sexta-feira, 15 de maio de 2020

Turma 71 - História - Prof. Marcos Monteiro


ATIVIDADE TURMA 71

A CRISE DO ANTIGO SISTEMA COLONIAL

A GUERRA DOS MASCATES - Pernambuco – 1710

Até o final do século XVII Olinda era a principal cidade de Pernambuco.
Moravam em Olinda ricos senhores de engenho, que durante muito tempo nunca pensaram que sua fortuna pudesse acabar. Mas foi exatamente isso que aconteceu com a queda do preço do açúcar no mercado europeu. O açúcar caiu de preço por causa da concorrência do açúcar holandês produzido nas Antilhas.
Com a queda dos preços do açúcar, os senhores de engenho de Olinda começaram a pedir dinheiro emprestado aos comerciantes do povoado de Recife, que cobravam juros altos pelo empréstimo. Enquanto os comerciantes do Recife progrediam em seus negócios, os senhores de engenho ficavam mais pobres e endividados.
Aos poucos foram surgindo ódios e brigas entre os comerciantes do Recife e os senhores de engenho de Olinda. Em tom de provocação, os senhores de engenho apelidaram os comerciantes de mascates.
Conscientes de sua importância os comerciantes do Recife pediram ao rei de Portugal que seu povoado fosse elevado à categoria de vila. Queriam ver Recife independente de Olinda, sem lhe dever impostos ou obedecer a suas ordens.
O rei D. João V atendeu aos pedidos dos comerciantes do Recife, mas os senhores de engenho de Olinda não aceitaram as ordens do rei. Organizaram uma rebelião e invadirão o Recife. Um dos chefes da rebelião foi o proprietário de engenho Bernardo Vieira de Melo.
A luta entre as duas localidades ficou conhecida como guerra dos mascates o governo português interveio duramente na região a fim de acabar com o conflito e ajudar a luta dos comerciantes.
O conflito terminou em 1711, com a vitória dos mascates. E Recife tornou-se capital de Pernambuco.

O QUILOMBO DOS PALMARES

O quilombo dos palmares tinha esse nome porque ocupava uma imensa região de palmeiras, situada no estado de Alagoas. Em uma área de 27 mil quilômetros quadrados.
Várias expedições militares foram organizadas para destruir palmares. Apesar disto,  o quilombo lutou e resistiu durante 65 anos ( 1629  a  1694 ). Nesse período chegou a Ter uma população superior a 20 mil habitantes. Ali se criava gado e cultivava-se milho, feijão cana-de-açúcar, mandioca etc. Havia, inclusive, um razoável comércio com os povos próximos.
Para os senhores de engenho, o quilombo de palmares representava um desafio permanente. Desafio a escravidão que se impunha o negro. E sinal concreto de que a liberdade era possível ao escravo fugitivo.
Zumbi foi o grande líder de palmares. Era ele que comandava o povo negro nas suas lutas contra o ataque branco. Corajoso e inteligente, a fama de Zumbi espalhou-se como lenda pelo Brasil Colônia. Os negros o consideravam invencível.
Em 1687, a classe dominante colonial contratou o bandeirante paulista Domingos Jorge Velho para atacar palmares. Jorge velho foi escolhido porque era violento e sanguinário. Ficou famoso pela brutalidade que matava os índios e prendia os escravos fugidos.
Jorge Velho atacou Palmares em 1622. Seu plano era cercar quilombo e matar todos os negros revoltosos. Liderados por Zumbi, os negros defenderam bravamente sua liberdade. Milhares de pessoas morreram nessa luta. E o violento bandeirante teve que fugir derrotado.
Houve, entretanto, um novo ataque de Jorge Velho ao Quilombo dos Palmares. Dessa vez, o governo aumentou sua ajuda e mandou um exército de seis mil homens, todos bem armados. Os negros não tinham munições, mas lutaram com garra durante um mês.
Ao final do combate o quilombo foi destruído e sua população massacrada.
Zumbi conseguiu escapar ao cerco, fugindo pela mata com um pequeno grupo de companheiros. Dois anos depois de muitas perseguições foi preso e morto.
Matando Zumbi, os senhores de escravos queriam intimidar os negros. Entretanto, Zumbi permaneceu vivo como símbolo da resistência negra à violência da escravidão.

