Leiam o texto abaixo com bastante atenção e façam um esquema sobre ele em seus cadernos. Depois copiem as questões em uma folha e as respondam em uma folha para entregar na volta às aulas.
Observe que os subtítulos em laranja correspondem a fases da Revolução Francesa.
Revolução Francesa foi o conjunto de eventos
que, de 1788 a 1799, alterou o quadro político, econômico e social da França.
Antes da revolução, a França era caracterizada pelo Antigo Regime, ou seja, o
absolutismo monárquico, o mercantilismo e a sociedade estamental. A revolução
rompeu com o antigo regime, que dominava a Europa desde o século XV (15).
Tornou-se, assim, um importante marco histórico, dando início a Idade
Contemporânea.
Dificuldade
econômicas
Dentre as principais causas da Revolução
Francesa, podemos destacar o custo da monarquia, pois o rei Luís XVI e a sua
corte gastavam enormes quantias para sustentar seus privilégios. As ideias
iluministas também influenciaram o desejo por reformas políticas e econômicas.
Os ideais de liberdade, igualdade e fraternidade acabaram estampados nas cores
da bandeira e também no hino da França.
O gasto com guerras pesou na economia do
país. O quadro econômico na França era péssimo e a fome ameaçava a população.
Secas prejudicavam a agricultura e acentuavam a miséria. Havia escassez de
alimentos, o que aumentava ainda mais a revolta da população. Além disso, a
divisão da sociedade francesa também pode ser considerada causa da revolução,
pois não havia mobilidade e a posição social dependia do nascimento.
A sociedade francesa era estamental, dividida
em três estados ou ordens. O clero integrava o primeiro estado, somando 0,5% da
população. A nobreza formava o segundo estado, somando 1,5% da população. A
burguesia e os trabalhadores formavam o terceiro estado, somando 98% da
população.
Os nobres possuíam quase todas as terras da
França, mas passavam a maior parte do tempo longe de suas propriedades e
estavam livres do pagamento de impostos. O clero compartilhava de vários
privilégios da nobreza. Além disso, somente os membros do clero e da nobreza
podiam receber pensões do Estado e exercer cargos públicos.
O terceiro estado era obrigado a pagar
grandes impostos para sustentar os privilégios do clero e da nobreza. Eram os
camponeses e trabalhadores das cidades os que mais sofriam com as situações
degradantes de trabalho e miserabilidade.
Além disso, muitos trabalhadores ficaram
desempregados porque os produtos industrializados vindos da Inglaterra eram
mais facilmente vendidos na França do que as próprias manufaturas francesas. Enquanto
camponeses e trabalhadores das cidades se queixavam da vida miserável que
levavam, os burgueses reclamavam por maior liberdade econômica e política.
Reação aristocrática (1788-1789)
Para tentar resolver os problemas econômicos
da França, o rei Luís XVI convocou a Assembleia dos Estados Gerais em 1788.
Esta Assembleia reunia membros dos três estados. Naquele momento, o objetivo
era fazer a nobreza e o clero também pagar impostos.
Seria feita, então, uma votação, que poderia
ocorrer de duas maneiras: por estado ou por cabeça. A votação por estado, ou
seja, um voto por estado, agradava a nobreza, pois obtendo apoio do clero,
sempre vencia o terceiro estado nas decisões. Eram dois votos contra um. Já a
votação por cabeça era exigida pelos membros do terceiro estado, que eram
numericamente maior do que o primeiro e o segundo estado juntos.
Em 1789, os deputados eleitos para os Estados
Gerais reuniram-se no Palácio de Versalhes. Durante essa reunião, os representantes
da nobreza e do clero queriam manter a votação por estado e, com o apoio do
rei, paralisaram os trabalhos da Assembleia.
Descontentes, o terceiro estado – liderados
pela burguesia – proclamaram-se Assembleia Nacional Constituinte com o
objetivo de elaborar uma Constituição para a França que limitasse o poder do
rei. Com a autoridade ameaçada, o rei ordenou dissolver a Assembleia Nacional
Constituinte e mandou tropas para enfrentar o terceiro estado. No entanto, os
revolucionários já tomavam as ruas de Paris exigindo “liberdade, igualdade e
fraternidade”.
