sexta-feira, 15 de maio de 2020

Turma 61 - História - Prof. Marcos Monteiro


ATIVIDADE TURMA 61

Roma Antiga

O principal grupo povoador da península foi o itálico; estava dividido em sabinos, samnitas, úmbrios e latinos. Outros povos também se estabeleceram na região – etruscos, gregos, celtas e cartagineses – e, da mistura desses diversos povos, originou-se o romano.
Talvez os etruscos tenham sido os que mais colaboraram para a formação inicial do povo romano.
Segundo a tradição lendária, a cidade de Roma teria sido fundada por Rômulo. De acordo com a lenda, os irmãos gêmeos, Remo e Rômulo foram jogados pelo rei de Alba Longa no rio Tibre e salvos por uma loba, que os teria amamentado. Posteriormente, foram recolhidos e criados por pastores. Já adultos, resolveram fundar uma cidade, mas entraram em conflito, e Rômulo acabou matando Remo.
Costuma-se dividir o processo histórico de Roma a partir de sua evolução política. Basicamente, compõe-se de três períodos: Monarquia, República e Império.

Monarquia Etrusca

A origem do povo etrusco ainda é bastante polêmica. Por volta do Séc. VIII a.C., ele ocupou a região dos rios Tibre e Arno (atual Toscana). Os etruscos fundaram várias cidades
na península Itálica e mantiveram um constante comércio, baseado em atividades de pirataria, com as colônias gregas do sul e a cidade de Cartago, colônia fenícia.
Se os etruscos tiveram alguns problemas no mar, enfrentando os gregos, na península eles aumentaram progressivamente seus domínios em direção ao norte (vale do Pó) e sul (Campânia). A expansão de seus domínios aumentou a força política etrusca na região, levando-os à conquista da cidade de Roma.
A partir de 616 a.C., Roma passou a ser governada por reis etruscos.
Tarquínio Prisco foi o primeiro rei etrusco, seguido por Sérvio Túlio. Sérvio implementou uma série de reformas que beneficiaram os plebeus em prejuízo dos patrícios, criando a Assembléia Centuriata (baseada na centúria = agrupamento de cem soldados) e permitindo o acesso dos plebeus ao serviço militar.
Seu sucessor foi Tarquínio, o Soberbo, deposto em 509 a.C., por um golpe do Senado, no qual a maioria era aristocrata. Esse fato marcou o fim do domínio político dos etruscos e da Monarquia romana, bem como o início da República.

A Monarquia

A Monarquia romana teria sido dirigida por sete reis (é importante frisar que alguns deles existiram realmente, outros são apenas lendas); o rei era eleito e seu mandato, vitalício. Ele exercia as funções de chefe do governo, chefe militar e juiz.
Outra instituição política importante era o Senado, também conhecido como Conselho dos Anciãos (senex=velho), composto pelos chefes das gens.
A Assembléia Curiata elaborava as leis e era integrada por membros das cúrias. As cúrias eram unidades religioso-administrativas que reuniam várias gens. Do ponto de vista administrativo e político, eram a unidade básica em que se dividia a sociedade romana.
Nesse período, a sociedade estava organizada a partir das gens, cujo aspecto mais importante era a ligação familiar entre seus membros e descendentes.
Cada gens era dirigida por um pater familias, geralmente o elemento mais velho da comunidade.
Os membros das gens eram conhecidos como patrícios. Grandes e médios proprietários de terras eram os únicos com direito à cidadania, isto é, a participar das decisões políticas.
Vinculados às famílias patrícias existiam os clientes. Apesar de serem homens livres, os clientes eram dependentes dos patrícios, que lhes davam um pedaço de terra em troca de serviços.
A maioria da população romana era composta pelos plebeus. Camponeses, artesãos, pequenos proprietários e comerciantes; todos homens livres mas sem direitos políticos, ou seja, não eram cidadãos. Apesar disso, eles eram obrigados a pagar impostos.
Durante a Monarquia, a escravidão já existia mas ainda não era um fator determinante para a economia romana.


