Idade Moderna (XV-XVIII/15-18)
A Idade
Moderna teve início com a queda do Império
Bizantino e a tomada da cidade de Constantinopla pelo Império Turco-Otomano, em
1453 (século 15) (lembrem-se das guerras de Reconquista). Esse período chegou
ao final com a Revolução Francesa, em 1789 (século 18).
Essa fase foi marcada por muitas mudanças e revoluções que alteraram a
forma de pensar dos ocidentais. Essas transformações ocorreram tanto
na ordem econômica, como científica, social e religiosa. Além de mudanças,
houve permanências, como por exemplo, a burguesia continuou em ascensão, as
cidades continuaram a crescer, os reis (que existiam durante a Idade Média)
conseguiram fortalecer seu poder nesse período.
Vamos estudar sobre a Idade Moderna por bastante tempo. Nesse texto,
estudaremos somente algumas características desse período.
Fortalecimento do poder dos reis
O termo "Estados Nacionais" costuma ser utilizado para
designar o resultado da dinâmica política e econômica que levaria a uma nova
formulação de Estado nos reinos europeus, possibilitando o fortalecimento e
subsequente centralização do poder real.
Durante a Idade Média, a Europa em geral estava caracterizada pela forte presença
política dos senhores feudais, isso fazia com que os reis tivessem seu poder
reduzido. No entanto, durante o século XIV (14), o feudalismo entra em crise
devido a vários fatores. Alguns desses fatores foram a desagregação social
causada pela peste bubônica e crise na produção agrícola. Neste contexto,
ocorreu a ascensão da burguesia, que se tornava cada vez mais
influente ao adquirir as terras dos arruinados senhores feudais, o que
lentamente mudava o eixo da economia para as atividades comerciais no meio
urbano (cidades). Isso desenvolveria substancialmente o comércio.
A diminuição do poder dos senhores feudais também levaria ao
fortalecimento político dos reis. Aliados com a ascendente burguesia, os
monarcas tiveram maior possibilidade de arrecadar os impostos necessários para
desenvolver e manter as instituições necessárias para a administração e
segurança pública. Os recursos para isso eram garantidos por meio da promoção
da economia mercantil. Ao mesmo tempo em que beneficiava a burguesia,
entretanto, o rei ainda cultivava o apoio da nobreza, reforçando os laços de fidelidade
entre eles ao atraí-los para a corte e promovendo seus membros mais destacados
para importantes cargos no Estado. Desta forma, a nobreza perdia sua autonomia
e se tornava subserviente ao rei. Ao mesmo tempo, as fronteiras tornavam-se mais
bem definidas.
Um caso precoce foi Portugal, com seu Estado consolidado já no século
XIII (13), apesar de ter sua independência frequentemente ameaçada pela vizinha
Castela – que, por sua vez, apenas se uniria com Aragão e formaria a Espanha
moderna no século XV (15). As monarquias em França e Inglaterra também
mostrariam cedo sinais de fortalecimento do poder real, mas apenas depois da Guerra dos Cem Anos travada entre ambos desde o século XIV (14) – e, especificamente no
caso inglês, a Guerra das Duas Rosas, que opôs a Casa Lancaster e a Casa York no século XV – foi
que o poder real se consolidou respectivamente com a dinastia Valois e a
dinastia Tudor. Esse processo de centralização política acabaria por resultar,
mais tarde, na formação de um sistema característico da Era Moderna: o absolutismo, que encontraria sua expressão mais
famosa em França com Luís XIV, o Rei Sol.
Entretanto,
em algumas regiões o processo que levaria ao Estado Nacional não seria
completado neste período. Embora tanto no Sacro Império Romano Germânico quanto na Península Itálica ocorresse a crise do feudalismo e o início da centralização política, as forças regionais
foram fortes demais para que fosse possível a consolidação de um poder central.
Assim, ambas as regiões seriam politicamente fragmentadas durante a Era
Moderna. Enquanto o Império possuía vários ducados, reinos e cidades
independentes, na Península Itálica muitas terras foram dominadas por potências
estrangeiras ou eram subordinadas à Igreja. As modernas nações conhecidas como
Alemanha e Itália apenas surgiriam no século XIX (19).
Absolutismo
O absolutismo foi uma forma de governo que predominou durante a Idade Moderna e
consistia, basicamente, no poder estar
concentrado nas mãos do rei, enquanto que
os cidadãos eram cortados das decisões. Nesse sistema, o rei estabelecia
leis, decretos, impostos, escolhia seus funcionários e militares, além de tomar
várias decisões em relação ao Estado e à religião. Dessa forma, o povo não era
consultado, o que prevalecia era a decisão dos monarcas.
Mercantilismo
O mercantilismo é considerado um conjunto de práticas econômicas
adotadas pelos estados nacionais, com o objetivo de acumular riqueza e dar
poder ao rei. Os principais países representantes dessa prática foram Portugal,
Espanha, França, Inglaterra e Holanda.
