sexta-feira, 8 de maio de 2020

Turma 92 - História - Professora Suélen (04/05 a 08/05)

  • Leia o texto e assista ao vídeo. Link na atividade.
  • Depois copie as questões e as responda em uma folha para entregar na volta às aulas.



A Era Vargas foi um período político que durou 15 anos estando no cargo de presidente Getúlio Dornelles Vargas. A Era Vargas divide-se em:
• Governo Provisório: 1930-1934;
• Governo Constitucional: 1934-1937;
• Estado Novo: 1937-1945.

Antes de Getúlio Vargas ocupar o cargo máximo do executivo federal ocorreu um momento de ruptura na política nacional, que culminou em um movimento armado chamado de Revolução de 1930. 

Revolução de 1930
Até o ano de 1930 vigorava no Brasil a República Velha, conhecida hoje como o primeiro período republicano brasileiro. Como característica principal centralizava o poder entre os partidos políticos e a conhecida aliança política "café-com-leite" (entre São Paulo e Minas Gerais), a República Velha tinha como base a economia cafeeira e, portanto, mantinha fortes vínculos com grandes proprietários de terras.
De acordo com as políticas do "café com leite", existia um revezamento entre os presidentes apoiados pelo Partido Republicano Paulista (PRP), de São Paulo, e o Partido Republicano Mineiro (PRM), de Minas Gerais. Os presidentes de um partido eram influenciados pelo outro partido, assim, dizia-se: nada mais conservador, que um liberal no poder.

O Golpe
Em março de 1930, foram realizadas as eleições para presidente da República.  Eleição esta que deu a vitória ao candidato governista Júlio Prestes. Entretanto, Prestes não tomou posse. A Aliança Liberal (nome dado aos aliados mineiros, gaúchos e paraibanos) recusou-se a aceitar a validade das eleições, alegando que a vitória de Júlio Prestes era decorrente de fraude.
Além disso, deputados eleitos em estados onde a Aliança Liberal conseguiu a vitória, não tiveram o reconhecimento dos seus mandatos. Os estados aliados, principalmente o Rio Grande do Sul planejam uma revolta armada.  A situação acabou agravando-se ainda mais quando o candidato a vice-presidente de Getúlio Vargas, João Pessoa, foi assassinado em Recife, capital de Pernambuco.
Como os motivos dessa morte foram duvidosos, a propaganda getulista aproveitou-se disso para usá-la em seu favor, atribuindo a culpa à oposição, além da crise econômica acentuada pela crise de 1929; a indignação, deste modo, aumentou, e o Exército – que por sua vez era desfavorável ao governo vigente desde o tenentismo – começou a se mobilizar e formou uma junta governamental composta por generais do Exército. No mês seguinte, em três de novembro, Júlio Prestes foi deposto e fugiu junto com Washington Luís e o poder então foi passado para Getúlio Vargas pondo fim à República Velha.

Governo provisório (1930 - 1934)
O Governo Provisório teve como objetivo reorganizar a vida política do país. Neste período, o presidente Getúlio Vargas deu início ao processo de centralização do poder, eliminando os órgãos legislativos (federal, estadual e municipal).
Diante da importância que os militares tiveram na estabilização da Revolução de 30, os primeiros anos da Era Vargas foram marcados pela presença dos “tenentes” nos principais cargos do governo e por esta razão foram designados como representantes do governo para assumirem o controle dos estados, tal medida tinha como finalidade anular a ação dos antigos coronéis e sua influência política regional.
Esta medida consolidou-se em clima de tensão entre as velhas oligarquias e os militares interventores. A oposição às ambições centralizadoras de Vargas concentrou-se em São Paulo, onde as oligarquias locais, sob o apelo da autonomia política e um discurso de conteúdo regionalista, convocaram o “povo paulistano” a lutar contra o governo Getúlio Vargas, exigindo a realização de eleições para a elaboração de uma Assembleia Constituinte. A partir desse movimento, teve origem a chamada Revolução Constitucionalista de 1932.
Mesmo derrotando as forças oposicionistas, o presidente convocou eleições para a Constituinte. No processo eleitoral, devido ao desgaste gerado pelos conflitos paulistas, as principais figuras militares do governo perderam espaço político e, em 1934 uma nova constituição foi promulgada.
A Carta de 1934 deu maiores poderes ao poder executivo, adotou medidas democráticas e criou as bases da legislação trabalhista. Além disso, sancionou o voto secreto e o voto feminino. Por meio dessa resolução e o apoio da maioria do Congresso, Vargas garantiu mais um mandato.

