Povo
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Fenícios
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Origem
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semita
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Local
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Norte
do Corredor Sírio – Palestino (atual Estado do Líbano)
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A Fenícia era uma estreita faixa de
terra entre o litoral e uma região montanhosa (cedro, cipreste e pinho).
Impossibilitada de produzir o excedente agrícola através da agricultura pela
falta de terras férteis e pela impossibilidade de irrigação, os fenícios utilizaram
a madeira como produto e como matéria-prima na construção de navios, logo se
transformaram nos maiores armadores (construtores de navios), navegadores e
mercadores do mar mediterrâneo na antiguidade oriental. A madeira, os
enfeites em metal, as cerâmicas e os tecidos de lã, linho e algodão tingidos,
principalmente na cor púrpura, possibilitaram a produção do excedente na
implantação de um modo de produção tributário diferenciado dos existentes no
Egito e Mesopotâmia. Fundaram diversas feitorias (entrepostos comerciais) e
cidades-estados (colônias) como Cartago, principal inimigo dos romanos até o
século II a.C..
Em 2500 a.C., os fenícios
desenvolveram suas primeiras cidades-estados. As principais cidades-estados
que tiveram a hegemonia (liderança) na Fenícia foram Biblos (2500 a.C. - 1500
a.C.), Sídon (1500 a.C. – 1300 a.C.) e Tiro (1100 a.C. – 500 a.C.).
Biblos estabeleceu comércio com o
Egito, a Mesopotâmia e outros centros do mediterrâneo oriental como Creta.
Com isso, o comércio atraiu diversos povos para a região como acádios,
hicsos, hititas e egípcios. O comércio declinou em Biblos e Sídon assumiu a
liderança comercial na Fenícia, porém as invasões dos hebreus, filisteus e
assírios provocaram a decadência desta cidade-estado. Recuperada a
independência, a cidade-estado de Tiro se tornou o principal centro comercial
da Fenícia e do Mar Mediterrâneo. Fundou colônias como Cartago, porém durante
o domínio babilônico Cartago proclamou sua independência, conquistando o
poderio marítimo e comercial no Mar Mediterrâneo Ocidental. A Fenícia acabou
conquistada pelos persas, macedônicos e depois incorporada ao Império
Romano.
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Características: Os fenícios
desenvolveram uma complexa sociedade classes em suas cidades-estados, onde
implantaram um modo de produção tributário diferenciado, pois produziam o
excedente do comércio-marítimo. A religião era politeísta e tinha um papel
importante na sociedade, mas os armadores, os navegadores e mercadores
compunham a elite nas cidades-estados Fenícias. O principal legado cultural
dos fenícios para a civilização ocidental foi a invenção do alfabeto,
posteriormente aprimorado pelos gregos e romanos.
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Povo
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Persas |
Origem
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Arianos
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Local
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Originários
do Planalto do Irã medos (norte) e persas (sul) – tribos de pastores e
agricultores que formaram pequenos reinos.
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Por volta do século IX a.C. , os medos
e persas foram dominados pelos assírios.
Por volta do século VIII a.C., Os
medos e persas se uniram e libertaram-se do domínio assírio.
Ciro, O Grande (559 a.C. – 529 a.C.)
·
unificou
politicamente os medos e persas.
·
Conquistou
os babilônicos, assírios, hebreus e fenícios;
·
Permitiu
que os povos conquistados mantivesse seus hábitos e costumes;
·
Libertou
os hebreus do Cativeiro da Babilônia;
·
Estruturou
a administração através de uma eficiente rede de estradas, onde circulavam
comerciantes, soldados e os correios, garantindo o controle de um vasto
império.
Cambises
(529 a.C. – 522 a.C.)
·
conquistou
o Egito.
Dário (512 a.C. – 484 a.C.)
·
Dividiu
o império em 20 províncias, chamada de Satrapias, nomeando governadores
denominados de sátrapas;
·
Criou
cargos de emissários (olhos e ouvidos do rei) para fiscalizar os governantes
e governados;
·
Declarou
guerra contra os pelo domínio da Ásia Menor nas Guerras Médicas, onde foi derrotado
na Batalha de Maratona.
Xerxes (484 a.C. - 465 a.C. )
·
Continuou a guerra com os gregos, vencendo a Batalha de Termópilas,
saqueando a planície Ática e arrasando Atenas, porém foi derrotado na Batalha
Naval de Salamina, onde teve sua frota destruída e acabou abandonado suas
ambições militares;
·
Construí inúmeros palácios e templos.
Artaxerxes (464 a.C. - 424 a.C. )
·
Assinou
a Paz de Susa, em 448 a.C., reconhecendo as colônias gregas na Ásia Menor e
supremacia grega no mar Egeu.
Após as Guerras Médicas uma série de
revoltas internas e disputas pelo poder enfraqueceria o império. Em 330 a.C.
, Dário III foi morto e destronado por Alexandre, O Grande, consolidando a
supremacia macedônica na região. A
religião persa chamada de zoroastrismo ou masdeismo defendia a existência do
bem e do mal. O deus do bem era Ahura-Mazda e o deus do mal Arimã, sendo seu
livro sagrado zend-avesta e seu profeta (semi-lendário) Zoroastro ou
Zaratustra. Esta religião dualista influenciou fortemente o judaísmo e o cristianismo.
|
Elabore uma linha do tempo dos Fenícios e uma dos Persas.
Pesquise e desenhe um mapa da fenícia e suas colônias e um mapa do Império Persa e sua extensão máxima.
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Atividade Turma 71
O
Renascimento marca a transição
entre o medievo e o moderno. O Renascimento foi o processo de ressurgimento das
cidades, do comércio, da cultura e da ciência entre o século XIII e XVI na
Europa Ocidental, fundamentado no individualismo, humanismo e racionalismo.
Neste
período ocorreu um processo de centralização política, formando as monarquias
nacional portuguesa, espanhola, francesa e inglesa. Estas monarquias nacionais
tornaram–se Estados Modernos,
os quais tinham um território definido, idioma comum, unidade de moeda, de
leis, de impostos, de pesos e medidas, um exército permanente e uma burocracia
estatal.