Os conflitos entre patrícios e plebeus

Com o poder nas mãos dos patrícios, graças aos mecanismos republicanos, a exploração sobre os plebeus aumentou.
A partir do século V a.C. a plebe cresceu significativamente, ganhando, também, importância econômica. Assim, os patrícios aumentaram os impostos sobre os plebeus e os obrigaram a uma maior participação no exército. Como eles eram forçados a participar das guerras, suas terras ficavam abandonadas e empobrecidas. Ao retornar, tinham de pedir empréstimos aos patrícios para reativarem suas produções; se não tivessem condições de pagar a dívida, o plebeu tornava-se escravo (escravidão por dívidas).
Além disso, os plebeus lutavam por uma melhor distribuição das terras públicas (ager publicus). Estas terras, originárias das conquistas, eram propriedade do Estado e deveriam ser distribuídas entre a população romana. Geralmente, as melhores terras acabavam nas mãos da aristocracia patrícia, gerando um número expressivo de camponeses sem terras.
Em 494 a.C. aconteceu a primeira revolta plebéia (Monte Aventino). Pressionada pelos plebeus, a aristocracia patrícia foi obrigada a fazer concessões. A primeira conquista plebéia foi a criação do tribuno da plebe.
As pressões continuaram e as concessões patrícias também; as sucessivas conquistas da plebe foram:
• em 471 a.C. foi criada a Assembléia da Plebe, composta apenas por plebeus (deriva daí a palavra plebiscito);
• em 450 a.C., criação das Leis das 12 Tábuas; trata-se do primeiro código de leis escrito de Roma, no qual estava estabelecida a proibição da escravidão por dívidas;
• em 445 a.C. a Lei da Canuléia permitiu o casamento entre patrícios e plebeus;
• em 366 a.C. é eleito o primeiro cônsul plebeu, com direito de ingresso automático no Senado.
É interessante averiguarmos que as conquistas plebéias surgiram das pressões dessa camada da população. No entanto, essa movimentação social passou a ser dirigida, com o tempo, pelo segmento da plebe que havia enriquecido, fundamentalmente por meio do comércio. Assim, a maioria das conquistas beneficiaram diretamente esse setor (casamento com patrícios, eleição do tribuno e do cônsul, entre outras).
Com o tempo, a plebe rica separou-se da plebe pobre. A primeira misturou-se aos patrícios (lembre-se de que o casamento entre os dois setores já era permitido), originando uma nova camada: a nobilita. A partir desse momento a denominação plebe ficou restrita à camada mais pobre da população.

Os conflitos internos e o poder dos militares

Com o fim da ditadura de Sila, as disputas políticas foram reiniciadas. Esse quadro de instabilidade política facilitava o surgimento de revoltas da plebe e de escravos; a mais conhecida delas ocorreu na Campânia, onde eclodiu uma revolta de escravos liderados por Espártaco, em 70 a.C. Nessas lutas políticas e militares, internas e externas, destacaram-se os generais Crasso, Pompeu e Júlio César.

A República

Com a República, a organização política romana foi bastante alterada. A instituição mais poderosa – em substituição ao rei – passou a ser o Senado, composto pelos patrícios. Seus membros continuavam vitalícios e decidiam sobre questões políticas e militares internas e externas.
A Assembléia Curiata perdeu suas funções políticas, restringindo-se às atividades religiosas. De outro lado, a Assembléia Centuriata, formada por patrícios e plebeus, ganhou poder de decisão. Todavia, cada centúria tinha direito a apenas um voto; os patrícios tinham maior número de centúrias que os plebeus e, por isso, ganhavam todas as votações.
Uma importante função da Assembléia Centuriata era eleger os magistrados.
Na Magistratura, os cargos tinham funções bem claras e específicas:
• cônsules: eram eleitos dois para um mandato de um ano. Tratava-se do posto mais importante da Magistratura, pois exerciam de fato o poder Executivo, convocando as assembléias e administrando questões políticas e militares.
• pretores: aplicavam as determinações da Justiça.
• censores: vigiavam a conduta moral e, também, eram responsáveis pelo censo.
• edis: cuidavam do abastecimento, do policiamento e da conservação pública.
• questores: administravam o dinheiro público.
Um cargo de magistratura que surgiu posteriormente, como produto das lutas sociais entre patrícios e plebeus, foi o de tribuno da plebe: eleito exclusivamente pela plebe, tinha direito a veto quando as leis eram consideradas lesivas àquela camada da população.

