terça-feira, 28 de abril de 2020

Turma 61 - História - Prof. Marcos

ANTIGUIDADE CLÁSSICA
Fatos
Pré – Homérico
(2000 a.C. – 1200 a.C.)
Até 2000 a.C  - A península balcânica (Grécia) era habitada pelos pelasgos (comunidades neolíticas).
As comunidades neolíticas da península balcânica eram tributadas pelas cidades-estados cretenses ou civilização cretense ou minóica (idade do bronze). 
1700 a.C. - um grupo de indo-europeu denominado de aqueus (idade do bronze) invade a península balcânica e funde-se aos pelasgos.
1450 a.C. – Os eólios e jônios (idade do bronze), grupos indo-europeus invadem a península balcânica.
1450 a.C. – Os aqueus derrotando os cretenses (Mitologicamente = O príncipe Teseu de Micenas, cidade-estado localizada na Grécia (aqueu) mata o Minotauro (cretense) e desposa uma princesa cretense Ariadne), funde-se culturalmente, originando a Civilização Creto-minóica, Micênica ou Egéia.
1200 a.C. – Os dórios (idade do ferro), um grupo indo-europeu invade a Grécia e destrói Micenas e a Civilização Micênica, fixando-se na Península do Peloponeso, no fértil Vale da Lacônia, onde fundariam a cidade-estado de Esparta. A invasão dórica provocou a primeira dispersão ou diáspora, onde aqueus, jônios e eólios, inclusive dórios se dispersaram pelas ilhas do Mar Egeu e a costa oeste da Ásia Menor. Além disso, a invasão dórica desencadeou um processo de ruralização e retrocesso cultural, também denominado de Idade das Trevas, iniciando o Período Homérico.   
Homérico
(1200 a.C. – 800 a.C.)
O Período Homérico refere-se ao período histórico da Grécia Antiga e da região, onde as duas principais fontes históricas são os poemas Ilíada (narrativa sobre a Guerra de Tróia) e Odisséia (narrativa das aventuras de Odisseu, rei de Ítaca), sendo ambas atribuídas a Homero, por isso período homérico, porém hoje existem dúvidas acerca da existência histórica de Homero.
Durante o período homérico predominou na Grécia Antiga, um modo de vida denominado pelos historiadores de sistema gentílico ou genos. O genos era um modo de vida tribal, onde predominava a atividade agropastoril, a propriedade coletiva dos meios de produção (terra), o trabalho em regime de cooperação, os laços familiares de sangue, sendo o poder exercido por um ancião que fosse antepassado comum de todos e descendente dos primeiros habitantes da região (preferencialmente). O ancião tinha funções administrativas, religiosas, militares e judiciárias e contava ainda com uma assembléia tribal, onde inicialmente participavam homens e mulheres e depois somente homens (guerreiros).
A desestruturação do sistema gentílico ou genos desencadeou a segunda dispersão ou diáspora. A desestruturação do sistema gentílico ou genos foi provocada pelo crescimento populacional, pois à medida que a população crescia as terras passaram permanecer com os parentes mais próximos do ancião, surgindo a propriedade privada dos meios de produção. Logo, a apropriação da terra por um grupo de indivíduos acabou formando classes sociais: uma classe proprietária de terra (aristocracia: eupátridas, descendentes dos jônios no caso de Atenas e esparciatas, descendentes dos dórios no caso de Esparta) e outras classes sociais como artesãos, mercadores, camponeses e muitos destes últimos tornaram-se escravos por dívidas etc. Muitos resolveram migrar para outras terras no Mar Mediterrâneo e fundar novas cidades-estados, reproduzindo o modo de vida das cidades-estados da Grécia, mantendo fortes vínculos culturais, comerciais e militares com a cidade-estado de origem, inclusive estas cidades-estados tinham status de colônia. As classes sociais dominantes organizaram-se politicamente e militarmente para manter o poder e o controle sobre as terras e a ordem social, por isso organizavam um centro político-administrativo denominado de pólis ou cidade-estado. Os prédios e espaços públicos ficavam situados na região mais alta, por isso também chamado de Acrópole. Surgiria no Período Arcaico a propriedade privada, as classes sociais, o estado e a escravidão.     
Arcaico
(800 a.C. – 510 a.C.)
O Período Arcaico foi marcado pela formação das cidades-estados e seus respectivos regimes de governo e os conflitos sociais. Estudaremos as principais cidades-estados da Grécia Antiga através de um quadro comparativo:  
Cidade-estado
Esparta
Atenas
Povo-fundador
Dórios
Jônios
Localização
Peloponeso, Vale da Lacônia
Península Ática
Sociedade
Espartanos: aristocracia guerreira, descendentes dos dórios e cidadãos.  
Periecos: classe de origem incerta, pequenos proprietários de terras, mercadores e artesãos sem direitos políticos. 
Hilotas: descendentes dos pelasgos e populações da região vencida pelos espartanos, serviam como escravos do estado através do uso da força, repressão e terror.  
Eupátridas: aristocracia, descendentes dos jônios.
Grupos intermediários: mercadores, armadores, navegadores do litoral que ganhariam cada vez mais prestigio social e político com o desenvolvimento comercial –marítimo.
Metecos: estrangeiros - artesãos, mercadores, etc (sem direitos políticos).
Camponeses: trabalhavam nas terras dos eupátridas.