Os
primeiros estados modernos foram os responsáveis pela Expansão Marítima Européia do século XV e XVI. Este processo
foi impulsionado pela busca de novas terras, rotas comerciais, mercados e a
propagação da fé católica. A Expansão Marítima Européia resultou no contorno da
África, na chegada à Índia, no achamento da América e na viagem de
circunavegação, além do impacto da conquista e colonização da América que
provocou a destruição das civilizações Inca, Asteca, Maia e outras centenas de
comunidades primitivas.
Durante
o século XVI ocorreu o cisma da igreja ocidental e o fim da liderança do Papado
com o advento da Reforma Religiosa
desencadeada por Martinho Lutero na Alemanha, João Calvino na Suíça e Henrique
VIII na Inglaterra. Os reformistas criticavam a venda de cargos, de relíquias
religiosas falsas, de indulgências, a condenação do lucro e da usura, enfim, a
corrupção generalizada que a igreja estava mergulhada. Por isso, propunham uma
igreja e um culto mais simples com o uso da língua nacional, o fim do culto dos
santos e da virgem, a livre leitura e interpretação da bíblia e o fim do dogma
da infalibilidade papal. A Reforma favoreceu e fortaleceu os reis que criaram a
igreja nacional como na Inglaterra e a formação de uma nova ética religiosa
para a burguesia.
Na
Idade Moderna predominou o estado absolutista ou Absolutismo na Europa Ocidental. O Absolutismo era um tipo
de estado ou sistema político, onde o rei exercia o poder absoluto. Entretanto,
o poder absoluto do rei se fundamentava na riqueza do estado, por isso a
necessidade de uma política econômica que garantisse recursos para o estado.
Este conjunto de práticas e princípios denominava-se Mercantilismo. O Mercantilismo tinha por princípio
o protecionismo com a proteção do mercado e da produção nacional através de
altas taxas alfandegárias de importação, o intervencionismo com o controle de
preços e salários, bem como produção e consumo,
o metalismo com a acumulação de metais preciosos e a balança comercial
favorável, a qual visava garantir elevadas exportações e baixas importações,
sendo esta última garantida com o comércio colonial.
A
Colonização da América teve dois projetos distintos, sendo eles, a colônia de
exploração e a colônia de povoamento. A colônia
de exploração desenvolveu-se na América Latina e sul das Treze Colônias
Inglesas, as quais caracterizavam-se pela grande propriedade rural de
monocultura com mão-de-obra escrava voltada ao mercado externo, por isso sofria
um rígido controle da metrópole. Já a colônia
de povoamento desenvolveu-se no norte das Treze Colônias Inglesas, as
quais caracterizavam-se pela pequena propriedade rural com mão-de-obra familiar
voltada a subsistência e mercado interno, por isso, gozavam de uma relativa
autonomia política.
Entre 1500 e
1530 o Brasil não foi colonizado devido à ausência de metais preciosos, a ausência
de invasões estrangeiras e os altos lucros com o comércio das Índias. Este
período denomina-se de Pré – Colonial,
no qual predominou a extração do Pau – Brasil pelos índios através do escambo
(tipo de troca comercial) com os
portugueses ( cristãos-novos = judeus convertidos). O Pau – Brasil servia
para o tingimento de tecidos na região de Flandres e Flamenga, respectivamente
norte da França e Países Baixos.
Com
a descoberta de ouro e prata na América Espanhola, a queda do lucro do comércio
com as Índias e as ameaças de invasões estrangeiras levou Portugal a colonizar
o Brasil. O projeto colonial português visava à exploração, por isso a
instalação da empresa agrícola colonial era baseada na grande propriedade rural
de monocultura escravista voltada para a exportação. A opção pelo cultivo da cana-de-açúcar
ocorreu devido a experiência portuguesa nas ilhas atlânticas, a parceria
financeira com os holandeses, a lucratividade do produto e as condições
geográficas.
O período entre
1530 a 1650 denomina-se de Brasil do
Açúcar ou Civilização do Açúcar. Sendo caracterizado pelo poder
político local das câmaras municipais, reservada aos homens bons (senhores de
escravos, terras e gado). O Barroco predominava na arquitetura, literatura etc.
A sociedade era estamental, rural e patriarcal, onde no topo da pirâmide social
estava os senhores de engenho e na sua base os escravos.
Nos
meados do século XVII, o conflito entre o rei e o parlamento desencadeou uma
revolução liberal, sendo as principais etapas a guerra civil, a república e a
restauração monárquica. O rei representava o absolutismo, o catolicismo e a
nobreza. Já parte do parlamento, representava o liberalismo, o protestantismo e
a burguesia. O confronto entre o rei e o parlamento estendeu-se por quase
quarenta anos, mas a burguesia e aristocracia saíram vitoriosas da Revolução Gloriosa, em 1688,
favorecendo o desenvolvimento capitalista liberal e industrial inglês.
A partir de
1650 o Brasil entrou crise, pois durante o período que Portugal estava sob
dominação espanhola e o nordeste açucareiro sob ocupação holandesa a metrópole
portuguesa perdeu diversas colônias na África e Ásia para os ingleses e
holandeses, principalmente rotas e feitorias de escravos, provocando a falta de
mão-de-obra. Além disso, a expulsão holandesa resultou na formação de uma nova
área açucareira nas Antilhas holandesas, provocando a queda de 50% no preço do
açúcar no mercado europeu, logo aprofundou a crise no nordeste açucareiro.
Entre 1650 e
1700 o Brasil sofreu com a Primeira
Crise do Antigo Sistema Colonial. Este período foi marcado por diversas
rebeliões e revoltas como, por exemplo, Quilombo dos Palmares, uma rebelião de
escravos em Alagoas; Revolta de Beckman, uma revolta de fazendeiros contra
comerciantes e padres pela falta de escravos no Maranhão; por último a Guerra
dos Mascates em Pernambuco, um conflito entre fazendeiros de Olinda e
comerciantes de Recife por dívidas e a falta de autonomia política de Recife.