A expansão e as conquistas de Roma

O período republicano representa, para a história de Roma, um tempo de conquista e expansão do território. Ou seja, gradativamente foi deixando de ser uma Cidade-Estado com território limitado para tornar-se um vasto império, submetendo outros povos.
A expansão romana teve duas fases distintas: a primeira de conquista interna da península Itálica e a seguinte de conquista de regiões em torno do Mediterrâneo.

A conquista da Itália

Roma tornou-se a cidade mais poderosa da Itália após ter vencido diversos povos e cidades, como os celtas gauleses (390 a.C.), os etruscos (395 a.C.), os sabinos, os samnitas e outros. Dominando a região central da Itália, Roma partiu para a conquista do sul até chegar à Magna Grécia.
Com a Itália dominada, Roma tornou-se uma potência econômica e militar.
A partir de então, os grandes comerciantes ganharam importância política e dirigiram os rumos da cidade de acordo com seus interesses. O crescimento das atividades mercantis só poderia efetivar-se com a conquista de novas regiões e mercados; ao mesmo tempo, isso significava mais terras e um número crescente de escravos para a aristocracia. Por isso, Roma avançou pelo Mediterrâneo, iniciando sua expansão externa.

As conquistas externas

A primeira grande guerra realizada pelos romanos foi contra Cartago, cidade localizada ao norte da África. Essa ex-colônia fenícia era uma importante cidade mercantil que mantinha o domínio comercial do Mediterrâneo.
Afrontando os interesses econômicos de Roma, Cartago tornou-se sua maior rival; o conflito era inevitável. Iniciavam-se, assim, as guerras púnicas (os romanos chamavam os cartagineses de puni, por isso essas guerras contra Cartago são chamadas de púnicas).
Houve três guerras contra Cartago e Roma chegou à vitória em todas elas:
• A Primeira Guerra Púnica (264-241 a.C.) envolve a disputa das ilhas da Sicília, Córsega e Sardenha. Com a derrota, Cartago foi obrigada a pagar uma alta indenização à Roma.
Como alternativa para as perdas, Cartago colonizou o sul da Hispânia (atual Espanha).
• A Segunda Guerra Púnica (218-202 a.C.) inicia-se justamente pela posse das cidades da Hispânia. As tropas de Cartago saíram em vantagem, lideradas por Aníbal. Com seus famosos “tanques” (elefantes armados para combates), atravessou a atual Espanha, conseguiu o apoio dos gauleses e invadiu a Itália pelo norte. A reação dos exércitos romanos, porém, conseguiu o recuo de Aníbal na Itália, obrigando-o a retornar a Cartago. Assim, após algumas vitoriosas campanhas de Aníbal, novamente Cartago foi derrotada, perdendo seus territórios na região. A partir daí, Cartago ficou restrita à cidade no norte da África.
• A Terceira Guerra Púnica (149-146 a.C.) aconteceu após alguns problemas no Mediterrâneo oriental; Roma invadiu Cartago, dominando definitivamente a cidade e escravizando seu povo.
A parte oriental do Mediterrâneo foi conquistada por Roma após os conflitos contra a Macedônia, em 197 a.C., e as guerras na Ásia Menor, em 189 a.C. Assim, Roma alcançou o domínio de todo o Mediterrâneo.