No dia 14 de julho de 1789, os
revolucionários (membros do terceiro estado) invadiram a prisão da Bastilha,
considerada símbolo do poder absolutista. Nessa prisão, eram mantidos
criminosos comuns e adversários políticos. Ao invadi-la, os revolucionários
libertaram os presos e se apoderaram das armas guardadas no local. A invasão,
também lembrada como queda da Bastilha é o marco inicial para a História
Contemporânea.
A revolta popular iniciada em Paris
espalhou-se pela França. O rei foi obrigado a aceitar as medidas da Assembleia
Nacional Constituinte.
Assembleia Nacional Constituinte
(1789-1791)
Em julho de 1789, a Assembleia Nacional
Constituinte foi aberta com o objetivo de criar uma constituição na França. Além
disso, proclamaram a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, que
defendia o direito à liberdade e à igualdade jurídica. Essa Declaração foi
inspirada pelos ideias iluministas.
A Declaração dos Direitos do Homem e do
Cidadão anunciava a passagem dos súditos, educados para obedecer ao rei
absolutista, para os cidadãos do Estado contemporâneo. A partir de então, os
líderes revolucionários estimulavam a formação de cidadãos, que teriam o
direito de pensar livremente e de participar da vida pública.
O estudo da Revolução Francesa mostra que a
cidadania não nasceu de um dia para o outro nem saiu pronta de um documento,
como se fosse uma doação feita à sociedade pelos donos do poder. Tanto no
século XVIII (18) quanto nos dias atuais, a cidadania é uma construção dos
sujeitos históricos.
Monarquia Constitucional
(1791-1792)
Em 1791, a Assembleia aprovou uma
Constituição para a França, que se tornou uma monarquia constitucional. A
Constituição instituiu, entre outras coisas:
>
A Igualdade jurídica entre os cidadãos, mas com a manutenção da escravidão nas
colônias;
>
a liberdade de produção e de comércio, diminuindo a interferência do Estado e da
Igreja na economia e proibindo as greves de trabalhadores. Isso favoreceu a
alta burguesia, que se tornou um dos grupos mais poderosos da França;
>
a redução do poder do clero, garantindo liberdade religiosa, a separação do
Estado e da Igreja e a nacionalização dos bens do clero;
>
a divisão dos três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário);
>
a representatividade popular pelo voto. No entanto, somente os cidadãos com
renda alta tinham o direito de votar. Os trabalhadores, os desempregados e as
mulheres foram excluídos dos direitos políticos, embora representassem 80% da
população.
Reações
do rei e da nobreza
O rei Luís XVI não aceitou a perda de seus
poderes e passou a tramar contra a revolução. Estabeleceu contatos com nobres
franceses que haviam fugido e com monarcas da Áustria e da Prússia, que também
se sentiam ameaçados com o que ocorria na França, pois governavam monarquias
absolutistas. Assim, organizaram um exército que invadiria a França para
devolver o poder ao rei e restabelecer o absolutismo no país.
Porém, quando o rei Luís XVI tentou escapar
da França para se unir a esse exército foi reconhecido e mantido sob
vigilância. Em meio a esses acontecimentos, um exército austro-prussiano
invadiu a França, apoiado secretamente pela família real, que revelava segredos
militares às tropas estrangeiras.
Líderes da revolução, como Danton e Marat,
apelaram para que todos os cidadãos lutassem em defesa do país. Isso contribuiu
para que o exército invasor fosse derrotado.
Convenção Nacional (1792-1795)
A vitória contra os estrangeiros fortaleceu
os revolucionários. Acusado de traição à pátria, o rei permaneceu preso. Em 1792,
os principais líderes da burguesia proclamaram a República. A Assembleia foi
substituída pela Convenção Nacional, que tinha a missão de elaborar uma
Constituição Republicana para a França, pronta em 1793.
A essa altura, as forças políticas mais
importantes do país dividiam-se em três grupos:
Girondinos: representavam a alta
burguesia. Eles defendiam posições moderadas e temiam que as camadas populares
assumissem o controle da Revolução.
Jacobinos: representavam a pequena
burguesia e o operariado de Paris. Defendiam posições mais radicais e eram
apoiados pelos camponeses e pelos trabalhadores das cidades (sans-culottes).
Planície: representava principalmente
a burguesia financeira. Mudavam de posição de acordo com suas conveniências,
quase sempre apoiando quem estivesse no poder.
