ATIVIDADE TURMA 61
Roma Antiga
Roma Antiga
O principal grupo povoador da península foi o itálico;
estava dividido em sabinos, samnitas, úmbrios e latinos. Outros povos também se
estabeleceram na região – etruscos, gregos, celtas e cartagineses – e, da
mistura desses diversos povos, originou-se o romano.
Talvez os etruscos tenham sido os que mais colaboraram
para a formação inicial do povo romano.
Segundo a tradição lendária, a cidade de Roma teria
sido fundada por Rômulo. De acordo com a lenda, os irmãos gêmeos, Remo e Rômulo
foram jogados pelo rei de Alba Longa no rio Tibre e salvos por uma loba, que os
teria amamentado. Posteriormente, foram recolhidos e criados por pastores. Já
adultos, resolveram fundar uma cidade, mas entraram em conflito, e Rômulo
acabou matando Remo.
Costuma-se dividir o processo histórico de Roma a
partir de sua evolução política. Basicamente, compõe-se de três períodos:
Monarquia, República e Império.
Monarquia Etrusca
A origem do povo etrusco ainda é bastante polêmica.
Por volta do Séc. VIII a.C., ele ocupou a região dos rios Tibre e Arno (atual
Toscana). Os etruscos fundaram várias cidades
na península Itálica e mantiveram um constante
comércio, baseado em atividades de pirataria, com as colônias gregas do sul e a
cidade de Cartago, colônia fenícia.
Se os etruscos tiveram alguns problemas no mar,
enfrentando os gregos, na península eles aumentaram progressivamente seus
domínios em direção ao norte (vale do Pó) e sul (Campânia). A expansão de seus
domínios aumentou a força política etrusca na região, levando-os à conquista da
cidade de Roma.
A partir de 616 a.C., Roma passou a ser governada
por reis etruscos.
Tarquínio Prisco foi o primeiro rei etrusco, seguido
por Sérvio Túlio. Sérvio implementou uma série de reformas que beneficiaram os
plebeus em prejuízo dos patrícios, criando a Assembléia Centuriata (baseada na
centúria = agrupamento de cem soldados) e permitindo o acesso dos plebeus ao
serviço militar.
Seu sucessor foi Tarquínio, o Soberbo, deposto em
509 a.C., por um golpe do Senado, no qual a maioria era aristocrata. Esse fato
marcou o fim do domínio político dos etruscos e da Monarquia romana, bem como o
início da República.
A Monarquia
A Monarquia romana teria sido dirigida por sete reis
(é importante frisar que alguns deles existiram realmente, outros são apenas
lendas); o rei era eleito e seu mandato, vitalício. Ele exercia as funções de
chefe do governo, chefe militar e juiz.
Outra instituição política importante era o Senado,
também conhecido como Conselho dos Anciãos (senex=velho), composto pelos chefes
das gens.
A Assembléia Curiata elaborava as leis e era
integrada por membros das cúrias. As cúrias eram unidades
religioso-administrativas que reuniam várias gens. Do ponto de vista
administrativo e político, eram a unidade básica em que se dividia a sociedade
romana.
Nesse período, a sociedade estava organizada a
partir das gens, cujo aspecto mais importante era a ligação familiar entre seus
membros e descendentes.
Cada gens era dirigida por um pater familias, geralmente o elemento
mais velho da comunidade.
Os membros das gens eram conhecidos como patrícios.
Grandes e médios proprietários de terras eram os únicos com direito à
cidadania, isto é, a participar das decisões políticas.
Vinculados às famílias patrícias existiam os
clientes. Apesar de serem homens livres, os clientes eram dependentes dos
patrícios, que lhes davam um pedaço de terra em troca de serviços.
A maioria da população romana era composta pelos
plebeus. Camponeses, artesãos, pequenos proprietários e comerciantes; todos
homens livres mas sem direitos políticos, ou seja, não eram cidadãos. Apesar
disso, eles eram obrigados a pagar impostos.
Durante a Monarquia, a escravidão já existia mas
ainda não era um fator determinante para a economia romana.