A falta de
mão-de-obra foi resolvida durante a crise com a escravização dos indígenas através
da ação dos bandeirantes paulistas, os quais atacavam as missões jesuíticas,
principalmente no Rio Grande do Sul, pois encontravam um tipo de índio pacificado (catequizado) e
habituado com o modo de trabalho branco, além da grande quantidade de índios.
Existiram três tipos de bandeirismo: apresador, prospector e o sertanismo de
contrato. O primeiro dedicava-se a caça do índio; o segundo, a busca de metais
preciosos; o último trabalhava como mercenários na destruição de aldeias
indígenas e quilombos. À medida que o tráfico negreiro normalizou-se no Brasil
o bandeirismo apresador entrou em declínio. Nos fins do século XVII os
bandeirantes descobriram ouro e esmeraldas no sertão, o que conhecemos hoje
como Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás, encerrando a crise e iniciando um novo
ciclo econômico.
Entre 1700 e
1750 o Brasil viveu a euforia do ouro, por isso este período foi denominado de Brasil do Ouro ou Sociedade
Mineradora. Ao contrário do Brasil do Açúcar o poder era centralizado nas
Intendências das Minas e Diamantina, as quais eram administradas por
mandatários portugueses. A sociedade caracterizava-se pela atividade urbana,
mercantil e a mobilidade social, pois os escravos de ganho (urbanos) podiam
comprar sua liberdade, isto é, a carta de alforria. Nas Minas Gerais predominou
a música e a arquitetura barroca, mas a literatura foi marcada pelo Arcadismo.
O Brasil do
Ouro, entretanto, sofreu com alguns conflitos, sendo o primeiro a Guerra dos
Emboabas de 1708, onde paulistas e portugueses lutaram pelo controle das minas
de ouro, mas acabaram derrotados. Em 1720 estourou a Revolta de Vila Rica ou
Felipe dos Santos, onde os senhores de minas e escravos revoltaram-se contra a
criação das Casas de Fundição, a qual seria responsável por fundir e quintar o
ouro, isto é, derreter e cobrar o quinto (20%). Os revoltosos foram massacrados
pela coroa portuguesa.
Com
advento da Revolução Gloriosa e do Liberalismo desenvolveu-se na Europa
Ocidental o Iluminismo. O Iluminismo
foi o pensamento liberal burguês baseado na racionalidade e nas ciências que se
opunha ao Absolutismo e Mercantilismo, bem como a intolerância da igreja. O
pensamento iluminista desenvolveu-se intensamente na política, economia,
filosofia e ciência. De maneira geral, os iluministas defendiam a liberdade
política, filosófica e comercial, além da igualdade jurídica entre os homens e
a tolerância religiosa.
Nos
meados do século XVIII aconteceu uma série de transformações no modo de
produção, pois a manufatura cedeu espaço a mecanização com a invenção da
máquina de fiar, tear e a vapor. Este processo denomina-se Revolução Industrial. Estas mudanças iniciaram primeiramente
na Inglaterra devido o acúmulo de capitais, o controle do campo, crescimento
populacional e posição geográfica (carvão, minério de ferro e ausência de
guerras). As principais mudanças foram a urbanização, a produção em série, o
desenvolvimento dos transportes e comunicação e a formação do proletariado.
Em 1776 explodiu uma rebelião nas Treze
Colônias Inglesas, acontecia a Independência
dos Estados Unidos. A burguesia do norte e a aristocracia do sul se
uniram contra a Inglaterra devido os pesados impostos, a falta de liberdade de
comércio, a perda de autonomia política e a influência do Iluminismo. Com apoio
francês e espanhol os colonos ingleses derrotaram a Inglaterra, a qual
reconheceu a independência das colônias em 1783. Os Estados Unidos adotou um
regime republicano federativo presidencialista com poderes tripartidos
(executivo, judiciário e legislativo). Entretanto, a cidadania plena
restringiu-se aos brancos ricos, excluindo as mulheres, os pobres, os negros e
índios.
O ouro
provocou profundas transformações no Brasil tais como crescimento populacional;
a urbanização, expansão e integração territorial, formando um mercado interno;
a transferência da capital de Salvador para o Rio de Janeiro; o conflito de
interesses entre colonos e a coroa portuguesa. Contudo, a partir de 1750 a
atividade mineradora declinou, mas Portugal não aceitava a queda da arrecadação,
acreditando na sonegação criou a derrama, isto é, a cobrança compulsória de
1500 Kg de ouro. Em 1789, a possível cobrança da derrama, a Independência dos
Estados Unidos, as idéias iluministas desencadearam a Inconfidência Mineira,
mas seus líderes foram deportados e Tiradentes, o mais popular dos líderes, foi
condenado à morte. Em 1798, ocorreu a Conjuração Baiana. Este movimento contava
com as camadas populares de Salvador que estavam empolgadas com o governo jacobino na França,
mas todos os líderes foram presos e mortos.
No final do
século XVIII com a Independência Estados Unidos, a Revolução Industrial e o
Iluminismo influenciaram a Revolução
Francesa e, em 1789 esta revolução explodiu motivada pelos excessos do
Absolutismo e Mercantilismo dos Bourbons, pelos privilégios da Igreja e da
Nobreza, pela fome decorrente de péssimas colheitas, pela miséria do povo e
pelas as idéias iluministas.
Ao longo do
processo revolucionário dois grupos políticos disputaram a liderança e o
projeto da revolução: girondinos e jacobinos. Os girondinos representavam a
burguesia, os quais tinham idéias liberais, elitistas e reformistas. Já os
jacobinos representavam a pequena burguesia, sans-cullote (operários) e
camponeses, cujas idéias eram democráticas, populares e revolucionárias
(socialismo utópico). O lema da revolução era “Liberdade, Igualdade e
Fraternidade”, porém a liberdade limitou-se ao comércio, à expressão política,
filosófica e religiosa; a igualdade restringiu-se ao jurídico – todos homens
são iguais perante a lei – e a fraternidade nunca foi alcançada. Enfim, a
burguesia venceu a revolução, primeiramente venceu o rei e depois o povo.