As transformações de Roma

Roma gradativamente tornou-se um império, dominado por apenas uma cidade. Isso significa que, internamente, ela sofreu uma série de transformações na sua estrutura política e nas relações sociais e econômicas.
As regiões conquistadas eram saqueadas e Roma apoderava-se de todas as riquezas e terras, transformando-as em províncias.
Cada província era obrigada a pagar altos impostos a Roma. Sem nenhum direito, as populações locais eram exploradas pelos governadores provinciais e pelos publicanos (cobradores de impostos).
As atividades econômicas romanas diversificaram-se após as conquistas. A economia, antes baseada exclusivamente na produção agrícola, foi obrigada a abrir espaço para atividades comerciais. Na realidade, após a conquista do Mediterrâneo, Roma tornou-se uma potência mercantil.
A distribuição e posse das terras continuaram sendo um problema para as camadas mais pobres, pois as terras conquistadas (ager publicus) continuaram concentrando-se nas mãos da aristocracia patrícia.
Além disso, os pequenos proprietários, após retornarem das inúmeras guerras, não tinham condições de retomar as suas atividades normais em razão do abandono das terras. Obrigados a pedir empréstimos e sem condições de pagá-los, suas terras eram tomadas pelos patrícios (lembre-se que a escravidão por dívidas havia acabado em Roma). Assim, por diversas razões, o latifúndio ia se tornando comum na República romana.

A escravidão

Nesses latifúndios, a mão-de-obra utilizada era a escrava. A origem dos escravos era bem variada: filhos de escravos, crianças abandonadas e rejeitadas e, sobretudo, os prisioneiros de guerra. A guerra tornou-se a maior fonte fornecedora de escravos para a produção.
Os escravos exerciam as mais variadas funções: desde o trabalho doméstico, passando pelas atividades comerciais e artesanais, até o duro trabalho no campo, nas minas e pedreiras. À medida que a República se expandia, o número de escravos aumentava em termos absolutos (isto é, a quantidade numérica de escravos era crescente) e relativos (ou seja, comparando com a população livre, a população escrava também era crescente). Assim, a República romana tornava-se uma república escravista; isso significa que toda a atividade econômica de Roma dependia, a partir de então, da escravidão.
É importante ressaltar que o escravo podia adquirir ou comprar sua alforria, mas isso não significava que teria direito à cidadania.

Os conflitos sociais da República

O fim da pequena propriedade e a consolidação do latifúndio, somados à utilização crescente de escravos no campo, obrigaram os camponeses e expequenos proprietários a procurarem sobrevivência em Roma. Essa grande quantidade de homens livres empobrecia rapidamente, pois, em Roma, eles também não tinham condições reais de subsistência.
Estima-se que por volta de 50 a.C. a população romana girava em torno de 900 mil a um milhão de habitantes. A superpopulação gerava uma série de problemas de abastecimento, saneamento, higiene e habitação. A grande maioria da população era pobre e vivia em bairros desprovidos de qualquer estrutura; a imensa massa miserável simplesmente perambulava pela cidade.
Durante a segunda metade do século II a.C., a situação em Roma era insustentável e diversas revoltas isoladas agitavam a cidade e o campo (até algumas revoltas de escravos ocorreram). Tentando resolver esse problema, o governo de Roma instituiu a distribuição gratuita de trigo aos plebeus e permitiu seu ingresso gratuitamente nos circos das cidades (na realidade, uma espécie de arena ou anfiteatro construído para espetáculos esportivos, religiosos, artísticos, musicais, lutas e combates). Era a política do “pão e circo”, que procurava minimizar os conflitos sociais por meio de um paternalismo custeado pelo Estado. Entretanto, essa política apenas adiou a solução do problema, sem resolvê-lo.