A origem do mercantilismo está ligada ao absolutismo, que foi um
período em que havia muito domínio dos estados, e o rei tinha representação
absoluta sobre a sociedade. Por conta disso, os reis faziam de tudo para
enriquecer os seus países e, consequentemente, ter mais poder. Nesse momento a
riqueza era medida pela quantidade de ouro e prata que o país possuía.
Como forma de se consolidar, os Estados Modernos se apoiaram na luta da
burguesia pelo poder e pelo fim dos privilégios da nobreza feudal. Por conta
disso, a burguesia passou a apoiar fortemente o rei, o que possibilitou
grandes domínios políticos e a reafirmavam do seu poder. Foi assim que os
burgueses passaram a ter privilégios e ampliar as sua renda econômica, apesar
de ainda ser de forma controlada.
Com isso, foi possível o desenvolvimento comercial e manufatureiro com o
poder centralizado no rei, que passou a controlar à economia, garantindo os
seus interesses e fortalecendo ainda mais o poder real. Foi a partir desse
processo que surgiram as práticas econômicas relacionadas ao mercantilismo.
O período mercantilista foi marcado também pelas Grandes Navegações
e a instalação do sistema colonial no continente americano. Por exemplo, os
portugueses utilizaram muitas práticas do mercantilismo no período de
colonização do Brasil.
As características do mercantilismo estão associadas ao poder do rei, já
que o modelo político da época era o absolutismo. Nesse período muitas
nações europeias queriam enriquecer a partir da exploração de riquezas em
outros continentes e, para isso, utilizavam as navegações para obter ouro e
prata.
Existem diversas características presentes no mercantilismo, sendo que
algumas delas podem ser vistas em todos os países, e outras estão mais ligadas
a um estado nacional específico, pois muitos utilizavam as práticas comerciais
de acordo com suas necessidades. Vejamos as mais importantes:
• Metalismo: está relacionado a busca por metais preciosos. Nessa
época todos queriam ter prata e ouro, pois era uma das formas de medir a
riqueza de um estado.
• Balança comercial favorável: é uma das principais
características do mercantilismo, podendo ser vista em praticamente todos os
estados. A ideia era que os estados fizessem mais exportação do que importação,
sendo incentivado o crescimento industrial e manufatureiro como forma de manter
a riqueza no próprio país.
• Colbertismo: essa característica esteve presente principalmente
na França e ficou conhecida com esse nome por causa de Jean-Baptiste
Colbert, que era um ministro do rei bastante influente na época. A ideia era o
desenvolvimento manufatureiro como forma de gerar riqueza. O pensamento girava
em torno de produzir produtos de qualidade para atrair a venda para
estrangeiros.
• Incentivos às manufaturas: a prática estimulava a manufatura,
já que esses produtos geravam mais lucros do que vender apenas as
matérias-primas ou gêneros agrícolas.
• Protecionismo alfandegário: para proteger os seus estados, o
governo criava altos impostos para os produtos de importação, estimulando a
produção nacional e a manutenção da riqueza no país.
Com esse pensamento político e econômico é que os estados nacionais
português e espanhol se lançaram nas Grandes Navegações e chegaram ao
continente americano.
A Expansão Marítima Européia (século XV e XVI) foi motivada pela
busca de novas terras, rotas comerciais, mercados e a propagação da fé
católica. A Expansão Marítima Européia (navegação pelos oceanos) resultou no
contorno da África, na chegada à Índia e na América.
Os impactos da conquista e da colonização europeia para a América e para
a África provocaram a destruição de várias civilizações que viviam nesses
continentes.
De forma resumida, podemos dizer que Portugal e Espanha investiram no
colonialismo e utilizavam os países colonizados para melhorar a sua economia.
Existia nesse momento o que conhecemos como Pacto Colonial, ou seja, os países
só podiam comercializar com as nações que os colonizaram. Por exemplo, no
período colonial, o Brasil produzia aquilo que era de interesse
português.
A Inglaterra e a França estimulavam o industrialismo e o comercialismo
para a obtenção de riqueza. Para tanto estimulavam o desenvolvimento das
manufaturas e comércio interno.
A Holanda, por sua vez, teve grande representatividade no mercantilismo,
pois possuía duas companhias comerciais: Índias Ocidentais e Índias
Orientais. Ela também estimulava o industrialismo e tinha como diferencial o
crédito bancário por meio dos seus bancos.
Atividades
2. Qual a relação entre monarcas e burguesia na formação dos estados nacionais?
3. Como era medida a riqueza de um Estado no início da Idade Moderna?
4. O que foi o mercantilismo? Quais foram suas principais características?
5. O que foi o absolutismo?
6. O que foram as grandes navegações? Quais os principais fatores que contribuíram para que elas ocorressem?
7. Portugal e Espanha foram os primeiros territórios a se tornarem estados nacionais. Logo, eles se lançaram às grandes navegações em busca de especiarias (açúcar, cravo, canela, etc). Cite o nome de dois continentes em que chegaram com essas navegações.
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