Questionário
1)
Quando e onde ocorreu o Renascimento?
2)
Quais as características do Estado Moderno?
3)
Relacione os motivos da Expansão Marítima Européia?
4)
Quais os princípios do Mercantilismo?
5)
Conceitue o Absolutismo.
6)
Diferencie a Colonização de Exploração da Colonização
de Povoamento.
7)
Caracterize o Período Pré – Colonial.
8)
Diferencie o Brasil do Açúcar do Brasil do Ouro.
9)
Quais as principais revoltas da Primeira Crise do
Antigo Sistema Colonial? Como foi superada a crise?
10)
O que defendiam os iluministas?
11)
Por que a Inglaterra foi o país pioneiro na
industrialização?
12)
Quando? Por que ocorreu a Independência dos Estados Unidos?
13)
Quais os motivos da Revolução Francesa? Quais e quem
representavam os dois principais grupos políticos?
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Atividade Turma 81
O Século XIX
No início do
século XIX a Inglaterra era única nação plenamente capitalista e
industrializada. A Inglaterra ou Império Britânico era chamado de “Oficina do
Mundo e a Rainha dos Sete Mares”. No início do século qual o poderio inglês
passou a ser ameaçado durante a Era Napoleônica (1799 – 1815). A Era Napoleônica divide-se em
Consulado (1799 – 1804) e Império (1804 – 1815). Durante o Consulado ocorreu a
modernização do estado francês e a industrialização e no Império desencadeou-se
o expansionismo militar e econômico.
Para
garantir a supremacia francesa na Europa Napoleão Bonaparte tentou invadir a
Inglaterra, mas foi derrotado na Batalha de Trafalgar em 1805. A partir deste
momento começou uma série de campanhas militares na Europa Continental,
derrotando a Áustria, Prússia e Rússia. Em 1806, Napoleão decretou o Bloqueio
Continental, proibindo os países do continente de negociar com a Inglaterra,
com isso arrumaria a economia inglesa e garantiria mercados para os produtos
franceses.
Entretanto,
Espanha e Portugal não aderiram ao bloqueio, temendo retaliações inglesas em
suas colônias, por isso foram invadidas por tropas francesas. O que resultou na
prisão da família real espanhola e a fuga da corte portuguesa para o Brasil.
Com isso, o Brasil e as colônias espanholas na América Latina abriram o
comércio direto para os ingleses, anulando o efeito do Bloqueio Continental.
Por isso, em 1812 a Rússia rompeu o bloqueio, sendo invadida pela França, mas
esta última foi derrotada, o que favoreceu a formação de uma liga anti-francesa
formada pela Inglaterra, Prússia, Áustria e Rússia que encerrou a Era
Napoleônica em 1815. Para reorganizar o mapa político da Europa foi organizado
o Congresso de Viena que tinha por objetivo recolocar as monarquias absolutistas
que governavam na Europa Continental antes da Revolução Francesa, além de
reprimir revoluções liberais e nacionalista.
A ocupação
francesa da Espanha durante a Era Napoleônica acabou rompendo os laços coloniais
com a América, favorecendo a liberdade de comércio e a autonomia política.
Porém, a Espanha a partir do Congresso de Viena tentou recolonizar suas
colônias, isto é, acabar com a liberdade de comércio e autonomia política, mas
a elite criolla (fazendeiros e comerciantes) com apoio lutaram contra a
Espanha, garantindo a Emancipação
Política Latino – Americana. No caso brasileiro a corte portuguesa
conseguiu fugir para o Brasil com a ajuda inglesa, por isso D. João foi
pressionado abrir os portos brasileiros aos ingleses em 1808, rompendo o
monopólio comercial e concedendo a liberdade de comércio. Em 1815, o governo
joanino decreta a elevação do Brasil a Reino Unido, garantindo autonomia
política. O retorno da corte para Portugal ocorreu devido as pressões da
burguesia lusitana a partir da Revolução do Porto em 1820. A burguesia lusitana
queria a recolonização do Brasil, o que provocou o processo de Emancipação Política Brasileira
com articulação da elite colonial, do príncipe regente e o apoio inglês.
O Primeiro Reinado (1822 – 1831) iniciou
com a necessidade de pacificação de algumas províncias ocupadas por tropas
portuguesas e o reconhecimento internacional da independência, o que aconteceu
mediante a assinatura de tratados comerciais vantajosos com diversos países
europeus, principalmente a Inglaterra. As diferenças entre o D. Pedro I e os
fazendeiros surgiram na Assembléia Constituinte de 1823, pois os fazendeiros
queriam o exército subordinado ao parlamento e a exclusão dos comerciantes
portugueses da vida política. D. Pedro I reagiu fechando a Assembléia
Constituinte e outorgando a Constituição de 1824, a qual estabelecia uma
monarquia hereditária e unitária com quatro poderes, sendo que o moderador e
executivo eram exercido pelo imperador, por isso controlava os poderes legislativo
e judiciário. Além disso, o imperador seria o chefe da Igreja Católica no
Brasil através do Padroado. Na política somente os ricos fazendeiros e
comerciantes podiam votar e serem votados.
Diante do
fechamento da Assembléia Constituinte de 1823, a outorga da Constituição de
1824 estourou no Nordeste a Confederação do Equador, onde algumas províncias se
uniram e tentaram formar uma república liberal, mas os confederados foram
massacrados pelo exército imperial e mercenário. Em 1826, a província da Cisplatina
(atual Uruguai) declarou sua independência, desencadeando a Guerra da
Cisplatina. Em 1828, o Brasil foi derrotado e surgia a República Oriental do
Uruguai.