Os conflitos entre patrícios e plebeus
Com o poder nas mãos dos patrícios, graças aos
mecanismos republicanos, a exploração sobre os plebeus aumentou.
A partir do século V a.C. a plebe cresceu
significativamente, ganhando, também, importância econômica. Assim, os
patrícios aumentaram os impostos sobre os plebeus e os obrigaram a uma maior
participação no exército. Como eles eram forçados a participar das guerras,
suas terras ficavam abandonadas e empobrecidas. Ao retornar, tinham de pedir
empréstimos aos patrícios para reativarem suas produções; se não tivessem
condições de pagar a dívida, o plebeu tornava-se escravo (escravidão por
dívidas).
Além disso, os plebeus lutavam por uma melhor
distribuição das terras públicas (ager
publicus). Estas terras, originárias das conquistas, eram propriedade do
Estado e deveriam ser distribuídas entre a população romana. Geralmente, as
melhores terras acabavam nas mãos da aristocracia patrícia, gerando um número
expressivo de camponeses sem terras.
Em 494 a.C. aconteceu a primeira revolta plebéia
(Monte Aventino). Pressionada pelos plebeus, a aristocracia patrícia foi
obrigada a fazer concessões. A primeira conquista plebéia foi a criação do
tribuno da plebe.
As pressões continuaram e as concessões patrícias
também; as sucessivas conquistas da plebe foram:
• em 471 a.C. foi criada a Assembléia da Plebe,
composta apenas por plebeus (deriva daí a palavra plebiscito);
• em 450 a.C., criação das Leis das 12 Tábuas;
trata-se do primeiro código de leis escrito de Roma, no qual estava
estabelecida a proibição da escravidão por dívidas;
• em 445 a.C. a Lei da Canuléia permitiu o casamento
entre patrícios e plebeus;
• em 366 a.C. é eleito o primeiro cônsul plebeu, com
direito de ingresso automático no Senado.
É interessante averiguarmos que as conquistas
plebéias surgiram das pressões dessa camada da população. No entanto, essa
movimentação social passou a ser dirigida, com o tempo, pelo segmento da plebe
que havia enriquecido, fundamentalmente por meio do comércio. Assim, a maioria
das conquistas beneficiaram diretamente esse setor (casamento com patrícios,
eleição do tribuno e do cônsul, entre outras).
Com o tempo, a plebe rica separou-se da plebe pobre.
A primeira misturou-se aos patrícios (lembre-se de que o casamento entre os
dois setores já era permitido), originando uma nova camada: a nobilita. A
partir desse momento a denominação plebe ficou restrita à camada mais pobre da
população.
Os conflitos internos e o poder dos militares
Com o fim da ditadura de Sila, as disputas políticas
foram reiniciadas. Esse quadro de instabilidade política facilitava o
surgimento de revoltas da plebe e de escravos; a mais conhecida delas ocorreu
na Campânia, onde eclodiu uma revolta de escravos liderados por Espártaco, em 70
a.C. Nessas lutas políticas e militares, internas e externas, destacaram-se os
generais Crasso, Pompeu e Júlio César.
A República
Com a República, a organização política romana foi
bastante alterada. A instituição mais poderosa – em substituição ao rei –
passou a ser o Senado, composto pelos patrícios. Seus membros continuavam
vitalícios e decidiam sobre questões políticas e militares internas e externas.
A Assembléia Curiata perdeu suas funções políticas,
restringindo-se às atividades religiosas. De outro lado, a Assembléia
Centuriata, formada por patrícios e plebeus, ganhou poder de decisão. Todavia,
cada centúria tinha direito a apenas um voto; os patrícios tinham maior número
de centúrias que os plebeus e, por isso, ganhavam todas as votações.
Uma importante função da Assembléia Centuriata era
eleger os magistrados.
Na Magistratura, os cargos tinham funções bem claras
e específicas:
• cônsules: eram eleitos dois para um mandato de um
ano. Tratava-se do posto mais importante da Magistratura, pois exerciam de fato
o poder Executivo, convocando as assembléias e administrando questões políticas
e militares.
• pretores: aplicavam as determinações da Justiça.