Governo Constitucional (1934 – 1937)
Nesse segundo mandato, conhecido como Governo Constitucional, a altercação política se deu em volta de dois ideais primordiais: o fascista – conjunto de ideias e preceitos político-sociais totalitário introduzidos na Itália por Mussolini –, defendido pela Ação Integralista Brasileira (AIB), e o comunista, representado pela Aliança Nacional Libertadora (ANL), era favorável à reforma agrária, a luta contra o imperialismo e a revolução por meio da luta de classes.
A ANL aproveitando-se desse espírito revolucionário e com as orientações dos altos escalões do comunismo soviético, promoveu uma tentativa de golpe contra o governo de Getúlio Vargas. Em 1935, alguns comunistas brasileiros iniciaram revoltas dentro de instituições militares nas cidades de Natal (RN), Rio de Janeiro (RJ) e Recife (PE). Devido à falha de articulação e adesão de outros estados, a chamada Intentona Comunista, foi facilmente controlada pelo governo.
Getúlio Vargas, no entanto, cultivava uma política de centralização do poder e, após a experiência frustrada de golpe por parte da ANL utilizou-se do episódio para declarar estado de sítio, com essa medida, Vargas, perseguiu seus opositores e desarticulou o movimento comunista brasileiro. Mediante a “ameaça comunista”, Getúlio Vargas conseguiu anular a nova eleição presidencial que deveria acontecer em 1937. Anunciando outra calamitosa tentativa de golpe comunista, conhecida como Plano Cohen, Getúlio Vargas anulou a constituição de 1934 e dissolveu o Poder Legislativo. A partir daquele ano, Getúlio passou a governar com amplos poderes, inaugurando o chamado Estado Novo.

Estado Novo (1937 - 1945)
No dia 10 de novembro de 1937, era anunciado em cadeia de rádio pelo presidente Getúlio Vargas o Estado Novo. Tinha início então, um período de ditadura na História do Brasil.
Sob o pretexto da existência de um plano comunista para a tomada do poder (Plano Cohen) Vargas fechou o Congresso Nacional e impôs ao país uma nova Constituição, que ficaria conhecida depois como "Polaca" por ter sido inspirada na Constituição da Polônia, de tendência fascista.
O Golpe de Getúlio Vargas foi organizado junto aos militares e teve o apoio de grande parcela da sociedade, uma vez que desde o final de 1935 o governo reforçava sua propaganda anti-comunista, alarmando a classe média, na verdade preparando-a para apoiar a centralização política que desde então se desencadeava. A partir de novembro de 1937, Vargas impôs a censura aos meios de comunicação, reprimiu a atividade política, perseguiu e prendeu seus inimigos políticos, adotou medidas econômicas nacionalizantes e deu continuidade a sua política trabalhista com a criação da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), publicou o Código Penal e o Código de Processo Penal. Getúlio Vargas foi responsável também pelas concepções da Carteira de Trabalho, da Justiça do Trabalho, do salário mínimo, e pelo descanso semanal remunerado.
Getúlio Vargas era a favor a ideia de unidade nacional e anulava concepção de regionalismo. Em 1939, ele disse sobre o assunto de união: "Não temos mais problemas regionais. Todos são nacionais, e interessam ao Brasil inteiro."
A criação do DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda) foi muito importante nesse período da Era Vargas para a construção da imagem de Getúlio como “pai dos pobres”.  Esse departamento realizava o controle do que seria noticiado e veiculado pelos veículos de comunicação. Notícias e propagandas com críticas ao presidente eram proibidas.
O principal acontecimento na política externa foi a participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial contra os países do Eixo, fato este, responsável pela grande contradição do governo Vargas, que dependia economicamente dos EUA e possuía uma política interna semelhante à alemã.  A derrota das nações nazi fascistas foi a brecha que surgiu para o crescimento da oposição ao governo de Vargas. Assim, a batalha pela democratização do país ganhou força. O governo foi obrigado a soltar alguns presos políticos, além de constituir eleições gerais, que foram vencidas pelo candidato oficial, isto é, apoiado pelo governo, o general Eurico Gaspar Dutra.
Terminava a Era Vargas, mas não o fim de Getúlio Vargas na política, que em 1951 retornaria à presidência pelo voto popular.


Para ver mais sobre a Era Vargas, assista esse vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=m1hCgnHJ2Fo




 A propaganda oficial do Estado promovia a imagem do presidente como cuidador das pessoas. 




Atividades


1. 
Explique o que foi Revolução de 1930, suas motivações, o contexto político anterior como ela pôs fim á “política do café com leite”.

2.  Como foi a participação dos militares no governo de Getúlio Vargas? 

3.Quais foram os avanços promovidos por Getúlio Vargas no que diz respeito ao voto e aos direitos trabalhistas?

4. O que motivou o Brasil a entrar na Segunda Guerra Mundial contra a Alemanha?

5. O que foi o DIP e qual a importância dele para a criação da boa imagem de Getúlio Vargas? Se quiser, pesquise mais sobre isso na internet e/ou em livros. 

6. Assista ao vídeo e explique quais foram os fatores que levaram ao fim do Estado Novo.

7.   https://www.youtube.com/watch?v=vFY1try7XmY Assista a esse vídeo e escreva sobre o período democrático da República Brasileira até 1954. 

7. O que foi o trabalhismo?

8. Não são necessários copiar o enunciado e entregar essa última atividade.
Faça em seu caderno, uma linha do tempo sobre a História da República no Brasil que estudamos até aqui, marcando os períodos da República Velha, os 15 anos da Era Vargas e o período democrático até 1954. Não esqueça de colocar palavras-chave relacionadas a características de cada período.

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