As reformas

A situação crítica de Roma ameaçava a República e suas conquistas. Alguns políticos procuraram atenuar a crise da República propondo algumas reformas sociais, principalmente no campo.
Tibério Graco, eleito tribuno da plebe em 133 a.C., procurou concretizar algumas reformas. Ele propôs melhor distribuição das terras públicas, através de uma reforma agrária. O Senado romano, em que a maioria era aristocrata, vetou a proposta. Apoiado pelos pequenos proprietários, em 132 a.C., Tibério renovou sua proposta, mas entrou em conflito com a aristocracia e acabou sendo assassinado.
Novas propostas reformistas tentaram, em vão, ser aprovadas. Em 123 a.C. o irmão de Tibério, Caio Graco, foi eleito tribuno da plebe, com um extenso programa de reformas. Todavia, apenas a Lei Frumentária foi aprovada. De acordo com essa lei, o trigo deveria ser vendido à plebe com um preço abaixo do mercado. Insistindo na aprovação de seu programa, Caio Graco foi perseguido e entrou em luta contra a aristocracia, até que em 121 a.C.,para não morrer nas mãos dos adversários, ele pediu para que um escravo o matasse.
Todas essas tentativas de estabelecer algumas reformas não alcançaram resultados concretos. As terras continuaram nas mãos dos patrícios; a situação crítica da população urbana e do campo continuou e a violência foi a arma usada contra elas.

Os conflitos internos e o poder dos militares

Procurando evitar a radicalização das conturbações políticas e sociais internas, Roma canalizou seus esforços em campanhas de expansão externa, procurando transferir as pressões sociais para a dominação de outros povos.
Os permanentes conflitos militares, internos e externos, incentivaram o aparecimento de líderes políticos ligados ao exército. Chegando ao poder, eles estabeleceram governos despóticos, apoiados na fidelidade de suas tropas.
Mário foi um desses generais vitoriosos. Foi eleito e reeleito cônsul de 107 até 100 a.C. e deu início a uma série de reformas no exército, no sentido de profissionalizá-lo e permitir a incorporação dos plebeus, pagando-lhes salários.
Assim, o exército romano deixa de ser exclusividade de cidadãos convocados, tornando-se permanente e profissional.
De 91 a 88 a.C. explodiram diversas revoltas de escravos e de povos submetidos à República (principalmente na Grécia e Ásia Menor). Contudo, as lutas mais importantes nesse período foram aquelas entre diversas facções políticas existentes em Roma, originando uma autêntica guerra civil. A situação se agravou ainda mais quando os generais Mário e Sila, antigos companheiros de batalhas, acabaram desencadeando, em 88 a.C., um conflito entre seus exércitos, na disputa pelo poder.
Sila saiu vitorioso e, ao voltar das lutas contra Mitridates (rei do Ponto, antigo país da Ásia Menor, que havia assumido posições anti-romanas) no Oriente, em 82 a.C., proclama-se ditador perpétuo. Restringindo os poderes do tribuno da plebe e aumentando seus próprios poderes e os do Senado, ele deu início a um governo de forte conteúdo autoritário. Ao concentrar todos os poderes em suas mãos, Sila criou uma oposição entre os nobres insatisfeitos. Isolado e doente, ele se vê obrigado a renunciar em 79 a.C., morrendo no ano seguinte.

Do Triunvirato ao Império

Procurando resolver os problemas políticos, em 60 a.C., o poder da República foi dividido entre três generais Pompeu, Crasso e Júlio César - (triunvirato). No entanto, Júlio César, o conquistador da Gália (atual França), fortalecia-se cada vez mais, aumentando seu prestígio entre os soldados e a população romana.
Com a morte de Crasso, em 53 a.C., estabeleceu-se um conflito entre Júlio César e Pompeu. Diante do fortalecimento de César, o Senado aliou-se a Pompeu, elegendo-o cônsul único e retirou os poderes de César sobre a Gália. Júlio César não obedeceu às ordens do Senado e invadiu, com seu exército, a cidade de Roma. Começava, assim, a ditadura de César.