• censores: vigiavam a conduta moral e, também, eram
responsáveis pelo censo.
• edis: cuidavam do abastecimento, do policiamento e
da conservação pública.
• questores: administravam o dinheiro público.
Um cargo de magistratura que surgiu posteriormente,
como produto das lutas sociais entre patrícios e plebeus, foi o de tribuno da
plebe: eleito exclusivamente pela plebe, tinha direito a veto quando as leis
eram consideradas lesivas àquela camada da população.
A expansão e as conquistas de Roma
O período republicano representa, para a história de
Roma, um tempo de conquista e expansão do território. Ou seja, gradativamente
foi deixando de ser uma Cidade-Estado com território limitado para tornar-se um
vasto império, submetendo outros povos.
A expansão romana teve duas fases distintas: a
primeira de conquista interna da península Itálica e a seguinte de conquista de
regiões em torno do Mediterrâneo.
A conquista da Itália
Roma tornou-se a cidade mais poderosa da Itália após
ter vencido diversos povos e cidades, como os celtas gauleses (390 a.C.), os
etruscos (395 a.C.), os sabinos, os samnitas e outros. Dominando a região
central da Itália, Roma partiu para a conquista do sul até chegar à Magna
Grécia.
Com a Itália dominada, Roma tornou-se uma potência
econômica e militar.
A partir de então, os grandes comerciantes ganharam
importância política e dirigiram os rumos da cidade de acordo com seus
interesses. O crescimento das atividades mercantis só poderia efetivar-se com a
conquista de novas regiões e mercados; ao mesmo tempo, isso significava mais
terras e um número crescente de escravos para a aristocracia. Por isso, Roma
avançou pelo Mediterrâneo, iniciando sua expansão externa.
As conquistas externas
A primeira grande guerra realizada pelos romanos foi
contra Cartago, cidade localizada ao norte da África. Essa ex-colônia fenícia
era uma importante cidade mercantil que mantinha o domínio comercial do Mediterrâneo.
Afrontando os interesses econômicos de Roma, Cartago
tornou-se sua maior rival; o conflito era inevitável. Iniciavam-se, assim, as
guerras púnicas (os romanos chamavam os cartagineses de puni, por isso essas
guerras contra Cartago são chamadas de púnicas).
Houve três guerras contra Cartago e Roma chegou à
vitória em todas elas:
• A Primeira Guerra Púnica (264-241 a.C.) envolve a
disputa das ilhas da Sicília, Córsega e Sardenha. Com a derrota, Cartago foi
obrigada a pagar uma alta indenização à Roma.
Como alternativa para as perdas, Cartago colonizou o
sul da Hispânia (atual Espanha).
• A Segunda Guerra Púnica (218-202 a.C.) inicia-se
justamente pela posse das cidades da Hispânia. As tropas de Cartago saíram em
vantagem, lideradas por Aníbal. Com seus famosos “tanques” (elefantes armados
para combates), atravessou a atual Espanha, conseguiu o apoio dos gauleses e
invadiu a Itália pelo norte. A reação dos exércitos romanos, porém, conseguiu o
recuo de Aníbal na Itália, obrigando-o a retornar a Cartago. Assim, após
algumas vitoriosas campanhas de Aníbal, novamente Cartago foi derrotada,
perdendo seus territórios na região. A partir daí, Cartago ficou restrita à
cidade no norte da África.
• A Terceira Guerra Púnica (149-146 a.C.) aconteceu
após alguns problemas no Mediterrâneo oriental; Roma invadiu Cartago, dominando
definitivamente a cidade e escravizando seu povo.
A parte oriental do Mediterrâneo foi conquistada por
Roma após os conflitos contra a Macedônia, em 197 a.C., e as guerras na Ásia
Menor, em 189 a.C. Assim, Roma alcançou o domínio de todo o Mediterrâneo.
As transformações de Roma
Roma gradativamente tornou-se um império, dominado
por apenas uma cidade. Isso significa que, internamente, ela sofreu uma série
de transformações na sua estrutura política e nas relações sociais e
econômicas.