A morte de
D. João VI gerou a Guerra da Sucessão Portuguesa, pois o trono pertencia a D.
Pedro I, mas ele renunciou em favor da sua filha, por isso seu irmão usurpou o
trono. A preocupação com a Sucessão Portuguesa, a violenta repressão na
Confederação do Equador, a derrota na Cisplatina e a crise econômica levaram a
abdicação de D. Pedro I, o qual partiu para Portugal, deixando seu filho Pedro com cinco anos, por isso assumiu
o governo uma junta parlamentar, marcando o início do Governo Regencial.
O retorno
dos Bourbons ao trono francês após o Congresso de Viena representou a tentativa
do restabelecimento Absolutismo, mas o crescente autoritarismo provocou a Revolução de 1830, derrubando os
Bourbons e colocando no trono Luís Felipe de Órleans, o rei burguês. A onda
revolucionária e nacionalista tomou a Europa, resultando na independência da
Bélgica e Grécia, mas ocorrem agitações na Hungria, Itália e Alemanha, porém
todas foram controladas. No Brasil a Revolução de 1830 contribuiu para a
abdicação de D. Pedro I.
O Governo Regencial (1830 – 1840)
foi marcado pelas disputas entre os conservadores, defensores da centralização
política e os liberais, defensores da descentralização política. A disputa
política e a crise econômica decorrente da concorrência internacional do açúcar
antilhano, o charque platino, o algodão norte-americano resultou na explosão de
diversas revoltas provinciais como, por exemplo, a Cabanagem no Pará (1835 –
1840), a Revolução Farroupilha no Rio Grande do Sul (1835 – 1845), a Sabinada
na Bahia (1837 – 1838), a Balaiada no Maranhão (1838 – 1841). Todas brutalmente
reprimidas, com exceção da Revolução Farroupilha que assinou uma paz “honrosa”
com o Império. O Governo Regencial terminou com uma articulação política dos
liberais que anteciparam a maioridade de D. Pedro II para quinze anos,
iniciando o Segundo Reinado.
Na França a
crise econômica e a falta de liberdade civil provocaram a Revolução de 1848, a qual derrubou a monarquia francesa e
instaurou a república por três anos, pois Luís Bonaparte, sobrinho de Napoleão
Bonaparte derruba a república e forma o II Império Napoleônico. A Revolução de
1848 desencadeia uma onda nacionalista na Itália, na Alemanha e na Hungria,
porém todas foram derrotadas. No Brasil ocorreu um movimento liberal em
Pernambuco denominada de Revolução Praieira, mas esta também acabou
derrotada.
O Segundo Reinado (1840 – 1889) foi
marcado pela estabilidade política interna após a Revolta Liberal de 1842 e a
Revolução Praieira de 1848, quando ocorreu o consenso entre liberais e
conservadores, mas esta estabilidade durou até o inicio do movimento
republicano em 1871. A crise econômica
foi superada com os lucros da exportação do café, os quais impulsionaram a
imigração, a urbanização e a industrialização. A sociedade viveu o declínio do
escravismo e a expansão do capitalismo, além da formação de uma classe
trabalhadora urbana e de uma classe média. A política externa viveu um período
de relativa soberania frente à Inglaterra, chegando romper relações
diplomáticas, mas exerceu um forte intervencionismo na região da Prata, o que
culminou na Guerra do Paraguai.
A Europa
viveu o nascimento de duas potências capitalistas e industriais a partir da
formação dos estados nacionais tardios ou simplesmente Unificação Alemã e
Italiana.
Entre
1852 e 1871 o reino do Piemonte, no
norte da Península Itálica desenvolvia-se um capitalismo industrial sob o
reinado de Vitor Emanuel II e Camilo
Benso, primeiro – Ministro, também conhecido como Conde de Cavour. O governo do
Piemonte tinha como sustentação social a nobreza e a burguesia, as quais
necessitavam de mercados para a expansão capitalista, por isso o Piemonte
anexou os estados pontifícios de Parma, Modena e Toscana. A Lombardia e Veneza foram
anexadas após vencerem Áustria. Por último, a conquista de Roma em 1871,
consolidando a Unificação Italiana.
A
Confederação Germânica foi criada no Congresso de Viena, em 1815, agrupando 39
estados alemães independentes, sendo presidida pela Áustria e a
vice-presidência exercida pela Prússia. Em 1834, a criação de união
alfandegária (Zollverein), possibilitou um forte e rápido desenvolvimento
capitalista industrial. A partir de 1862 Guilherme I, rei da Prússia e o Otto
Von Bismarck com apoio da aristocracia (Junkers) e da burguesia iniciaram uma
política externa agressiva, aliando-se com Áustria contra a Dinamarca, com isso
anexaram os Ducados de Schleswig e de Holstein em 1862. Quatro anos depois a
Prússia entrou em guerra com a Áustria pela dominação dos ducados. Ao final a
Áustria foi derrotada cedendo os ducados dinamarqueses e mais as regiões de
Hannover, Hessen, Frankfurt e Nassau, surgindo a Confederação Germânica do
Norte. Os estados alemães do sul seriam anexados após a derrota da França na
Guerra Franco – Prussiana em 1871. Terminada a Unificação Alemã nascia o II
Reich (2° Império Alemão).
Ao longo do
século XIX os Estados Unidos estendem seu território até o Pacífico. Em 1803
compram a Louisiana da França. Em 1819, a Flórida, da Espanha. Na guerra contra
o México (1846-1848), conquistam as terras do Texas à Califórnia, onde se dá a
corrida do ouro. Migrações para o oeste, de 1850 a 1890, dizimam as tribos
indígenas. A expansão chega até o Alasca, comprado da Rússia em 1867. Este
processo denomina-se de Conquista do
Oeste.
