quinta-feira, 30 de abril de 2020

Turma 82 - História - Professora Suélen (27 - 30.04)



Atenção! Sugiro que vocês assistam a esse vídeo sobre a Revolução Industrial para complementar seus conhecimentos sobre o assunto.


  •  Leiam o texto abaixo com bastante atenção e façam um esquema sobre ele em seus cadernos. Depois copiem as questões em uma folha e as respondam em uma folha para entregar na volta às aulas.
  • Observe que os subtítulos em laranja correspondem a fases da Revolução Francesa.



Revolução Francesa foi o conjunto de eventos que, de 1788 a 1799, alterou o quadro político, econômico e social da França. Antes da revolução, a França era caracterizada pelo Antigo Regime, ou seja, o absolutismo monárquico, o mercantilismo e a sociedade estamental. A revolução rompeu com o antigo regime, que dominava a Europa desde o século XV (15). Tornou-se, assim, um importante marco histórico, dando início a Idade Contemporânea. 

Dificuldade econômicas

Dentre as principais causas da Revolução Francesa, podemos destacar o custo da monarquia, pois o rei Luís XVI e a sua corte gastavam enormes quantias para sustentar seus privilégios. As ideias iluministas também influenciaram o desejo por reformas políticas e econômicas. Os ideais de liberdade, igualdade e fraternidade acabaram estampados nas cores da bandeira e também no hino da França.
O gasto com guerras pesou na economia do país. O quadro econômico na França era péssimo e a fome ameaçava a população. Secas prejudicavam a agricultura e acentuavam a miséria. Havia escassez de alimentos, o que aumentava ainda mais a revolta da população. Além disso, a divisão da sociedade francesa também pode ser considerada causa da revolução, pois não havia mobilidade e a posição social dependia do nascimento.
A sociedade francesa era estamental, dividida em três estados ou ordens. O clero integrava o primeiro estado, somando 0,5% da população. A nobreza formava o segundo estado, somando 1,5% da população. A burguesia e os trabalhadores formavam o terceiro estado, somando 98% da população.
Os nobres possuíam quase todas as terras da França, mas passavam a maior parte do tempo longe de suas propriedades e estavam livres do pagamento de impostos. O clero compartilhava de vários privilégios da nobreza. Além disso, somente os membros do clero e da nobreza podiam receber pensões do Estado e exercer cargos públicos.
O terceiro estado era obrigado a pagar grandes impostos para sustentar os privilégios do clero e da nobreza. Eram os camponeses e trabalhadores das cidades os que mais sofriam com as situações degradantes de trabalho e miserabilidade.
Além disso, muitos trabalhadores ficaram desempregados porque os produtos industrializados vindos da Inglaterra eram mais facilmente vendidos na França do que as próprias manufaturas francesas. Enquanto camponeses e trabalhadores das cidades se queixavam da vida miserável que levavam, os burgueses reclamavam por maior liberdade econômica e política.

Reação aristocrática (1788-1789)

Para tentar resolver os problemas econômicos da França, o rei Luís XVI convocou a Assembleia dos Estados Gerais em 1788. Esta Assembleia reunia membros dos três estados. Naquele momento, o objetivo era fazer a nobreza e o clero também pagar impostos.
Seria feita, então, uma votação, que poderia ocorrer de duas maneiras: por estado ou por cabeça. A votação por estado, ou seja, um voto por estado, agradava a nobreza, pois obtendo apoio do clero, sempre vencia o terceiro estado nas decisões. Eram dois votos contra um. Já a votação por cabeça era exigida pelos membros do terceiro estado, que eram numericamente maior do que o primeiro e o segundo estado juntos.
Em 1789, os deputados eleitos para os Estados Gerais reuniram-se no Palácio de Versalhes. Durante essa reunião, os representantes da nobreza e do clero queriam manter a votação por estado e, com o apoio do rei, paralisaram os trabalhos da Assembleia.
Descontentes, o terceiro estado – liderados pela burguesia – proclamaram-se Assembleia Nacional Constituinte com o objetivo de elaborar uma Constituição para a França que limitasse o poder do rei. Com a autoridade ameaçada, o rei ordenou dissolver a Assembleia Nacional Constituinte e mandou tropas para enfrentar o terceiro estado. No entanto, os revolucionários já tomavam as ruas de Paris exigindo “liberdade, igualdade e fraternidade”.
No dia 14 de julho de 1789, os revolucionários (membros do terceiro estado) invadiram a prisão da Bastilha, considerada símbolo do poder absolutista. Nessa prisão, eram mantidos criminosos comuns e adversários políticos. Ao invadi-la, os revolucionários libertaram os presos e se apoderaram das armas guardadas no local. A invasão, também lembrada como queda da Bastilha é o marco inicial para a História Contemporânea.
A revolta popular iniciada em Paris espalhou-se pela França. O rei foi obrigado a aceitar as medidas da Assembleia Nacional Constituinte.