As regiões conquistadas eram saqueadas e Roma
apoderava-se de todas as riquezas e terras, transformando-as em províncias.
Cada província era obrigada a pagar altos impostos a
Roma. Sem nenhum direito, as populações locais eram exploradas pelos
governadores provinciais e pelos publicanos (cobradores de impostos).
As atividades econômicas romanas diversificaram-se
após as conquistas. A economia, antes baseada exclusivamente na produção
agrícola, foi obrigada a abrir espaço para atividades comerciais. Na realidade,
após a conquista do Mediterrâneo, Roma tornou-se uma potência mercantil.
A distribuição e posse das terras continuaram sendo
um problema para as camadas mais pobres, pois as terras conquistadas (ager publicus)
continuaram concentrando-se nas mãos da aristocracia patrícia.
Além disso, os pequenos proprietários, após
retornarem das inúmeras guerras, não tinham condições de retomar as suas
atividades normais em razão do abandono das terras. Obrigados a pedir
empréstimos e sem condições de pagá-los, suas terras eram tomadas pelos
patrícios (lembre-se que a escravidão por dívidas havia acabado em Roma).
Assim, por diversas razões, o latifúndio ia se tornando comum na República
romana.
A escravidão
Nesses latifúndios, a mão-de-obra utilizada era a
escrava. A origem dos escravos era bem variada: filhos de escravos, crianças
abandonadas e rejeitadas e, sobretudo, os prisioneiros de guerra. A guerra
tornou-se a maior fonte fornecedora de escravos para a produção.
Os escravos exerciam as mais variadas funções: desde
o trabalho doméstico, passando pelas atividades comerciais e artesanais, até o
duro trabalho no campo, nas minas e pedreiras. À medida que a República se
expandia, o número de escravos aumentava em termos absolutos (isto é, a
quantidade numérica de escravos era crescente) e relativos (ou seja, comparando
com a população livre, a população escrava também era crescente). Assim, a
República romana tornava-se uma república escravista; isso significa que toda a
atividade econômica de Roma dependia, a partir de então, da escravidão.
É importante ressaltar que o escravo podia adquirir
ou comprar sua alforria, mas isso não significava que teria direito à
cidadania.
Os conflitos sociais da República
O fim da pequena propriedade e a consolidação do
latifúndio, somados à utilização crescente de escravos no campo, obrigaram os
camponeses e expequenos proprietários a procurarem sobrevivência em Roma. Essa
grande quantidade de homens livres empobrecia rapidamente, pois, em Roma, eles
também não tinham condições reais de subsistência.
Estima-se que por volta de 50 a.C. a população
romana girava em torno de 900 mil a um milhão de habitantes. A superpopulação
gerava uma série de problemas de abastecimento, saneamento, higiene e
habitação. A grande maioria da população era pobre e vivia em bairros
desprovidos de qualquer estrutura; a imensa massa miserável simplesmente
perambulava pela cidade.
Durante a segunda metade do século II a.C., a
situação em Roma era insustentável e diversas revoltas isoladas agitavam a
cidade e o campo (até algumas revoltas de escravos ocorreram). Tentando
resolver esse problema, o governo de Roma instituiu a distribuição gratuita de
trigo aos plebeus e permitiu seu ingresso gratuitamente nos circos das cidades
(na realidade, uma espécie de arena ou anfiteatro construído para espetáculos
esportivos, religiosos, artísticos, musicais, lutas e combates). Era a política
do “pão e circo”, que procurava minimizar os conflitos sociais por meio de um
paternalismo custeado pelo Estado. Entretanto, essa política apenas adiou a
solução do problema, sem resolvê-lo.
As reformas
A situação crítica de Roma ameaçava a República e
suas conquistas. Alguns políticos procuraram atenuar a crise da República propondo
algumas reformas sociais, principalmente no campo.
Tibério Graco, eleito tribuno da plebe em 133 a.C.,
procurou concretizar algumas reformas. Ele propôs melhor distribuição das
terras públicas, através de uma reforma agrária. O Senado romano, em que a
maioria era aristocrata, vetou a proposta. Apoiado pelos pequenos
proprietários, em 132 a.C., Tibério renovou sua proposta, mas entrou em
conflito com a aristocracia e acabou sendo assassinado.