Em meados do
século XIX, os Estados Unidos viviam um dilema entre dois modelos econômicos: o
capitalista industrial do norte e o escravista agrícola do sul. O problema era
a escravidão que inviabilizava a expansão capitalista, isto é, a formação de
mercados. Em 1860, Abraham Lincoln vence as eleições com uma plataforma
anti-escravista, logo a possibilidade da abolição da escravidão provoca a
separação de 11 estados sulistas dos Estados Unidos, iniciando a Guerra da Secessão. Os estados
sulistas formam os Estados Confederados da América, com capital em Richmond, na
Virgínia. Em 1862, o governo do norte extingue a escravidão e incita a rebelião
dos escravos no sul. Após quatro anos de guerra o norte vence, deixando 600 mil
mortos e milhões de dólares de prejuízo. O norte industrial prosperou, a economia do sul entrou em declínio e os
negros continuaram marginalizados no norte e perseguidos no sul pela Ku Klux
Klan.
A expansão
capitalista ocorre na África e Ásia da pior forma possível através do
Imperialismo, além da América Latina. O Imperialismo
é o conceito para designar a dominação e exploração (direta e indireta) de
regiões da África e Ásia por potências industriais européias, além dos Estados
Unidos e Japão, sendo motivadas pela busca de mercados consumidores e
fornecedores, a propagação da fé cristã e o desenvolvimento técnico –
científico.
No final do
século XIX a escravidão e a monarquia agonizavam devido o processo de expansão
capitalista, mas o movimento abolicionista e republicano crescia entre os
militares, fazendeiros, clero e a classe média. Este movimento resultou na Lei
Áurea e na proclamação da república Brasileira.
Questionário
1)
Como se divide a Era Napoleônica? Qual a realizações
em cada fase?
2)
Relacione os países derrotados e invadidos para a
imposição do Bloqueio Continental.
3)
Quais os motivos da Emancipação Político Latino –
Americana?
4)
Explique o processo de Emancipação Política
Brasileira.
5)
Como D. Pedro I conseguiu o reconhecimento da
“independência brasileira”?
6)
O que estabelecia a Constituição de 1824?
7)
Explique os motivos de abdicação de D. Pedro I.
8)
Explique os principais motivos das revoltas
regenciais.
9)
Por que estouraram a Revolução de 1830 e 1848?
10)
Explique a situação interna e externa do Brasil no
Segundo Reinado.
11)
Qual a situação da Alemanha e Itália antes da
Unificação?
12)
Quais os países derrotados e os territórios anexados
pela Prússia?
13)
Quais os países derrotados e os territórios anexados
pelo Piemonte?
14)
O que foi a Conquista do Oeste?
15)
Quando? Onde? Por quê? Quais as partes envolvidas na
Guerra da Secessão?
16)
Conceitue o Imperialismo.
__________________________________________________________________
Atividade Turma 91
FASCISMO
O
movimento fascista se desenvolveu na Itália no início da década de 1920 e
acabou servindo como modelo para outros regimes políticos europeus de viés
totalitário, com os da Alemanha, da Espanha e de Portugal, bem como para o “Estado
Novo”, implantado no Brasil por Getúlio Vargas em 1937.
O
Fascismo surgiu no contexto do fim da Primeira Guerra Mundial, quando vários
problemas, principalmente de ordem econômica, avolumaram-se no governo do rei
Vítor Emanuel III. Apesar de ter sido um dos países que ganharam a guerra, a
Itália, assim como os demais países envolvidos no conflito mundial, sofreu
bruscos danos em sua estrutura econômica, o que gerou problemas de ordem
social, sobretudo com relação aos trabalhadores do setor industrial. O
anarco-sindicalismo era muito forte neste período, na Itália, e o Partido
Comunista Italiano também havia se organizado neste país e tinha, por sua vez,
fortes ligações com o comunismo da Revolução Bolchevique de 1917.
A
monarquia parlamentar italiana era liderada pelo Primeiro Ministro, de matriz
liberal, Giolitti. O principal partido que fazia oposição a Giolitti era o
Partido Socialista Italiano (PSI), do qual Benito Mussolini foi membro até o
momento em que apoiou a entrada da Itália na Primeira Guerra. Tal gesto
contrariava as decisões do PSI, e Mussolini foi expulso da organização. Em
1919, Benito Mussolini passou a articular uma nova organização de caráter
paramilitar, junto a ex-combatentes da Primeira Guerra Mundial. Tal organização
recebeu, inicialmente, o nome de Fascio de combatimento, que remetia ao feixe
de lictor (fascio de littorio), símbolo do poder do antigo Império Romano.
A
indumentária dos integrantes do Fascio era constituída de camisas negras
sobrepostas por um uniforme militar. Em 1920, Mussolini transformou essa
organização em partido político, criando assim o Partido Nacional Fascista, que
disputou as eleições no ano seguinte, ocupando 20 cargos para deputados. Em
1922, os fascistas promoveram a famosa Marcha sobre Roma, nos dias 26 e 27 de
outubro de 1922, cujo objetivo era forçar o rei Vitor Emanuel III a nomear
Mussolini a Primeiro Ministro. No dia 30, o rei, cedendo às pressões,
encarregou Mussolini de formar um novo governo para Itália.
Nas
eleições de 1924, os fascistas demonstraram toda a sua face totalitária.
Mussolini havia criado uma milícia voluntária fascista para a segurança
nacional, que pressionava as pessoas a votarem nos candidatos do Partido
Fascista. O assassinato do deputado socialista Giacomo Matteotti gerou uma
enorme contestação ao regime fascista, entretanto, Mussolini percebeu neste
acontecimento um subterfúgio para tornar seu governo ainda mais antidemocrático
e forte militarmente.
A
partir de 1925, o regime fascista conseguiu promover a recuperação econômica da
Itália, ao tempo que criava também o sindicalismo corporativo para controle das
organizações de trabalhadores e oligopólios empresariais que se articulavam com
o controle estatal da economia. A Carta Del Lavoro (Carta do Trabalho)
constituiu um dos instrumentos de controle do trabalhador italiano instituídos
pelos fascistas. O principal órgão do regime de Mussolini era o Conselho
Nacional Fascista, que deliberava sobre todos os assuntos de interesse político
e econômico e exercia poder de determinar ocupação de cargos nas várias esferas
do estado.
