ATIVIDADE TURMA 91
Argentina: O Peronismo
(1945-1955)
O populismo
na América Latina
Os
conflitos entre as oligarquias rurais e movimentos sociais urbano estiveram
presentes em vários países latino-americanos. Deles surgiu uma solução
intermediária que buscava conciliar os interesses em choque: o populismo -
governos do tipo nacionalista e popular.
No Brasil,
o populismo é inaugurado com a ascensão de Getúlio Vargas ao poder, após a
revolução de 1930; na Colômbia, com a ascensão do liberal Enrique Olaya Herrera
– 1930; no México, com a eleição de Júlio Cárdenas, em 1934; no Chile, com a
eleição de Pedro Aguirre Cerda, que deu início a reformas beneficiando os
trabalhadores e que fora eleito por meio da organização de uma frente popular,
em 1938; e, na Argentina, o populismo vai acontecer com o governo de Juan
Domingo Perón, 1945/1955, que contou com a presença marcante de Eva Perón, sua
mulher. Promover a industrialização, desenvolver o mercado interno, encaminhar
reformas sociais, sem perder de vista a importância do setor
agrário-exportador, foi o grande desafio do populismo.
Assim, no
México, Lázaro Cárdenas (1934-1940) acelerou o processo de distribuição de
terras, repartindo 20 milhões de hectares, e nacionalizou as ferrovias e o
petróleo sem criar impasses políticos. Ele, porém, tinha, atrás de si, a
Revolução de 1910 e o Partido Revolucionário Mexicano – rebatizado, em 1945,
com o nome de Partido Revolucionário Institucional –, que era a única
organização política mexicana. Por isso, Cárdenas obteve o respaldo dos comunistas,
dos liberais radicais e das organizações de trabalhadores - Confederação dos
Trabalhadores Mexicanos e Confederação Nacional dos Camponeses - que,
entretanto, mantiveram-se subordinados à sua autoridade.
Argentina:
O Peronismo (1945-1955) Até 1930, a industrialização Argentina esteve
subordinada ao setor agroexportador. De 1930 a 1960, como ocorreu também no
Brasil, na Argentina alterou-se o padrão de desenvolvimento econômico, com a
política de industrialização voltada para a substituição das importações,
portanto, para o mercado interno.
É nesse
quadro que aparece o político argentino de influência mais duradoura na
Argentina contemporânea: Juan Domingo Perón. Admirador do fascismo italiano de
Mussolini, Perón era o líder de uma organização militar denominada Grupo de
Oficiais Unidos. No regime militar implantado pelo golpe militar de 1943, que
derrubou o presidente Castillo, Perón ocupou a Secretaria do Trabalho e da
Previdência e fez aprovar uma série de leis trabalhistas, como jornada de oito
horas de trabalho, salário mínimo, previdência social, e apoiou a formação e
atuação dos sindicatos, inclusive pressionando empresários relutantes a
atenderem as reivindicações dos trabalhadores.
Ora, o
objetivo de Perón era o apoio dos trabalhadores, tanto da cidade como do campo.
Do seu crescimento dependia o êxito do programa paternalista do governo, isto
é, eram necessários trabalhadores sem experiência política e sindical, sem
ideologia própria e sem liderança. As medidas populares foram acompanhadas de
leis que auxiliavam os empregados, como a ajuda do Estado às atividades
industriais e comerciais.
A política
assistencialista de Perón era justificada junto aos empresários como garantia
do controle das massas para manter a paz e a ordem. Em outubro de 1945, grupos
militares ligados aos setores dominantes (oligarquia) conseguiram destituí-lo
da Secretaria e aprisioná-lo. Mas uma mobilização popular maciça (cem mil
participantes), liderada por sua mulher, Eva Perón, libertou-o e o reconduziu
ao posto. Cinco meses depois, foi eleito presidente, com uma votação
esmagadora.
Em seu
governo, a organização sindical estendeu-se para os trabalhadores de todas as
indústrias, o mesmo acontecendo com os benefícios previdenciários. A educação gratuita
foi oferecida a todos e casas populares foram construídas e efetivamente
entregues. A ampliação de sua base política se efetivou com a introdução do
voto feminino.
A partir de
1951, no seu segundo mandato, Eva Perón teve um papel fundamental junto aos
trabalhadores, em especial junto às mulheres. A política sindical tornou-se sua
própria esfera de poder. Paralelamente à legislação trabalhista, Perón
nacionalizou a companhia telefônica, as ferrovias, os bondes e os serviços de
gás. A situação ou conjuntura econômica pós-guerra era favorável e possibilitou
a Perón incrementar a industrialização sem contrariar os interesses do poderoso
setor agro-exportador.
O êxito de
sua política permitiu-lhe fundar e difundir uma ideologia - o justicialismo -,
que pretendia fazer de seu governo um sistema eqüidistante do comunismo e do
capitalismo. Mas o êxito era aparente. A multiplicação das funções do Estado e
as nacionalizações efetivadas não tardaram a gerar uma grave crise nas finanças
públicas. Como nos demais países latino-americanos, as indústrias argentinas
importavam equipamentos (máquinas) do exterior, cujos preços eram muito
superiores aos dos produtos primários exportados.
O resultado
foi o crescente endividamento externo. Além disso, a recuperação da Europa do
pós guerra provocou a queda dos preços dos produtos primários, desequilibrando
a balança comercial argentina. A popularidade de Perón estava ancorada em sua
doutrina justicialista, na qual ressaltava o nacionalismo e o
anti-imperialismo. Entretanto, o crescente endividamento da Argentina fez com
que Perón passasse a depender do auxílio norte-americano e, portanto, a efetuar
importantes concessões aos seus interesses, particularmente às suas empresas
petrolíferas.
Perón
procurou encobrir a crise adotando uma postura demagógica, como a que
legalizava o divórcio e abolia a instrução religiosa nas escolas. Tais medidas
apenas provocaram a ira da Igreja Católica e multiplicaram conflitos de rua
entre peronistas e clericalistas. O clima de agitação foi propício para que os
antiperonistas desfechassem violentos ataques ao governo por meio da imprensa.
Nesse clima de grande acirramento dos ânimos, em 31 de agosto de 1955, Perón
jogou a sua cartada final, e perdeu.
Naquela
data, ele se decidiu finalmente a adotar uma posição esquerdista e convocou os
“descamisados” para combater os conservadores. No início de setembro, ele
dirigiu um apelo para que a Confederação Geral do Trabalho (CGT) criasse
milícias operárias. Em 16 de setembro, as Forças Armadas reagiram depondo Perón
e colocando, em seu lugar, o general Pedro Eugênio Aramburu, que permaneceu no
poder entre 1957 e 1958.
1.
Como
surgiu o Populismo na América Latina?
2.
O
Populismo foi fenômeno tipicamente argentino? Justifique.
3.
O
que foi o Justicialismo?
4.
Como
Péron projetou-se na Secretaria do Trabalho?
5.
Como
foi o segundo mandato de Péron?
6.
O
que causou a crise na Argentina durante o Peronismo?
7.
Como
Péron reagiu a crise e como os grupos de oposição reagiram as posições de
Péron?
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.