Assembleia Nacional Constituinte (1789-1791)

Em julho de 1789, a Assembleia Nacional Constituinte foi aberta com o objetivo de criar uma constituição na França. Além disso, proclamaram a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, que defendia o direito à liberdade e à igualdade jurídica. Essa Declaração foi inspirada pelos ideias iluministas.
A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão anunciava a passagem dos súditos, educados para obedecer ao rei absolutista, para os cidadãos do Estado contemporâneo. A partir de então, os líderes revolucionários estimulavam a formação de cidadãos, que teriam o direito de pensar livremente e de participar da vida pública.
O estudo da Revolução Francesa mostra que a cidadania não nasceu de um dia para o outro nem saiu pronta de um documento, como se fosse uma doação feita à sociedade pelos donos do poder. Tanto no século XVIII (18) quanto nos dias atuais, a cidadania é uma construção dos sujeitos históricos.


Monarquia Constitucional (1791-1792)

Em 1791, a Assembleia aprovou uma Constituição para a França, que se tornou uma monarquia constitucional. A Constituição instituiu, entre outras coisas:
> A Igualdade jurídica entre os cidadãos, mas com a manutenção da escravidão nas colônias;
> a liberdade de produção e de comércio, diminuindo a interferência do Estado e da Igreja na economia e proibindo as greves de trabalhadores. Isso favoreceu a alta burguesia, que se tornou um dos grupos mais poderosos da França;
> a redução do poder do clero, garantindo liberdade religiosa, a separação do Estado e da Igreja e a nacionalização dos bens do clero;
> a divisão dos três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário);
> a representatividade popular pelo voto. No entanto, somente os cidadãos com renda alta tinham o direito de votar. Os trabalhadores, os desempregados e as mulheres foram excluídos dos direitos políticos, embora representassem 80% da população.

Reações do rei e da nobreza

O rei Luís XVI não aceitou a perda de seus poderes e passou a tramar contra a revolução. Estabeleceu contatos com nobres franceses que haviam fugido e com monarcas da Áustria e da Prússia, que também se sentiam ameaçados com o que ocorria na França, pois governavam monarquias absolutistas. Assim, organizaram um exército que invadiria a França para devolver o poder ao rei e restabelecer o absolutismo no país.
Porém, quando o rei Luís XVI tentou escapar da França para se unir a esse exército foi reconhecido e mantido sob vigilância. Em meio a esses acontecimentos, um exército austro-prussiano invadiu a França, apoiado secretamente pela família real, que revelava segredos militares às tropas estrangeiras.
Líderes da revolução, como Danton e Marat, apelaram para que todos os cidadãos lutassem em defesa do país. Isso contribuiu para que o exército invasor fosse derrotado.


Convenção Nacional (1792-1795)

A vitória contra os estrangeiros fortaleceu os revolucionários. Acusado de traição à pátria, o rei permaneceu preso. Em 1792, os principais líderes da burguesia proclamaram a República. A Assembleia foi substituída pela Convenção Nacional, que tinha a missão de elaborar uma Constituição Republicana para a França, pronta em 1793.
A essa altura, as forças políticas mais importantes do país dividiam-se em três grupos:
Girondinos: representavam a alta burguesia. Eles defendiam posições moderadas e temiam que as camadas populares assumissem o controle da Revolução.
Jacobinos: representavam a pequena burguesia e o operariado de Paris. Defendiam posições mais radicais e eram apoiados pelos camponeses e pelos trabalhadores das cidades (sans-culottes).
Planície: representava principalmente a burguesia financeira. Mudavam de posição de acordo com suas conveniências, quase sempre apoiando quem estivesse no poder.
Esses grupos tinham diferentes opiniões sobre qual deveria ser o destino do rei. Os girondinos o defenderam e os jacobinos queriam condená-lo à morte. Depois de julgado, o rei foi guilhotinado diante de uma multidão. Pouco depois, a rainha Maria Antonieta, sua esposa, também foi condenada à guilhotina. A execução da família real constituiu um duro golpe contra o absolutismo e fortaleceu os jacobinos.