Atividade Econômica
Agricultura
Comércio - marítimo
Poderio Militar
Exército
Marinha
Sistema de Aliança
Confederação do Peloponeso
Confederaç de Delos
Estilo Cultural
Militarista, utilitarista, culto ao corpo, rigidez social e política. 
Dinâmica na filosofia, ciências, artes, culto ao corpo e a mente. Grande mobilidade social e política decorrente das lutas políticas e mudanças na forma de governo.
Evolução Política
1.     Monarquia – Licurgo
2.     Oligarquia
1.     Monarquia -  Drácon 
2.     Oligarquia – Sólon
3.     Tirania – Pisístrato, Hípias e Hiparco. 
4.     Democracia – Clístenes e Péricles.
5.     Oligarquia
Esparta – A rigidez política dos espartanos manteve sua estrutura política-administrativa quase que inalterada ao longo de sua história. As primeiras leis escritas de Esparta são atribuídas ao legendário Licurgo, cuja existência nunca foi comprovada. Este legislador elaborou as leis e entregou aos espartanos, iniciando uma longa viagem de qual nunca retornou e advertiu que nenhuma lei deveria ser alterada ou criada até o seu retorno. Assim o imobilismo político espartano era justificado pelos esparciatas e manteve-se ao longo do período arcaico e clássico.
Os principais órgãos políticos da sociedade espartana eram:
Diarquia: formada por dois reis, responsáveis pelos assuntos religiosos e pelo comando do exército, sendo cargos hereditários.
Eforato: composto por cinco membros eleitos anualmente. Tinham amplos poderes de vigilância e fiscalização de obediência das leis, inclusive por parte dos reis. Participavam obrigatoriamente das negociações diplomáticas e das campanhas militares.
Gerúsia: composta por 28 indivíduos com mais de 60 anos. Elaboravam leis, aconselhavam o rei em caso de guerra e funcionava como um tribunal de última instância.
Ápela ou assembléia: composta por homens com mais de 30 anos. Funcionava como um órgão consultivo e escolhiam os membros da Gerúsia e Eforato.
Comentário: A sociedade espartana era conservadora, pois somente aos 30 anos iniciava a vida política do homem, lembrando que o treinamento militar iniciava aos 7 anos até os 18 anos. Depois servia o exército dos 18 anos até os 30 anos e somente assim adquiria o direito de participar da Ápela, sendo obrigado casar-se.  
Atenas – Ao contrário de Esparta, Atenas foi uma cidade muito dinâmica politicamente. Inicialmente, Atenas adotou a monarquia como regime de governo, porém a monarquia representou mais um momento de transição entre o período homérico e o arcaico, logo os eupátridas adotaram o regime oligárquico, ou seja, o governo e poder de poucos. O primeiro legislador foi Drácon, em 621 a.C. redigiu as primeiras leis escritas, visando amenizar os conflitos sociais, porém tais leis eram muito severas, logo não foi suficiente para diminuir os conflitos sociais. Em 594 a.C., Sólon, outro legislador buscou uma solução definitiva para os conflitos sociais, abolindo a escravidão por dívidas, devolvendo as terras aos endividados e instituindo uma república censitária, ou seja, os que tinham poder econômico poderiam participar da vida política. Esta medida beneficiou os mercadores, navegadores, armadores e artesãos que dispunham de rendas em função do comércio marítimo. Entretanto, as pessoas continuavam se endividando e não podiam oferecer suas terras e familiares como garantia para novos empréstimos, logo as tensões sociais continuaram. Entre 541 a.C. e 527 a.C., Atenas viveu sob a tirania de Pisístrato que incentivou o comércio marítimo, promoveu reforma agrária, iniciou inúmeras obras públicas, transformou Atenas em grande centro cultural para onde eram atraídos filósofos, poetas, artistas etc. Após a morte de Pisístrato, os filhos Hiparco (assassinado) e Hípias (expulso) não conseguiram prosseguir as obras do pai. Atenas retornava ao regime oligárquico, encerrando o período clássico.  
 
