ATIVIDADE TURMA 71
A CRISE DO ANTIGO
SISTEMA COLONIAL
A GUERRA DOS MASCATES -
Pernambuco – 1710
Até o final do século
XVII Olinda era a principal cidade de Pernambuco.
Moravam em Olinda ricos
senhores de engenho, que durante muito tempo nunca pensaram que sua fortuna
pudesse acabar. Mas foi exatamente isso que aconteceu com a queda do preço do
açúcar no mercado europeu. O açúcar caiu de preço por causa da concorrência do
açúcar holandês produzido nas Antilhas.
Com a queda dos preços
do açúcar, os senhores de engenho de Olinda começaram a pedir dinheiro
emprestado aos comerciantes do povoado de Recife, que cobravam juros altos pelo
empréstimo. Enquanto os comerciantes do Recife progrediam em seus negócios, os
senhores de engenho ficavam mais pobres e endividados.
Aos poucos foram
surgindo ódios e brigas entre os comerciantes do Recife e os senhores de
engenho de Olinda. Em tom de provocação, os senhores de engenho apelidaram os
comerciantes de mascates.
Conscientes de sua
importância os comerciantes do Recife pediram ao rei de Portugal que seu
povoado fosse elevado à categoria de vila. Queriam ver Recife independente de
Olinda, sem lhe dever impostos ou obedecer a suas ordens.
O rei D. João V atendeu
aos pedidos dos comerciantes do Recife, mas os senhores de engenho de Olinda
não aceitaram as ordens do rei. Organizaram uma rebelião e invadirão o Recife.
Um dos chefes da rebelião foi o proprietário de engenho Bernardo Vieira de
Melo.
A luta entre as duas
localidades ficou conhecida como guerra dos mascates o governo português
interveio duramente na região a fim de acabar com o conflito e ajudar a luta
dos comerciantes.
O conflito terminou em
1711, com a vitória dos mascates. E Recife tornou-se capital de Pernambuco.
O QUILOMBO DOS PALMARES
O quilombo dos palmares
tinha esse nome porque ocupava uma imensa região de palmeiras, situada no
estado de Alagoas. Em uma área de 27 mil quilômetros quadrados.
Várias expedições
militares foram organizadas para destruir palmares. Apesar disto, o quilombo lutou e resistiu durante 65 anos (
1629 a
1694 ). Nesse período chegou a Ter uma população superior a 20 mil
habitantes. Ali se criava gado e cultivava-se milho, feijão cana-de-açúcar,
mandioca etc. Havia, inclusive, um razoável comércio com os povos próximos.
Para os senhores de
engenho, o quilombo de palmares representava um desafio permanente. Desafio a
escravidão que se impunha o negro. E sinal concreto de que a liberdade era possível
ao escravo fugitivo.
Zumbi foi o grande
líder de palmares. Era ele que comandava o povo negro nas suas lutas contra o
ataque branco. Corajoso e inteligente, a fama de Zumbi espalhou-se como lenda
pelo Brasil Colônia. Os negros o consideravam invencível.
Em 1687, a classe
dominante colonial contratou o bandeirante paulista Domingos Jorge Velho para
atacar palmares. Jorge velho foi escolhido porque era violento e sanguinário.
Ficou famoso pela brutalidade que matava os índios e prendia os escravos fugidos.
Jorge Velho atacou
Palmares em 1622. Seu plano era cercar quilombo e matar todos os negros
revoltosos. Liderados por Zumbi, os negros defenderam bravamente sua liberdade.
Milhares de pessoas morreram nessa luta. E o violento bandeirante teve que
fugir derrotado.
Houve, entretanto, um
novo ataque de Jorge Velho ao Quilombo dos Palmares. Dessa vez, o governo
aumentou sua ajuda e mandou um exército de seis mil homens, todos bem armados.
Os negros não tinham munições, mas lutaram com garra durante um mês.
Ao final do combate o
quilombo foi destruído e sua população massacrada.
Zumbi conseguiu escapar
ao cerco, fugindo pela mata com um pequeno grupo de companheiros. Dois anos
depois de muitas perseguições foi preso e morto.