A ditadura de César

Durante seu governo, Júlio César acumulou diversos cargos, centralizando o poder em suas mãos. Para lutar contra a aristocracia e o Senado, César se apoiou nos soldados e nos membros da Assembléia Popular.
Ele anulou os poderes do Senado, das Assembléias e tribunos; fez uma nova divisão das terras, procurando o apoio da plebe urbana; obrigou os latifúndios a empregar um número determinado de trabalhadores livres; criou novas colônias; concedeu cidadania a muitas províncias; e limitou os poderes dos governadores provinciais. O enfraquecimento da aristocracia patrícia, algumas medidas populares e o pleno controle das forças militares fortaleceram significativamente os poderes de César. Assim, gradativamente, a República caminhava para seu fim, mas Júlio César se recusava a assumir a condição de rei ou imperador.
O Senado começou a conspirar contra César, até que, em 44 a.C., ele foi assassinado por um grupo de senadores (entre eles Brutus).
O assassinato de Júlio César não significou o retorno da aristocracia ao poder. Marco Antônio e Lépido, generais aliados de César, impediram, com suas tropas, que o Senado tomasse o poder.
Em 45 a.C., as disputas políticas pelo legado de César obrigaram a uma nova divisão do poder. Assim, Marco Antônio, Lépido e Otávio iniciaram o segundo triunvirato, dividindo seus poderes por região: Otávio ficou com o Ocidente; Marco Antônio com o Oriente; e Lépido com a África e a Espanha.
Otávio afastou Lépido do poder em 36 a.C. e tornou-se único governante do Ocidente, entrando em conflito com Marco Antônio, que, de seu lado, fortalecia seu poder no Oriente aliado a Cleópatra, rainha do Egito.
Em 31 a.C., Otávio entra em guerra contra Marco Antônio, vencendo-o na batalha de Ácio. Marco Antônio acabou se suicidando junto com Cleópatra, e Otávio assume definitivamente o poder em Roma. A vitória de Otávio significou o fim da República romana, dominada pela aristocracia patrícia, e o início do Império Romano: novas forças políticas são incorporadas e as instituições modificadas.

Império Romano

No Império Romano, o imperador detinha poderes absolutos. Além de executar as leis, exercia o comando do exército e, também, legislava através de editos, decretos e mandatos. Ao Senado, restou a posição de conselheiro do imperador, com seu senatus consulta, porém, seus conselhos não eram aceitos como na fase republicana.
As províncias eram classificadas em senatoriais, administradas pelo Senado através de governadores, e imperiais, administradas pelo imperador, representado, também, por governadores.
O primeiro imperador governou de 27 a.C. a 14 d.C.. Suas primeiras medidas diziam respeito à reestruturação administrativa do Estado imperial, expressa nas restrições das funções do Senado, na criação de prefeituras e na reforma da arrecadação dos tributos. Foi
criada a Guarda Pretoriana com a função de dar proteção ao imperador e à capital.
Na economia, Otávio incentivou a produção e protegeu as rotas comerciais. Além disso, empreendeu a construção de várias obras públicas, o que gerou muitos empregos aos plebeus.
Para ganhar popularidade, Otávio adotou a política do pão e circo. Distribuía trigo para a população pobre e organizava espetáculos públicos de circo.
A paz, a prosperidade e as realizações artísticas marcaram o governo de Otávio Augusto. O século I, do qual fez parte o seu governo, ficou conhecido como o Século de Ouro da Literatura Latina, ou o Século de Augusto. Seu ministro Mecenas tinha grande interesse pelas artes e apoiou, entre outros, os escritores Horácio e Virgílio.
No governo de Otávio, nasceu, na Palestina, numa das províncias romanas, Jesus Cristo, fundador do cristianismo. Essa nova religião foi gradativamente se difundindo em todo Império.

