um respeitável urubu titular, a quem todos chamam de Vossa Excelência. Tudo ia muito bem até que a doce tranquilidade da hierarquia dos urubus foi estremecida. A floresta foi invadida por bandos de pintassilgos tagarelas, que brincavam com os canários e faziam serenatas para os sabiás... Os velhos urubus entortaram o bico, o rancor encrespou a testa, e eles convocaram pintassilgos, sabiás e canários para um inquérito.
— Onde estão os documentos dos seus concursos? E as pobres aves se olharam perplexas, porque nunca haviam imaginado que tais coisas houvessem. Não haviam passado por escolas de canto, porque o canto nascera com elas. E nunca apresentaram um diploma para provar que sabiam cantar, mas cantavam simplesmente...
— Não, assim não pode ser. Cantar sem a titulação devida é um desrespeito à ordem.
E os urubus, em uníssono, expulsaram da floresta os passarinhos que cantavam sem alvarás...”.
MORAL: Em terra de urubus diplomados não se houve canto de sabiá.
O texto acima foi extraído do livro "Estórias de quem gosta de ensinar — O fim dos Vestibulares", editora Ars Poética — São Paulo, 1995, pág. 81
.
Entendendo a fábula:
01 – Identifique o fato que motivou a fábula.
02 – No trecho: “Os urubus, aves por natureza becadas, mas sem grandes dotes para canto, decidiram que, mesmo contra a natureza, eles haveriam de se tornar grandes cantores”.
As palavras e a passagem em destaque exprimem, respectivamente, relações de:
a) Oposição, finalidade e consequência.
b) Adversidade, finalidade e concessão.
c) Adição, lugar e exceção.
d) Oposição, local e condição.
e) Adversidade, objetividade e exclusão.
Considere o trecho a seguir par responder:
“E as pobres aves se olharam perplexas, porque nunca haviam imaginado que tais coisas houvessem”.
03 – Não mudaria o sentido da frase, se substituíssemos a palavra “perplexas” por:
a) Tristes.
b) Magoadas.
c) Felizes.
d) Comprometidas.
e) Hesitantes.
04 – Sobre a moral da fábula: “Em terra de urubus diplomados não se ouve canto de sabiá”, assinale a opção correta.
a) O período é composto por duas orações.
b) O sujeito do verbo ouvir é canto de sabiá.
c) Nessa frase, houve exploração da ênclise.
d) O texto está na voz ativa.
e) "...de urubus diplomados" é sujeito simples.
05 – Assinale a alternativa que aponte o clímax da fábula.
a) Os urubus decidiram se tornar cantores.
b) Os urubus fizeram competições de canto entre si.
c) Os pássaros invadiram a floresta.
d) Os velhos urubus convocaram os pássaros para um inquérito.
06 – Como termina a fábula?
a) “... quando ‘Os velhos urubus entortaram o bico, o rancor encrespou a testa...’”.
b) “[...] quando as pobres aves se olharam perplexas [...]”
c) “[...] quando apresentaram um diploma para provar que sabiam cantar [...]”
d) "[...] quando os urubus expulsam da floresta os passarinhos que cantavam sem alvarás".
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