Mussolini
assumiu o título de Duce, isto é, chefe. O que evidencia o traço de culto da
personalidade desses regimes totalitários. O regime fascista conduziu a Itália
à Segunda Guerra Mundial, ao lado da Alemanha nazista. Perdida a guerra,
Mussolini foi assassinado pela própria população italiana.
NAZISMO
A
expressão “Nazismo” deriva da sigla “Nazi”, que foi usada como abreviatura para
o “Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães”, organizado por Adolf
Hitler na década de 1920. Para se compreender as principais características do
Nazismo é necessário saber algumas informações importantes sobre o contexto no
qual ele se desenvolveu.
Em
1919, ao fim da Primeira Guerra Mundial, a Alemanha, tendo perdido a guerra,
foi submetida a humilhações e cobranças por parte dos países vencedores. A
população ficou marcada por essas humilhações e por vários outros efeitos da
guerra, que se refletiam em todos os setores: econômico, social, cultural etc.
Essa atmosfera pós-Primeira Guerra produziu um enorme ressentimento nos alemães
com relação aos outros países, fato que revigorava o extremismo nacionalista na
Alemanha, originado ainda na segunda metade do século XIX.
A
reorganização política da Alemanha após a Primeira Guerra ficou conhecida como
a República de Weimar, cidade onde foi elaborada a constituição que deu as
novas diretrizes políticas ao país. O Nazismo se articulou dentro da República
de Weimar, junto com vários outros partidos e facções políticas e paramilitares
que fizeram pressão contra o novo poder instituído. Dentre essas outras facções
havia o movimento espartaquista, uma facção comunista influenciada pela
Revolução Russa de 1917 e liderada por Rosa Luxemburgo.
Do
ponto de vista econômico, a República de Weimar conseguiu resultados
satisfatórios entre os anos de 1924 e 1929, principalmente por conta de
investimentos estrangeiros, sobretudo vindos dos Estados Unidos. Entretanto,
com a Grande Depressão Americana, a Quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque
em 1929, a economia alemã naufragou junto com a de seu principal investidor.
Essa nova situação de declínio econômico favoreceu a radicalização das
propostas do Nazismo.
Adolf
Hitler, nascido em 1889 na Áustria, havia participado da Primeira Guerra como
soldado combatente da Tríplice Aliança. Após a guerra, Hitler passou a integrar
um grupo de ex-combatentes, de trabalhadores e de membros da classe média alemã
que passou a desenvolver uma ideologia cujo objetivo era resgatar a dignidade
política da Alemanha, o passado glorioso alemão, isto é: dar continuidade aos
dois grandes impérios que a Alemanha já havia protagonizado. Esse grupo fundou
o Partido Nazista, que se tornou o suporte político para o desenvolvimento do
que Hitler denominou “Terceiro Império” (Terceiro Reich).
Ainda
antes da derrocada econômica de 1929, Hitler e seus aliados tentaram tomar o
poder. Em 1923, os nazistas articularam um golpe no estado da Baviera e
acabaram sendo presos e condenados. Na prisão, Hitler aperfeiçoou sua ideologia
e a deixou registrada no livro “Minha Luta” (“Mein Kampf”). Todo o programa que
o Partido Nazista viria a executar estava nesse livro. Através do Partido
Nazista, Hitler conseguiu, gradativamente, eleger representantes no parlamento
da República de Weimar e também chegar ao segundo posto mais importante da
chefia do país: o de chanceler, ficando apenas abaixo do presidente Von
Hindenburg.
Em
1933, após o parlamento alemão ter sido criminosamente incendiado (e o crime
ter sido reportado aos comunistas), Hitler e os nazistas passaram a pressionar
o presidente Hindenburg a lhe dar maiores poderes. A partir deste ano começou
propriamente a ditadura nazista. Com a morte de Hindenburg, em 1934, Hitler
agregou à sua pessoa os títulos de chanceler, de presidente e de “fürer”,
senhor e líder, de todos os alemães. O regime nazista passou a ter um caráter
completamente totalitário.
As
características principais do nazismo, enquanto ideologia instituída no poder,
derivaram-se das ideias de Hitler desenvolvidas no período da prisão. O
controle da população por meio da propaganda seria uma de suas principais
ferramentas. O uso do rádio e do cinema foram decisivos neste processo para que
as ideias nazistas fossem propagadas. O antissemitismo era uma dessas ideias. O
ódio aos judeus, a quem Hitler atribuía a culpa por vários problemas que a
Alemanha enfrentava, sobretudo problemas de ordem econômica, intensificou-se no
período nazista. Fato este que culminou no Holocausto – morte de mais de 6
milhões de pessoas em campos de concentração, dentre elas, a maioria de judeus.
Associado
ao antissemitismo, estava a noção racista e eugenista da superioridade do homem
branco germânico, ou da raça ariana, e a construção de um “espaço vital” para
que esta raça construísse seu império mundial. Esse espaço vital compreendia
vastas regiões do continente europeu, que segundo os planos de Hitler deveriam
ser invadidas e conquistadas pelos germânicos, já que a raça estava incumbida,
por conta de sua superioridade, de se tornar “senhora” sobre os outros povos.
As
ideias de Hitler convenceram boa parte da população alemã, que criam que sua
figura de líder era a garantia de uma Alemanha próspera e triunfante. Essas características
do nazismo conduziram a Alemanha à Segunda Guerra Mundial, uma guerra ainda
mais sangrenta que a anterior, e ao horror da “indústria da morte” verificada
nos campos de extermínio.
CRISE DE 1929
Quando
se estuda o período intermediário entre as duas guerras mundiais, isto é: de
1919 a 1939, um dos temas mais importantes é o da Grande Depressão Americana,
cujo símbolo máximo é a Quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque, em 1929.
Esse tema é conhecido, geralmente, como “Crise de 1929”. Crise essa de ordem
financeira, que afetou todo o mundo, levando milhões de pessoas ao desemprego e
ao desespero.