Clássico
(510 a.C. – 338 a.C.)
Atenas – Em 510 a.C., Clístenes, político de origem nobre, implantou profundas reformas políticas, ou seja, a democracia. A democracia tinha como fundamento três órgãos políticos principais: a Bule, a Eclésia e a Heliae. A Bule representava um conselho de 500 membros, sendo 50 eleitos por demo (zona eleitoral), elaboravam os projetos de leis. A Eclésia era formada por todos cidadãos (homens) com mais de 18 anos e tinha a função de aprovar as leis elaboradas pela Bulé e eleger os 10 estrategos, os quais executavam as leis. Já a Heliae representava os tribunais de justiça, sendo sorteados os juízes entre os cidadãos. Além disso, existia a Lei do Ostracismo que determinava a expulsão ou exílio de qualquer individuo que representasse uma ameaça a democracia. 
Guerras Médicas ou Guerras Greco-Pérsicas

Também conhecidas como Guerras Pérsicas, os conflitos resultam dos interesses expansionistas dos povos gregos (aqueus, jônios, dórios e eólios) e medo-persas, em razão do domínio persa sobre a Jônia, na Ásia Menor. As disputas começam em 492 a.C. e  duram até 448 a.C. O Tratado de Susa, ou Paz de Kallias, reconhece a hegemonia grega na Ásia Menor e nos mares Egeu e Negro em 448 a.C.
Colonizada pelos gregos, a Jônia é dominada pelos medo-persas e reage ao jugo dos conquistadores, que interferem na política local e colocam tiranos no poder. A maior revolta ocorre na cidade jônia de Mileto, apoiada pela cidade-Estado grega de Atenas. Mileto é arrasada pelos persas, a população é escravizada e deportada para a Mesopotâmia.
I Guerra Médica – Dominadas pelos gregos, a Trácia e a Macedônia são invadidas pelo rei persa Dario, o Grande. A recusa de Atenas e Esparta a se render ao Exército adversário desencadeia em 492 a.C. a I Guerra Médica. Sob o comando de Mardônio (?-479 a.C.), os persas desembarcam em Atenas mas são derrotados por Milcíades (540 a.C.-489 a.C.) e seus hoplitas (soldados da infantaria) na Batalha de Maratona (490 a.C.). Essa vitória converte Atenas na potência hegemônica grega.
II Guerra Médica – Em 480 a.C., Xerxes (519 a.C.-465 a.C.), filho de Dario, avança com 250 mil soldados sobre a Grécia central. Ao mesmo tempo, 1,2 mil navios persas se acercam do litoral grego. Essa movimentação deflagra a II Guerra Médica. Atenas é incendiada, mas os gregos vencem a Batalha de Salamina. Sem abastecimento nem cobertura naval, o Exército persa foge para Platéia, onde é derrotado em 479 a.C. Um ano depois, os gregos criam uma aliança marítima de defesa, a Confederação de Delos. Comandados por Címon (510-450 a.C.), filho de Milcíades, derrotam de vez os persas na foz do rio Erimedonte, em 448 a.C.
Século de Ouro ou de Péricles – apogeu ateniense -  marca o apogeu político, militar, econômico e cultural de Atenas. Péricles construiu o Partenon, e novas muralhas e transferiu os tesouros de Delfos – pertencente as cidades-estados da Confederação de Delos – obrigando as cidades-estados aliadas a pagarem tributos à Atenas.