Esses grupos tinham diferentes opiniões sobre
qual deveria ser o destino do rei. Os girondinos o defenderam e os jacobinos
queriam condená-lo à morte. Depois de julgado, o rei foi guilhotinado diante de
uma multidão. Pouco depois, a rainha Maria Antonieta, sua esposa, também foi
condenada à guilhotina. A execução da família real constituiu um duro golpe
contra o absolutismo e fortaleceu os jacobinos.
Ditadura
jacobina
A execução do rei aumentou os conflitos entre
a burguesia. Nesses conflitos, os jacobinos, com o apoio dos sans-culottes,
tomaram o poder.
Os jacobinos centralizaram o governo por meio
do Comitê de salvação Pública, órgão responsável pelo controle do exército e da
administração do país. Esse órgão recrutou milhares de jovens para o exército,
tabelou os preços dos alimentos, aumentou os impostos para os ricos, aboliu a
escravidão nas colônias e concedeu maior proteção aos pobres, idosos e
desempregados.
Paralelamente a essas medidas, os jacobinos
instalaram uma ditadura sob a liderança de Robespierre. Instauraram o Tribunal
Revolucionário, encarregado de vigiar e punir quem fosse considerado traidor.
Calcula-se que o tribunal levou à morte entre 40 e 50 mil pessoas. Esse período
é conhecido como fase do terror, é considerado o mais radical da Revolução e,
também, o momento de sua consolidação.
Em 1793 entrou em vigor a Constituição
Republicana. Entre os direitos que ela assegurava estava o direito ao voto
universal masculino, o direito à rebelião e o direito ao trabalho.
No final de 1793, o governo conseguiu deter
as forças contrarrevolucionárias estrangeiras. No entanto, o medo da fase do
terror havia tomado conta de grande parte dos políticos franceses. Sem a ameaça
de invasão estrangeira, os girondinos e os membros da planície uniram-se contra
o governo de Robespierre. Ele e seus aliados mais próximos foram presos em 1794
e guilhotinados. Ainda em 1793, o líder jacobino Marat também foi morto.
Diretório (1795-1799)
Após a execução de Robespierre, a Convenção
foi controlada pelos girondinos, que representavam os interesses dos grandes
comerciantes, banqueiros e industriais.
O governo decidiu elaborar uma nova
Constituição para o país. Essa Constituição determinou que a França
permaneceria como uma República. Seu governo seria controlado pelo Diretório,
órgão composto por cinco deputados eleitos pelo Legislativo.
O Diretório vigorou de 1795 a 1799, período
em que a burguesia ampliou seu controle sobre o governo. Na época, o governo
voltou a ser ameaçado em duas frentes:
>
internamente, por monarquistas e jacobinos, que promoviam revoltas;
>
externamente, pelo ataque de monarquias absolutistas vizinhas.
Em meio a essa situação, o jovem general
Napoleão Bonaparte ganhou prestígio por seu desempenho militar. Com o apoio de
burgueses influentes e do exército, ele derrubou o Diretório em 1799. O
episódio ficou conhecido como o golpe de 18 Brumário. Ao conquistar o poder,
Napoleão consolidou as conquistas burguesas e encerrou o processo
revolucionário.
Atividades
1. Leia o
texto com muita atenção e faça um esquema sobre ele em seu caderno. Não é necessário
entregar essa atividade em uma folha separada, a professora apenas olhará seu
caderno na volta às aulas. Dedique-se para fazer essa atividade já que
continuaremos a trabalhar com esse tema na próxima semana.
2. Pesquise
na internet e converse com seus colegas sobre o que é uma Constituição e qual a
sua importância para a organização de uma sociedade e de um governo. Depois
escreva um pequeno texto sobre o que você encontrou. Mínimo 12 linhas.
3. Leia o
parágrafo abaixo e responda as questões.
A
Tomada da Bastilha, também conhecida como Queda da Bastilha, foi um evento
central da Revolução Francesa, ocorrido em 14 de julho de 1789. Embora a
Bastilha (fortaleza medieval utilizada como prisão) mantivesse poucos prisioneiros
na época, sua queda (invasão) é tida como um dos símbolos dessa Revolução, e
tornou-se um ícone da República Francesa. Na França, o 14 de julho é um feriado
nacional, conhecido formalmente como Festa da Federação, conhecido também como
Dia da Bastilha em outros idiomas.
a. Qual o
significado que a queda da Bastilha tem para a Revolução Francesa? Para
responder, reflita sobre o que a Bastilha representava na sociedade.
b. A
Queda da Bastilha é utilizada para marcar o início de qual período histórico?