Matando Zumbi, os
senhores de escravos queriam intimidar os negros. Entretanto, Zumbi permaneceu
vivo como símbolo da resistência negra à violência da escravidão.
A REVOLTA DE BECKMAN -
MARANHÃO – 1684
No estado do Maranhão,
a partir de 1650, desenvolveu-se um violento conflito entre os colonos e os
padres jesuítas.
A empresa açucareira
instalada no Maranhão enfrentava grave crise econômica. Precisava de
mão-de-obra, mas não tinha dinheiro para pagar o alto preço do escravo
africano. A solução dos colonos foi partir para a escravização do índio:
organizaram tropas que invadiram aldeamentos dos jesuítas a fim de capturar
índios para o trabalho escravo.
A violenta ação dos
colonos provocou o forte protesto dos padres jesuítas, que exploravam as drogas
do sertão e dominavam o trabalho do índio.
Os padres levaram seu
protesto a Portugal. O governo português interveio e acabou proibindo a
escravização do índio (que não dava lucro para a Metrópole).
O governo pensou em
resolver o problema da mão-de-obra com a introdução de escravos negros (que
rendiam lucros para a Metrópole e para os traficantes).
Assim, criou, em 1682,
a Companhia Geral de Comércio do Estado do Maranhão. Era uma empresa que
prometia introduzir na região 500 escravos negros por ano, durante vinte anos.
Entretanto, a Companhia não cumpriu suas promessas, a crise econômica aumentou,
e a raiva dos colonos explodiu.
Liderado pelo senhor de
engenho Manuel Beckman, um grupo de proprietários maranhenses organizou uma
rebelião para acabar com a influência dos padres jesuítas e com a Companhia de
Comércio. Eles queriam permissão para escravizar os índios.
A revolta de Beckman
estourou na noite de 24 de Fevereiro de 1684, quando o governador do Maranhão
estava ausente de São Luís. O seu substituto foi preso. Os armazéns da
Companhia de Comércio foram destruídos. A escola dos padres jesuítas foi
invadida e os padres expulsos.
Os rebeldes
constituíram um governo provisório.
Tomás Beckman (irmão de
Manuel Beckman ) viajou a Lisboa para explicar a situação ao rei de Portugal,
mas o rei não aceitou a atitude dos revoltosos. Prendeu e puniu Tomás Beckman.
Em seguida, mandou para o Maranhão um novo governador (Gomes Freire de
Andrade), que chegou ao local em 1685 para aplicar duras penas aos rebeldes.
Manuel Beckman e mais dois chefes foram presos e enforcados.
A Companhia de Comércio
foi eliminada. Os jesuítas retornaram ao Maranhão, mas a escravização do índio
continuou. E jesuítas e colonos continuaram brigando.
O BANDEIRISMO
Houve três tipos
básicos de bandeirismo.
-
O
bandeirismo apresador dedicava-se à captura de índios, que eram vendidos como
escravos.
-
O
bandeirismo prospector dedicava-se à procura de metais preciosos.
-
O
sertanismo de contrato dedicava-se a prestação de serviços de combate aos
índios e aos negros para a classe dominante da colônia.
As bandeiras que se
dedicavam ao aprisionamento de índios atacavam, principalmente, os aldeamentos
religiosos onde os índios tinham sido reunidos pelos padres jesuítas.
Nesses aldeamentos os
índios aprendiam a trabalhar na lavoura e a realizar tarefas de utilidade para
os brancos.
Os compradores de
escravos preferiam escravizar esses índios, cuja cultura já tinha sido
deformada pelos brancos. Quer dizer, os índios tinham aprendido a se
“comportar” como os brancos.
As bandeiras de
apresamento tornaram-se um grande negócio durante o período do domínio holandês
no Brasil (1637 a 1654). Motivo: além do Brasil, os holandeses conquistaram
também algumas colônias portuguesas da África, de onde os escravos negros eram
mandados para o Brasil.