A REVOLTA DE BECKMAN - MARANHÃO – 1684

No estado do Maranhão, a partir de 1650, desenvolveu-se um violento conflito entre os colonos e os padres jesuítas.
A empresa açucareira instalada no Maranhão enfrentava grave crise econômica. Precisava de mão-de-obra, mas não tinha dinheiro para pagar o alto preço do escravo africano. A solução dos colonos foi partir para a escravização do índio: organizaram tropas que invadiram aldeamentos dos jesuítas a fim de capturar índios para o trabalho escravo.
A violenta ação dos colonos provocou o forte protesto dos padres jesuítas, que exploravam as drogas do sertão e dominavam o trabalho do índio.
Os padres levaram seu protesto a Portugal. O governo português interveio e acabou proibindo a escravização do índio (que não dava lucro para a Metrópole).
O governo pensou em resolver o problema da mão-de-obra com a introdução de escravos negros (que rendiam lucros para a Metrópole e para os traficantes).
Assim, criou, em 1682, a Companhia Geral de Comércio do Estado do Maranhão. Era uma empresa que prometia introduzir na região 500 escravos negros por ano, durante vinte anos. Entretanto, a Companhia não cumpriu suas promessas, a crise econômica aumentou, e a raiva dos colonos explodiu.
Liderado pelo senhor de engenho Manuel Beckman, um grupo de proprietários maranhenses organizou uma rebelião para acabar com a influência dos padres jesuítas e com a Companhia de Comércio. Eles queriam permissão para escravizar os índios.
A revolta de Beckman estourou na noite de 24 de Fevereiro de 1684, quando o governador do Maranhão estava ausente de São Luís. O seu substituto foi preso. Os armazéns da Companhia de Comércio foram destruídos. A escola dos padres jesuítas foi invadida e os padres expulsos.
Os rebeldes constituíram um governo provisório.
Tomás Beckman (irmão de Manuel Beckman ) viajou a Lisboa para explicar a situação ao rei de Portugal, mas o rei não aceitou a atitude dos revoltosos. Prendeu e puniu Tomás Beckman. Em seguida, mandou para o Maranhão um novo governador (Gomes Freire de Andrade), que chegou ao local em 1685 para aplicar duras penas aos rebeldes. Manuel Beckman e mais dois chefes foram presos e enforcados.
A Companhia de Comércio foi eliminada. Os jesuítas retornaram ao Maranhão, mas a escravização do índio continuou. E jesuítas e colonos continuaram brigando. 


O BANDEIRISMO

Houve três tipos básicos de bandeirismo.
-           O bandeirismo apresador dedicava-se à captura de índios, que eram vendidos como escravos.
-           O bandeirismo prospector dedicava-se à procura de metais preciosos.
-           O sertanismo de contrato dedicava-se a prestação de serviços de combate aos índios e aos negros para a classe dominante da colônia.