Novas propostas reformistas tentaram, em vão, ser
aprovadas. Em 123 a.C. o irmão de Tibério, Caio Graco, foi eleito tribuno da
plebe, com um extenso programa de reformas. Todavia, apenas a Lei Frumentária
foi aprovada. De acordo com essa lei, o trigo deveria ser vendido à plebe com
um preço abaixo do mercado. Insistindo na aprovação de seu programa, Caio Graco
foi perseguido e entrou em luta contra a aristocracia, até que em 121 a.C.,para
não morrer nas mãos dos adversários, ele pediu para que um escravo o matasse.
Todas essas tentativas de estabelecer algumas reformas
não alcançaram resultados concretos. As terras continuaram nas mãos dos
patrícios; a situação crítica da população urbana e do campo continuou e a
violência foi a arma usada contra elas.
Os conflitos internos e o poder dos militares
Procurando evitar a radicalização das conturbações
políticas e sociais internas, Roma canalizou seus esforços em campanhas de
expansão externa, procurando transferir as pressões sociais para a dominação de
outros povos.
Os permanentes conflitos militares, internos e externos,
incentivaram o aparecimento de líderes políticos ligados ao exército. Chegando
ao poder, eles estabeleceram governos despóticos, apoiados na fidelidade de
suas tropas.
Mário foi um desses generais vitoriosos. Foi eleito
e reeleito cônsul de 107 até 100 a.C. e deu início a uma série de reformas no
exército, no sentido de profissionalizá-lo e permitir a incorporação dos
plebeus, pagando-lhes salários.
Assim, o exército romano deixa de ser exclusividade
de cidadãos convocados, tornando-se permanente e profissional.
De 91 a 88 a.C. explodiram
diversas revoltas de escravos e de povos submetidos à República (principalmente
na Grécia e Ásia Menor). Contudo, as lutas mais importantes nesse período foram
aquelas entre diversas facções políticas existentes em Roma, originando uma
autêntica guerra civil. A situação se agravou ainda mais quando os generais
Mário e Sila, antigos companheiros de batalhas, acabaram desencadeando, em 88
a.C., um conflito entre seus exércitos, na disputa pelo poder.
Sila saiu vitorioso e, ao voltar das lutas contra
Mitridates (rei do Ponto, antigo país da Ásia Menor, que havia assumido
posições anti-romanas) no Oriente, em 82 a.C., proclama-se ditador perpétuo.
Restringindo os poderes do tribuno da plebe e aumentando seus próprios poderes
e os do Senado, ele deu início a um governo de forte conteúdo autoritário. Ao
concentrar todos os poderes em suas mãos, Sila criou uma oposição entre os
nobres insatisfeitos. Isolado e doente, ele se vê obrigado a renunciar em 79
a.C., morrendo no ano seguinte.
Do Triunvirato ao Império
Procurando resolver os problemas políticos, em 60
a.C., o poder da República foi dividido entre três generais Pompeu, Crasso e
Júlio César - (triunvirato). No entanto, Júlio César, o conquistador da Gália
(atual França), fortalecia-se cada vez mais, aumentando seu prestígio entre os
soldados e a população romana.
Com a morte de Crasso, em 53 a.C., estabeleceu-se um
conflito entre Júlio César e Pompeu. Diante do fortalecimento de César, o
Senado aliou-se a Pompeu, elegendo-o cônsul único e retirou os poderes de César
sobre a Gália. Júlio César não obedeceu às ordens do Senado e invadiu, com seu
exército, a cidade de Roma. Começava, assim, a ditadura de César.
A ditadura de César
Durante seu governo, Júlio César acumulou diversos
cargos, centralizando o poder em suas mãos. Para lutar contra a aristocracia e
o Senado, César se apoiou nos soldados e nos membros da Assembléia Popular.