Ditadura jacobina

A execução do rei aumentou os conflitos entre a burguesia. Nesses conflitos, os jacobinos, com o apoio dos sans-culottes, tomaram o poder.
Os jacobinos centralizaram o governo por meio do Comitê de salvação Pública, órgão responsável pelo controle do exército e da administração do país. Esse órgão recrutou milhares de jovens para o exército, tabelou os preços dos alimentos, aumentou os impostos para os ricos, aboliu a escravidão nas colônias e concedeu maior proteção aos pobres, idosos e desempregados.
Paralelamente a essas medidas, os jacobinos instalaram uma ditadura sob a liderança de Robespierre. Instauraram o Tribunal Revolucionário, encarregado de vigiar e punir quem fosse considerado traidor. Calcula-se que o tribunal levou à morte entre 40 e 50 mil pessoas. Esse período é conhecido como fase do terror, é considerado o mais radical da Revolução e, também, o momento de sua consolidação.
Em 1793 entrou em vigor a Constituição Republicana. Entre os direitos que ela assegurava estava o direito ao voto universal masculino, o direito à rebelião e o direito ao trabalho.
No final de 1793, o governo conseguiu deter as forças contrarrevolucionárias estrangeiras. No entanto, o medo da fase do terror havia tomado conta de grande parte dos políticos franceses. Sem a ameaça de invasão estrangeira, os girondinos e os membros da planície uniram-se contra o governo de Robespierre. Ele e seus aliados mais próximos foram presos em 1794 e guilhotinados. Ainda em 1793, o líder jacobino Marat também foi morto.

Diretório (1795-1799)

Após a execução de Robespierre, a Convenção foi controlada pelos girondinos, que representavam os interesses dos grandes comerciantes, banqueiros e industriais.
O governo decidiu elaborar uma nova Constituição para o país. Essa Constituição determinou que a França permaneceria como uma República. Seu governo seria controlado pelo Diretório, órgão composto por cinco deputados eleitos pelo Legislativo.
O Diretório vigorou de 1795 a 1799, período em que a burguesia ampliou seu controle sobre o governo. Na época, o governo voltou a ser ameaçado em duas frentes:
> internamente, por monarquistas e jacobinos, que promoviam revoltas;
> externamente, pelo ataque de monarquias absolutistas vizinhas.
Em meio a essa situação, o jovem general Napoleão Bonaparte ganhou prestígio por seu desempenho militar. Com o apoio de burgueses influentes e do exército, ele derrubou o Diretório em 1799. O episódio ficou conhecido como o golpe de 18 Brumário. Ao conquistar o poder, Napoleão consolidou as conquistas burguesas e encerrou o processo revolucionário.


Atividades

1. Leia o texto com muita atenção e faça um esquema sobre ele em seu caderno. Não é necessário entregar essa atividade em uma folha separada, a professora apenas olhará seu caderno na volta às aulas. Dedique-se para fazer essa atividade já que continuaremos a trabalhar com esse tema na próxima semana.

2. Pesquise na internet e converse com seus colegas sobre o que é uma Constituição e qual a sua importância para a organização de uma sociedade e de um governo. Depois escreva um pequeno texto sobre o que você encontrou. Mínimo 12 linhas.

3. Leia o parágrafo abaixo e responda as questões.

A Tomada da Bastilha, também conhecida como Queda da Bastilha, foi um evento central da Revolução Francesa, ocorrido em 14 de julho de 1789. Embora a Bastilha (fortaleza medieval utilizada como prisão) mantivesse poucos prisioneiros na época, sua queda (invasão) é tida como um dos símbolos dessa Revolução, e tornou-se um ícone da República Francesa. Na França, o 14 de julho é um feriado nacional, conhecido formalmente como Festa da Federação, conhecido também como Dia da Bastilha em outros idiomas.

a.   Qual o significado que a queda da Bastilha tem para a Revolução Francesa? Para responder, reflita sobre o que a Bastilha representava na sociedade.
b.    A Queda da Bastilha é utilizada para marcar o início de qual período histórico?

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