Os sucessores de Otávio

Após o governo de Otávio, o Império Romano foi governado por várias dinastias:
• Dinastia Júlio-Claudiana (14-68) - período marcado por conflitos sangrentos entre o Senado e os imperadores, em número de quatro: Tibério, Calígula, Cláudio e Nero. Este último, educado pelo filósofo Sêneca, foi responsável por incendiar Roma e pela primeira perseguição movida contra os cristãos.
• Dinastia dos Flávios (69-96) - os imperadores desta dinastia foram Vespasiano, Tito e Domiciano. Contaram com o apoio do exército, submeteram o Senado e governaram de forma despótica.
• Dinastia dos Antoninos (96-192) - período considerado de apogeu. O Império atingiu sua maior extensão territorial, acompanhada de prosperidade econômica. O comércio se desenvolveu e houve grande afluxo de capitais para Roma. O poder dos imperadores foi fortalecido ainda mais, porém, em relação ao Senado, adotou-se uma política de conciliação. Os imperadores desta dinastia foram: Nerva, Trajano, Adriano, Antonino Pio, Marco Aurélio e Cômodo.
• Dinastia dos Severos (193-235) - nesta fase, os imperadores foram: Sétimo Severo, Caracala, Heliogabalo e Severo Alexandre. Durante o governo desta dinastia houve crises internas, fuga da população urbana para o campo, falta de dinheiro, inflação e pressão dos povos bárbaros nas fronteiras. O processo de instabilidade levou ao declínio do Império.

A Crise do Império Romano

A partir do século III, teve início a crise do Império Romano. Com o fim das conquistas houve a interrupção do abastecimento de escravos nas atividades econômicas. Essa falta de escravos, as epidemias e as guerras civis contribuíram para a escassez de mão-de-obra, que implicou na crise de produção, de circulação e monetária, gerando altos índices de inflação. Para tentar solucionar essa situação, o Estado transformou a permanência do camponês na terra em uma instituição, chamada colonato, cujo objetivo era garantir a produção agrícola.
Todavia, a concentração fundiária pelos grandes proprietários tornou-os mais fortes que o próprio Estado.
Esses fatores fizeram com que diminuísse a arrecadação dos tributos e, por isso, o Estado ficou com dificuldade de manter a máquina administrativa, principalmente o soldo do exército. Como os militares ficavam sem os seus salários, houve insatisfação e revolta. Para diminuir os gastos, foram dispensadas várias legiões do exército e, em seu lugar, foram contratados mercenários, geralmente germanos, que estavam instalados nas fronteiras do Império.
Mediante essa crise generalizada, em 284, o imperador Diocleciano criou a Tetrarquia. Para melhorar a defesa das fronteiras, principalmente contra a pressão dos bárbaros, o Império foi dividido em quatro partes, cada uma delas com governo próprio.
Na economia, Diocleciano procurou reduzir a inflação, criando o preço máximo para os produtos comercializados e um limite de ganhos sobre a jornada de trabalho.
Em 313, assumiu o poder Constantino, que reestabeleceu a unidade imperial.
Defensor de que a base do Império provinha das províncias do Oriente, estabeleceu, em 330, sua capital na antiga colônia grega de Bizâncio, rebatizada como Constantinopla (atual Istambul, na Turquia).
Ainda no século IV, os romanos assistiram às primeiras levas de bárbaros cruzarem as fronteiras do Império à procura de terras para o cultivo e pastoreio. Em 378, ocorreu a primeira ofensiva dos visigodos contra os romanos, que foram vencidos na batalha de Adrianópolis, quando foi morto o imperador Valente.
Mais tarde, o imperador Teodósio (379 a 395) conseguiu pacificar os visigodos doando-lhes terras. Esse imperador percebeu que, para melhor administrar o Império, era preciso dividi-lo e assim o fez, em 395, entre seus filhos: o Império Romano do Ocidente, com capital em Roma, ficou com Honório, e o Império Romano do Oriente, com capital em Constantinopla, foi entregue a Arcádio.

Leia o texto atentamente e elabore uma cronologia da Roma Antiga.

Primeiro Passo: Selecione todos os anos, excluindo séculos;
Segundo Passo: Coloque em crescente os anos, deixando duas ou três linhas.
Terceiro Passo: Descreva o fato resumidamente ao lado direito do ano.
Quarto Passo: Pinte cada período com uma cor diferente: Ditadura de Júlio César;1º, 2º e 3º Triunvirato, Guerras Púnicas. 


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