EAD EMEF Nova Petrópolis: 62 - História - Professora Suélen Andreis (22

sábado, 25 de abril de 2020

62 - História - Professora Suélen Andreis (22 - 24/04)

Período: 22 a 24/04

História. Professora Suélen Andreis

Leia o texto com atenção, observe as imagens, copie as questões e as resolva em uma folha para entregar na volta às aulas. Não é necessário copiar o texto.

COMO OS HOMINÍDEOS CHEGARAM À AMÉRICA?

Embora os pesquisadores não consigam precisar exatamente quando e como os primeiros hominídeos chegaram ao continente americano, eles concordam em alguns pontos. Sabe-se que o homem não é originário da América e que os primeiros grupos que migraram eram do tipo Sapiens Sapiens. Até meados do século XX, era muito difundida a teoria Clovis, proposta por arqueólogos estadunidenses, na década de 1930, que tem esse nome por causa da cidade mexicana onde foram encontrados artefatos pré-históricos, o que permitiu elaborar essa hipótese da chegada à América.

Segundo essa teoria, os primeiros hominídeos teriam chegado ao nosso continente por volta de 11.200 anos atrás, pelo Estreito de Bering. Mas descobertas posteriores – em Monte Verde, no Chile, na década de 1970; em Minas Gerais, com a descoberta de um esqueleto que foi apelidado de Luzia (1974-1975); e no Estado do Piauí, na Serra da Capivara (1970) – mudaram a ideia de quando e como os hominídeos teriam chegado à América.

Levando em consideração a datação dos artefatos encontrados em Monte Verde, a chegada dos hominídeos à América seria muito anterior à data proposta pelos elaboradores da teoria Clovis. E o meio de entrada também mudaria. Em vez de adentrar no continente a pé, como foi antes imaginado, populações teriam navegado, beirando o continente (nele entrando pelo litoral). A datação de migrações para a América entre 20 e 25 mil anos atrás, hoje, é considerada plausível. (veja o mapa da página anterior) Mais radical é o que propõe Niède Guidon em seus estudos na Serra da Capivara, no Piauí.

Segundo evidências encontradas pela arqueóloga, os hominídeos teriam chegado à região há cerca de 50.000 anos. Essa teoria foi muito contestada quando divulgada, mas hoje já existem estudiosos de outras partes do mundo que a aceitam. E por onde teriam chegado esses hominídeos? O mais provável é que tenham saído da Europa e da África e atravessado o Oceano Atlântico, cuja profundidade, naquela época, seria menor, contendo inúmeras ilhas, hoje submersas, o que teria possibilitado a longa travessia. Mas essa ideia ainda não é totalmente aceita pela comunidade científica. É preciso tempo para mais estudos e descobertas.

O POVO DE LAGOA SANTA

O dinamarquês Peter Lund (1801-1880) é considerado o introdutor da Paleontologia brasileira. Consta que esse pesquisador descobriu mais de 12 mil peças fósseis em cavernas da região de Lagoa Santa, Minas Gerais, que possibilitaram o conhecimento do período pleistocênico brasileiro, o mais recente na escala geológica.

Em 1843, Peter Lund descobriu ossos humanos de aproximadamente 30 indivíduos, misturados a fósseis de animais como tigres-dentes-de-sabre, preguiça gigante e tatu gigante. Lund levou grande parte desse material para a Dinamarca, onde foi posteriormente estudado por outros arqueólogos.

Em 1988, o arqueólogo brasileiro Walter Neves foi a Copenhague, na Dinamarca, onde mediu 17 crânios recolhidos por Peter Lund, na Gruta do Sumidouro, região de Lagoa Santa. Essa pesquisa permitiu a publicação de um trabalho, em 1989, de autoria de Walter Neves e do argentino Hector Puccciarelli, onde se evidenciava que os primeiros povos americanos se pareciam muito mais com os australianos e africanos atuais do que com asiáticos e indígenas.

O perfil do Povo de Lagoa Santa configurou-se a partir das ossadas mais antigas, datadas entre 11 mil e 8 mil anos. Pesquisas posteriores indicam que esse grupo de pessoas tinha pequena estatura, corpo franzino e cabeça alongada. A análise dos fósseis demonstrou que era comum a morte de crianças pequenas e os adultos raramente atingiam mais de 30 anos de idade.

Entre 1974 e 1975, uma missão arqueológica franco-brasileira encontrou um esqueleto que nunca se fossilizou, no sítio de Lapa Vermelha IV, região de Lagoa Santa. Esse material só foi estudado pela equipe de Walter Neves na década de 1990. Recebeu o nome de Luzia e seu crânio foi reconstituído na Universidade de Manchester, na Inglaterra.

Os tatus gigantes viveram na América do Sul por milhões de anos, até cerca de 10 mil anos atrás. Chegavam a pesar 250 kg e havia muitas espécies. Abrigavam-se em paleotocas, que são tocas cavadas por animais extintos que viviam, em grande parte, em abrigos subterrâneos. As paleotocas foram encontradas em vários estados brasileiros, inclusive no Rio Grande do Sul.

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