Ao conquistar essas
colônias africanas, os holandeses desmontaram o tráfico negreiro organizado
pelos portugueses e só permitiam a vinda de escravos para o Brasil holandês. As
regiões do Brasil que estavam fora da dominação holandesa, como a Bahia,
começaram a ficar sem escravos para a lavoura canavieira.
A necessidade de
mão-de-obra levou os senhores de engenho da Bahia a comprarem escravos índios
dos bandeirantes paulistas.
A bandeira que saía
para aprisionar índios também desejava encontrar ouro. Mas, enquanto a escravização
do índio era bom negócio, o interesse dos bandeirantes concentrou-se nessa
terrível atividade.
Depois da expulsão dos
holandeses, a escravização dos índios deixou de ser o bom negócio de antes.
Motivo: o tráfico negreiro foi sendo reorganizado pelos portugueses.
Os traficantes vendiam
escravos negros para senhores de engenho de todo o Brasil. Começou a diminuir o
número de compradores de escravos índios.
Percebendo que a caça
aos índios já não dava mais lucros, os bandeirantes resolveram se empenhar na
procura do ouro. Mergulhado em crise econômica, o governo português estimulava
esta mudança de objetivos. De próprio punho, o rei de Portugal escrevia cartas
aos bandeirantes encorajando-os a procurar ouro.
Em pequenas
quantidades, o ouro já tinha sido encontrado em São Paulo desde o início do
século XVII. E também em Curitiba, Paranaguá, Parnaíba e outros lugares.
Diante disso, os
bandeirantes decidiram entrar pelo sertão à procura de jazidas mais abundantes.
Foi o que aconteceu com Fernão Dias Paes, que partiu de São Paulo no dia 21 de
julho de 1674, em direção ao interior do atual estado de Minas Gerais.
A bandeira de Fernão
Dias passou sete anos explorando o sertão mineiro. Não alcançou, entretanto,
grandes resultados. Fernão Dias encontrou apenas pedras de turmalinas, pensando
tratar-se de preciosas esmeraldas.
O caminho percorrido
pela bandeira de Fernão dias foi posteriormente, seguido por outros
bandeirantes, que no final do século XVII, acabaram encontrando ouro em Minas
Gerais.
As primeiras jazidas de
ouro foram descobertas entre os anos de 1690 e 1695.
Dentre os principais
bandeirantes que participaram das descobertas das primeiras jazidas de ouro do
Brasil destacam-se: Antônio Rodrigo Arzão (descobriu ouro em Minas, por volta
de 1693); Pascoal Moreira Cabral (descobriu ouro em Mato Grosso, por volta de
1719); Bartolomeu Bueno da Silva (descobriu ouro em Goiás, por volta de 1725).
Por diversas vezes, a
classe dominante colonial (senhores de engenho, grandes pecuaristas,
autoridades do governo) foi contratar o serviço dos violentos bandeirantes para
destruir a resistência das tribos indígenas e a organização dos quilombos
negros.
A descoberta do ouro
ocorreu em regiões distantes e isoladas. A notícia rapidamente se espalhou, e
milhares de pessoas correram em busca do ouro. Para trabalhar só na mineração,
estas pessoas precisavam ser abastecidas de alimentos, roupas e outras
mercadorias.
A fim de atender à
necessidade de abastecimento das regiões mineradoras, surgiram as expedições
comerciais chamadas monções.
Em canoas carregadas de
mercadorias, as monções subiam e desciam os rios de São Paulo, Mato Grosso e
Goiás. Mantinham a comunicação e o transporte entre vários pontos das regiões
mineradoras.
As monções marcaram a
última fase do bandeirismo.
Com
base no texto acima desenvolva as seguintes atividades:
Esquematize
as revoltas coloniais: Palmares, Beckman e Mascates, conforme o roteiro abaixo:
Nome:
Local:
Período:
Líderes:
Motivos:
Objetivos:
Partes
envolvidas:
Desfecho:
(como terminou, quem venceu etc.)
RESPONDA
1)
Diferencie
o bandeirismo apresador do prospector.
2)
Por
que o bandeirismo apresador era lucrativo? Por que deixou de ser um bom
negócio?
3)
O
que foi o Sertanismo de Contrato e as Monções?
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