As bandeiras que se dedicavam ao aprisionamento de índios atacavam, principalmente, os aldeamentos religiosos onde os índios tinham sido reunidos pelos padres jesuítas.
Nesses aldeamentos os índios aprendiam a trabalhar na lavoura e a realizar tarefas de utilidade para os brancos.
Os compradores de escravos preferiam escravizar esses índios, cuja cultura já tinha sido deformada pelos brancos. Quer dizer, os índios tinham aprendido a se “comportar” como os brancos.
As bandeiras de apresamento tornaram-se um grande negócio durante o período do domínio holandês no Brasil (1637 a 1654). Motivo: além do Brasil, os holandeses conquistaram também algumas colônias portuguesas da África, de onde os escravos negros eram mandados para o Brasil.
Ao conquistar essas colônias africanas, os holandeses desmontaram o tráfico negreiro organizado pelos portugueses e só permitiam a vinda de escravos para o Brasil holandês. As regiões do Brasil que estavam fora da dominação holandesa, como a Bahia, começaram a ficar sem escravos para a lavoura canavieira.
A necessidade de mão-de-obra levou os senhores de engenho da Bahia a comprarem escravos índios dos bandeirantes paulistas.
A bandeira que saía para aprisionar índios também desejava encontrar ouro. Mas, enquanto a escravização do índio era bom negócio, o interesse dos bandeirantes concentrou-se nessa terrível atividade.
Depois da expulsão dos holandeses, a escravização dos índios deixou de ser o bom negócio de antes. Motivo: o tráfico negreiro foi sendo reorganizado pelos portugueses.
Os traficantes vendiam escravos negros para senhores de engenho de todo o Brasil. Começou a diminuir o número de compradores de escravos índios.
Percebendo que a caça aos índios já não dava mais lucros, os bandeirantes resolveram se empenhar na procura do ouro. Mergulhado em crise econômica, o governo português estimulava esta mudança de objetivos. De próprio punho, o rei de Portugal escrevia cartas aos bandeirantes encorajando-os a procurar ouro.
Em pequenas quantidades, o ouro já tinha sido encontrado em São Paulo desde o início do século XVII. E também em Curitiba, Paranaguá, Parnaíba e outros lugares.
Diante disso, os bandeirantes decidiram entrar pelo sertão à procura de jazidas mais abundantes. Foi o que aconteceu com Fernão Dias Paes, que partiu de São Paulo no dia 21 de julho de 1674, em direção ao interior do atual estado de Minas Gerais.
A bandeira de Fernão Dias passou sete anos explorando o sertão mineiro. Não alcançou, entretanto, grandes resultados. Fernão Dias encontrou apenas pedras de turmalinas, pensando tratar-se de preciosas esmeraldas.
O caminho percorrido pela bandeira de Fernão dias foi posteriormente, seguido por outros bandeirantes, que no final do século XVII, acabaram encontrando ouro em Minas Gerais.
As primeiras jazidas de ouro foram descobertas entre os anos de 1690 e 1695.
Dentre os principais bandeirantes que participaram das descobertas das primeiras jazidas de ouro do Brasil destacam-se: Antônio Rodrigo Arzão (descobriu ouro em Minas, por volta de 1693); Pascoal Moreira Cabral (descobriu ouro em Mato Grosso, por volta de 1719); Bartolomeu Bueno da Silva (descobriu ouro em Goiás, por volta de 1725).
Por diversas vezes, a classe dominante colonial (senhores de engenho, grandes pecuaristas, autoridades do governo) foi contratar o serviço dos violentos bandeirantes para destruir a resistência das tribos indígenas e a organização dos quilombos negros.
A descoberta do ouro ocorreu em regiões distantes e isoladas. A notícia rapidamente se espalhou, e milhares de pessoas correram em busca do ouro. Para trabalhar só na mineração, estas pessoas precisavam ser abastecidas de alimentos, roupas e outras mercadorias.
A fim de atender à necessidade de abastecimento das regiões mineradoras, surgiram as expedições comerciais chamadas monções.
Em canoas carregadas de mercadorias, as monções subiam e desciam os rios de São Paulo, Mato Grosso e Goiás. Mantinham a comunicação e o transporte entre vários pontos das regiões mineradoras.
As monções marcaram a última fase do bandeirismo.

Com base no texto acima desenvolva as seguintes atividades:

Esquematize as revoltas coloniais: Palmares, Beckman e Mascates, conforme o roteiro abaixo:

Nome:
Local:
Período:
Líderes:
Motivos:
Objetivos:
Partes envolvidas:
Desfecho: (como terminou, quem venceu etc.)

RESPONDA

1)   Diferencie o bandeirismo apresador do prospector.
2)   Por que o bandeirismo apresador era lucrativo? Por que deixou de ser um bom negócio?
3)   O que foi o Sertanismo de Contrato e as Monções?

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