O
principal fator que contribuiu para a Crise de 1929 foi a expansão de crédito,
emitido pelo Federal Reserve System – Sistema de Reserva Federal – (uma espécie
de Banco Central Americano) desde 1924, ainda sob o governo do presidente
Calvin Coolidge. Para se entender o porquê de a expansão de crédito ter gerado
a crise, é necessário compreender um pouco do contexto econômico da década de
1920.
Após
a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), a economia dos Estados Unidos se tornou
a mais importante do mundo. Haja vista que, com a destruição que a guerra
provocou na Europa, a produção econômica de grandes potências, como a
Inglaterra e a Alemanha, não mais se sobrepunha aos outros países, pois estava
em processo de recuperação. Sendo assim, os EUA, ao tempo que conseguiam uma
produção econômica muito grande, pois tinham compradores dentro e fora do país,
também estimulavam a oferta de crédito pra estes compradores, bem como a
política de aumento salarial para empregados. Entretanto, sempre quando havia
um período de pequena recessão, isto é: decréscimo na produção econômica, o
governo intervinha no mercado aplicando mais crédito (dinheiro e títulos da
Bolsa de Valores) para reparar os danos.
A
medida de expansão de crédito tornava as taxas de juros artificiais, sem lastro
com as reservas de crédito reais, que eram ancoradas na poupança. Os
investidores que tinham ações na Bolsa de Valores de Nova Iorque recebiam um
sinal falso da expansão de crédito e, consequentemente, acabavam por ampliar os
seus negócios, aumentar salários, e investir ainda mais. Este processo gerou
uma “bolha inflacionária”, pois, em 1929, chegou um momento em que não se podia
mais esconder o caráter artificial da expansão econômica: havia muito dinheiro
emitido circulando, mas sem valor real com a produção. Já sob o governo Hoover,
a Bolsa de Valores de Nova Iorque, responsável pela administração dos
investimentos aplicados e do crédito emitido, entrou em colapso.
As
principais consequências da Crise de 1929 foram o desemprego em massa, a
falência de várias empresas, tanto do setor industrial quando do setor
agrícola, e a pobreza, que assolou grande parte da população americana. Muitos
países que estavam atrelados ao sistema de crédito americano também sofreram
uma grande recessão em suas economias. O Brasil, por exemplo, teve que queimar
café, principal produto da época, para poder valorizar o seu preço.
As
soluções para a crise foram aplicadas, principalmente, por F. Delano Roosevelt
e sua política do New Deal (Novo Acordo), que procurou replanejar a economia
americana.
NEW DEAL
A
Crise de 1929 colocou em xeque a viabilidade das medidas econômicas liberais,
que apontava o mercado capitalista como o instrumento ideal para se alcançar o
equilíbrio econômico e social, sem a intervenção maciça do Estado. A resposta à
crise foi encontrada nos Estados Unidos e depois nos demais países do
capitalismo ocidental na ampliação da intervenção do Estado, com o planejamento
econômico. Nos EUA, essas medidas foram implantadas no governo do presidente
democrata Franklin Delano Roosevelt (1933-1945) e receberam o nome de New Deal
(Novo Acordo).
O
New Deal foi influenciado pela teoria econômica de John Maynard Keynes,
economista britânico que apontava a necessidade da mediação econômica do Estado
para garantir o bem-estar da população, ação que o liberalismo seria incapaz de
realizar. A estratégia de planejamento econômico estatal aproximava o New Deal
dos planos quinquenais adotados na URSS, que intensificaram a industrialização
soviética em um período de profunda crise econômica do capitalismo ocidental.
As
medidas do New Deal pretendiam acabar principalmente com o grande número de
desempregados surgidos com a Crise de 1929
Para
enfrentar a crise econômica e social nos EUA, Roosevelt utilizou os trabalhos
de um grupo de renomados economistas inspirados em Keynes para elaborar o New
Deal, cujo principal objetivo era criar condições para a diminuição do desemprego,
através da articulação de investimentos estatais e privados. As principais
medidas foram:
·
desvalorização
do dólar para tornar as exportações mais competitivas;
·
empréstimos
aos bancos para evitar falências no sistema financeiro;
· criação
do sistema de seguridade social, com destaque para o seguro desemprego e a Lei
de Seguridade de 1935;
·
direito
de organização sindical;
·
estímulo
à produção agrícola;
· construção
de uma grande quantidade de obras públicas, com destaque às hidrelétricas e
rodovias.
O
estímulo à contratação de trabalhadores, buscando uma situação de pleno emprego
da população economicamente ativa e as ações de seguridade social estimulariam
o consumo da população, aquecendo a produção industrial, agrícola e de serviços
em todos os níveis. Além disso, a intermediação dos sindicatos nas negociações
das reivindicações tentava evitar violentos conflitos, garantindo a ordem
social. Essa perspectiva de atuação econômica via o capitalismo como um modo de
produção integrado, no qual o aumento do consumo, principalmente dos
trabalhadores, estimularia um desenvolvimento em cadeia de todos os setores
econômicos.
As
medidas alcançaram êxito, revigorando novamente o capitalismo norte-americano,
ao ponto de estudos afirmarem que dez anos após a implantação do New Deal, os
EUA se aproximaram dos patamares econômicos em que se encontravam em 1929.
O
New Deal influenciou as políticas econômicas na Europa ocidental, no que ficou
conhecido como Welfare State, políticas de bem-estar social que proporcionaram
o boom econômico do pós-guerra. O Estado garantia uma distribuição menos
desigual de renda e criava infraestruturas necessárias a uma vida digna para a
maioria da população, investindo em saúde, educação e transporte.
Somente
na década de 1970, com as graves crises que assolaram o mundo capitalista, que
as medidas keynesianas, como o New Deal, foram sendo substituídas e dando lugar
a novas políticas de orientação liberal. Começava a época do neoliberalismo
econômico.
Questionário
1) Qual o contexto histórico que surgiu o movimento fascista?
2) Como os fascistas chegaram ao poder na Itália?
3) Qual a origem da palavra nazismo?
4) Como Hitler chegou ao poder na Alemanha?
5) Quais as principais consequências da Crise de 1929?
6) Quais as principais medidas do New Deal?
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