Ele anulou os poderes do Senado, das Assembléias e
tribunos; fez uma nova divisão das terras, procurando o apoio da plebe urbana;
obrigou os latifúndios a empregar um número determinado de trabalhadores
livres; criou novas colônias; concedeu cidadania a muitas províncias; e limitou
os poderes dos governadores provinciais. O enfraquecimento da aristocracia
patrícia, algumas medidas populares e o pleno controle das forças militares
fortaleceram significativamente os poderes de César. Assim, gradativamente, a
República caminhava para seu fim, mas Júlio César se recusava a assumir a
condição de rei ou imperador.
O Senado começou a conspirar contra César, até que,
em 44 a.C., ele foi assassinado por um grupo de senadores (entre eles Brutus).
O assassinato de Júlio César não significou o
retorno da aristocracia ao poder. Marco Antônio e Lépido, generais aliados de
César, impediram, com suas tropas, que o Senado tomasse o poder.
Em 45 a.C., as disputas políticas
pelo legado de César obrigaram a uma nova divisão do poder. Assim, Marco
Antônio, Lépido e Otávio iniciaram o segundo triunvirato, dividindo seus
poderes por região: Otávio ficou com o Ocidente; Marco Antônio com o Oriente; e
Lépido com a África e a Espanha.
Otávio afastou Lépido do poder em 36 a.C. e
tornou-se único governante do Ocidente, entrando em conflito com Marco Antônio,
que, de seu lado, fortalecia seu poder no Oriente aliado a Cleópatra, rainha do
Egito.
Em 31 a.C., Otávio entra em guerra contra Marco
Antônio, vencendo-o na batalha de Ácio. Marco Antônio acabou se suicidando
junto com Cleópatra, e Otávio assume definitivamente o poder em Roma. A vitória
de Otávio significou o fim da República romana, dominada pela aristocracia
patrícia, e o início do Império Romano: novas forças políticas são incorporadas
e as instituições modificadas.
Império Romano
No Império Romano, o imperador detinha poderes
absolutos. Além de executar as leis, exercia o comando do exército e, também,
legislava através de editos, decretos e mandatos. Ao Senado, restou a posição
de conselheiro do imperador, com seu senatus
consulta, porém, seus conselhos não eram aceitos como na fase
republicana.
As províncias eram classificadas em senatoriais,
administradas pelo Senado através de governadores, e imperiais, administradas
pelo imperador, representado, também, por governadores.
O primeiro imperador governou de 27 a.C. a 14 d.C..
Suas primeiras medidas diziam respeito à reestruturação administrativa do
Estado imperial, expressa nas restrições das funções do Senado, na criação de
prefeituras e na reforma da arrecadação dos tributos. Foi
criada a Guarda Pretoriana com a função de dar
proteção ao imperador e à capital.
Na economia, Otávio incentivou a produção e protegeu
as rotas comerciais. Além disso, empreendeu a construção de várias obras
públicas, o que gerou muitos empregos aos plebeus.
Para ganhar popularidade, Otávio adotou a política
do pão e circo. Distribuía trigo para a população pobre e organizava
espetáculos públicos de circo.
A paz, a prosperidade e as realizações artísticas
marcaram o governo de Otávio Augusto. O século I, do qual fez parte o seu
governo, ficou conhecido como o Século de Ouro da Literatura Latina, ou o
Século de Augusto. Seu ministro Mecenas tinha grande interesse pelas artes e
apoiou, entre outros, os escritores Horácio e Virgílio.
No governo de Otávio, nasceu, na Palestina, numa das
províncias romanas, Jesus Cristo, fundador do cristianismo. Essa nova religião
foi gradativamente se difundindo em todo Império.
Os sucessores de Otávio
Após o governo de Otávio, o Império Romano foi
governado por várias dinastias:
• Dinastia Júlio-Claudiana (14-68) - período marcado
por conflitos sangrentos entre o Senado e os imperadores, em número de quatro:
Tibério, Calígula, Cláudio e Nero. Este último, educado pelo filósofo Sêneca,
foi responsável por incendiar Roma e pela primeira perseguição movida contra os
cristãos.