Guerra do Peloponeso
A rivalidade político-econômica entre Atenas e Esparta provoca o confronto que se estende de 431 a.C. a 404 a.C. Atenas, democrática, mercantil e imperialista, baseia sua força em um imenso poderio naval e agrupa seus aliados na Confederação de Delos. Esparta, conservadora, agrária e autonomista, dispõe do mais combativo Exército da Grécia e lidera a Liga do Peloponeso. A vitória de Esparta marca o fim da hegemonia ateniense.
Uma das principais causas da guerra é o imperialismo de Atenas, que controla dezenas de cidades, explorando-as pelo pagamento de tributos. Além disso, Atenas procura implantar regimes democráticos nas cidades, provocando o temor de que pudesse unificar a Grécia em torno de si. O estopim é um conflito comercial e marítimo entre Atenas e Corinto, aliada espartana. Durante a guerra, os camponeses atenienses refugiam-se na cidade. A falta de higiene, somada à má alimentação, traz a peste, que mata um terço da população, inclusive Péricles, o maior dirigente da democracia ateniense. Em 421 a.C., atenienses e espartanos assinam a Paz de
Nícias. Mas em 413 a.C. voltam a se enfrentar, até o triunfo de Esparta na batalha naval de Egospótamos (404 a.C.). Atenas é invadida e passa à condição de satélite de Esparta. A Confederação de Delos é dissolvida. A Grécia sai dessa guerra devastada e mergulha em um período de decadência. Esparta, Atenas e outras grandes cidades-estados acabaram dominadas por Tebas, em 371 a.C., porém Tebas foi derrotada por uma liga de 7 cidades-estados 362 a.C.. Em 338 a.C., os gregos foram derrotados na Batalha de Queronéia, logo a Grécia se tornou uma das províncias do Império Macedônico.
Helenístico
(338 a.C. – 146 a.C.)
Os macedônios, de ascendência grega, ocupam originalmente o norte da Grécia. Durante seu reinado, Felipe II redistribui as terras, conquistando o apoio dos camponeses, e amplia o Exército, garantindo a defesa das fronteiras. Dá início então às campanhas expansionistas, anexando as cidades de Potidéia, Anfípolis e Pidna, controladas por Atenas. Intervém na Grécia e, em 338 a.C., as forças macedônicas derrotam definitivamente os atenienses e tebanos na Batalha de Queronéia. Felipe é assassinado em 336 a.C. Seu filho, Alexandre, o Grande (356 a.C.-323 a.C.), assume o reino. Após estabelecer domínio completo sobre a Grécia, dirige-se à Ásia Menor. Liberta do domínio persa as cidades gregas da região em 333 a.C., vencendo as tropas do soberano persa Dario III. 
Após a tomada do porto fenício de Tiro, em 332 a.C., Alexandre ruma para a conquista do Egito. No ano seguinte derrota Dario, que é assassinado em 330 a.C. Com sua morte, Alexandre é proclamado imperador persa. Entre 327 a.C. e 325 a.C. dirige seus Exércitos para a Índia e acaba por formar um dos maiores Impérios territoriais até então conhecidos, compreendendo a Macedônia, a Grécia Balcânica, a Ásia Menor, a Fenícia, a Palestina, a Mesopotâmia, o Egito, a Pérsia e parte da Índia.
Para garantir a integração de seu vasto Império, Alexandre estimula casamentos mistos e funda dezenas de cidades com certa autonomia, mas ligadas ao poder central. Elas funcionam como mercados de troca econômica e cultural com o Oriente. A fusão dos povos do Oriente Médio conquistados com a cultura helênica é conhecida como helenismo. O pólo irradiador dessa civilização helenística é Alexandria, fundada por Alexandre, no Egito. Além de templos grandiosos, a cidade possui uma biblioteca com 400 mil obras, o que incentiva um novo florescimento da ciência, da arte e da filosofia.
Ao morrer, Alexandre deixa como principais legados um vasto Império e a unificação do mundo grego, com a difusão de sua cultura até o Subcontinente Indiano. Mas as conquistas territoriais não avançam sem ele. Disputas até 281 a.C. dividem o Império em três grandes reinos (Macedônia, Ásia Menor e Egito). A crise político-econômica dos reinos, a ascensão de novos Impérios e a reação grega contrária à cultura helenística contribuem para o declínio desse Império a partir de 220 a.C. Entre 197 a.C. e 31 a.C., os romanos tomam Alexandria e encerram definitivamente o período macedônico.



Responda: 

1) Como divide-se a História da Grécia Antiga?
2) Quem viviam na península balcânica antes das invasões indo-europeias? Quem tributava a região?
3) Quais os grupos indo europeus que invadiram a península balcânica e, 1450 a.C?
4) Como mitologicamente ocorreu o surgimento da civilização creto-micênica? 
5) Qual o impacto da invasão dórica e suas consequências?
6) O que era o genos?
7) O que causou a desestruturarão dos genos e quais suas consequências? 
8) Cite seis diferenças entre Espata e Atenas. 
9) O que foram as Guerras Médicas?
10) O que foi a Guerra do Peloponeso?
11) Quem conquistou os gregos e como a cultura grega foi difundida pelo oriente?
12) Quando? Quem conquistou a Grécia após o declínio do helenismo?

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