• Dinastia dos Flávios (69-96) - os imperadores
desta dinastia foram Vespasiano, Tito e Domiciano. Contaram com o apoio do
exército, submeteram o Senado e governaram de forma despótica.
• Dinastia dos Antoninos (96-192) - período
considerado de apogeu. O Império atingiu sua maior extensão territorial,
acompanhada de prosperidade econômica. O comércio se desenvolveu e houve grande
afluxo de capitais para Roma. O poder dos imperadores foi fortalecido ainda
mais, porém, em relação ao Senado, adotou-se uma política de conciliação. Os
imperadores desta dinastia foram: Nerva, Trajano, Adriano, Antonino Pio, Marco
Aurélio e Cômodo.
• Dinastia dos Severos (193-235) - nesta fase, os
imperadores foram: Sétimo Severo, Caracala, Heliogabalo e Severo Alexandre.
Durante o governo desta dinastia houve crises internas, fuga da população
urbana para o campo, falta de dinheiro, inflação e pressão dos povos bárbaros
nas fronteiras. O processo de instabilidade levou ao declínio do Império.
A Crise do Império Romano
A partir do século III, teve início a crise do
Império Romano. Com o fim das conquistas houve a interrupção do abastecimento
de escravos nas atividades econômicas. Essa falta de escravos, as epidemias e
as guerras civis contribuíram para a escassez de mão-de-obra, que implicou na
crise de produção, de circulação e monetária, gerando altos índices de
inflação. Para tentar solucionar essa situação, o Estado transformou a
permanência do camponês na terra em uma instituição, chamada colonato, cujo
objetivo era garantir a produção agrícola.
Todavia, a concentração fundiária pelos grandes
proprietários tornou-os mais fortes que o próprio Estado.
Esses fatores fizeram com que diminuísse a
arrecadação dos tributos e, por isso, o Estado ficou com dificuldade de manter
a máquina administrativa, principalmente o soldo do exército. Como os militares
ficavam sem os seus salários, houve insatisfação e revolta. Para diminuir os
gastos, foram dispensadas várias legiões do exército e, em seu lugar, foram
contratados mercenários, geralmente germanos, que estavam instalados nas
fronteiras do Império.
Mediante essa crise generalizada, em 284, o
imperador Diocleciano criou a Tetrarquia. Para melhorar a defesa das
fronteiras, principalmente contra a pressão dos bárbaros, o Império foi
dividido em quatro partes, cada uma delas com governo próprio.
Na economia, Diocleciano procurou reduzir a
inflação, criando o preço máximo para os produtos comercializados e um limite
de ganhos sobre a jornada de trabalho.
Em 313, assumiu o poder Constantino, que
reestabeleceu a unidade imperial.
Defensor de que a base do Império provinha das
províncias do Oriente, estabeleceu, em 330, sua capital na antiga colônia grega
de Bizâncio, rebatizada como Constantinopla (atual Istambul, na Turquia).
Ainda no século IV, os romanos assistiram às
primeiras levas de bárbaros cruzarem as fronteiras do Império à procura de
terras para o cultivo e pastoreio. Em 378, ocorreu a primeira ofensiva dos
visigodos contra os romanos, que foram vencidos na batalha de Adrianópolis, quando
foi morto o imperador Valente.
Mais tarde, o imperador Teodósio (379 a 395)
conseguiu pacificar os visigodos doando-lhes terras. Esse imperador percebeu
que, para melhor administrar o Império, era preciso dividi-lo e assim o fez, em
395, entre seus filhos: o Império Romano do Ocidente, com capital em Roma,
ficou com Honório, e o Império Romano do Oriente, com capital em
Constantinopla, foi entregue a Arcádio.
Leia o texto
atentamente e elabore uma cronologia da Roma Antiga.
Primeiro Passo:
Selecione todos os anos, excluindo séculos;
Segundo Passo: Coloque
em crescente os anos, deixando duas ou três linhas.
Terceiro Passo:
Descreva o fato resumidamente ao lado direito do ano.
Quarto Passo: Pinte
cada período com uma cor diferente: Ditadura de Júlio César;1º, 2º e 3º
Triunvirato, Guerras Púnicas.
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